Putin ama Hillary!
Julio Severo
Alguns conservadores, tomados pelo pânico depois de manchetes recentes sobre Donald Trump fazendo apelo à Rússia para revelar os podres de Hillary Clinton, estão apelando para o lado da desonestidade, acusando que “Putin ama Hillary” por causa de informações de que o presidente russo Vladimir Putin fez negócios com Hillary.
Putin e Hillary Clinton (foto montada pelo católico anti-Rússia Cliff Kincaid) |
Ronald Reagan sorrindo com líder soviético Mikhail Gorbachev |
Se seguisse a lógica dos ativistas anti-Rússia toda a mídia conservadora deveria também publicar manchetes “Putin ama Trump,” porque Trump tem negócios na Rússia e também porque Putin publicamente louva Trump e vice-versa.
Aliás, dá para se acusar também “Trump ama Hillary” porque a família de Trump e a família de Hillary têm uma amizade de décadas e há registro de muitos apoios de Trump a Hillary. E se os ativistas anti-Rússia gostam tanto de fotos para provar suas teorias, não faltam fotos de um Trump sorridente com Bill e Hillary Clinton. Daí se os ativistas anti-Rússia têm moral para dizer que “Putin ama Hillary” deveriam ter a mesma moral para dizer: “Trump ama Hillary.”
Donald Trump sorrindo com Hillary e Bill Clinton |
Enquanto esses ativistas vivem e sobrevivem de uma paixão pelos sonhos e pesadelos da época há muito passada da Guerra Fria, o histórico amplamente registrado de Trump mostra que ele não é movido por ideologia, mas unicamente por interesses empresariais.
Enquanto Obama e seu governo esquerdista lançam boicote após boicote contra a Rússia depois de os russos terem aprovado uma lei que proíbe a propaganda homossexual para crianças e adolescentes, Trump vem, num contraste surpreendente, fazendo acenos positivos para a Rússia.
Se os ativistas anti-Rússia são tão sérios sobre suas obsessões contra a Rússia, o ídolo certo para eles é o queniano islâmico que faz boicotes contra a Rússia, não o candidato empresarial americano que faz acenos amistosos para Putin. Esses muitos acenos são um contraste fenomenal com as caras feias desses ativistas e com a cara feia que Obama mostra em suas fotos com Putin.
Se a obsessão contra a Rússia é a coisa mais importante para esses ativistas, então é evidente que no fundo “eles amam Obama.” Seguindo a linha de Obama, Hillary promete manter a política americana de impor a agenda homossexual no mundo inteiro e também manter os boicotes contra a Rússia. Mais anti-Rússia que isso, impossível. Como negar que na realidade Hillary é a candidata ideal para os ativistas anti-Rússia?
Enquanto que num governo Trump esses ativistas precisariam suar muito para convencer Trump a boicotar a Rússia, num governo Hillary tais suores e sacrifícios seriam desnecessários. Hillary vai manter a política de boicote anti-Rússia de Obama.
Diferente de Obama, que está alienando a Rússia e demonstrando amizades profundas com o Vaticano, Trump está fazendo o inverso: alienando o Vaticano e demonstrando publicamente desejo de parceria e amizade com a Rússia.
Trump publicamente chamou o Papa Francisco de “vergonha,” termo depreciativo que ele nunca usou para Putin.
A reposta dos eleitores católicos americanos tem sido boicotar o candidato Trump. O escritor católico Christopher J. Hale escreveu na revista Time (a mais importante revista americana) um artigo forte intitulado “Trump-Pence é a chapa republicana mais anticatólica da moderna história dos EUA.”
A maioria dos católicos americanos está com Hillary, seja por ela ser a favor de boicotes contra a Rússia ou porque ela promove a agenda gay no mundo inteiro ou qualquer outra razão. Embora seja muito suspeito e desonesto dizer que “Putin ama Hillary,” é perfeitamente compreensível dizer que “a maioria dos católicos americanos ama Hillary.”
A maioria dos ativistas anti-Rússia são católicos movidos por uma guerra de mil anos entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa. É um ódio religioso que hoje se mascara como hostilidade política e ideológica, pois a Rússia é o maior país cristão ortodoxo do mundo. Trump não parece se importar com esse ódio milenar tão bem disfarçado.
O caso é sério. O fato é que nem por brincadeira ativistas anti-Rússia aceitariam que um americano pedisse ajuda à Rússia para derrotar a socialista Hillary. Mas Trump, que não tem nenhuma afinidade com esses ativistas e seus ódios, fez isso. E anda fazendo muito mais, desprezando o papa, elogiando Putin e colocando como preocupação prioritária não uma obsessão anti-Rússia, mas a ameaça islâmica.
Versão em inglês deste artigo: Putin Loves Hillary!
Fonte: www.juliosevero.com
http://juliosevero.blogspot.com.br/2016/07/putin-ama-hillary.html
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