quinta-feira, 30 de abril de 2015


Por linhas tortas

Se Faoro forneceu ao PT a sua identidade aparente e a base do seu discurso “ético”, foi Gramsci quem deu à agremiação a sua estratégia e as suas táticas substantivas"
Na vasta bibliografia sobre temas nacionais, especialmente a assinada por autores de esquerda, não há tópico mais abundantemente estudado, explorado, revirado de alto a baixo, do que “a revolução brasileira”. Perdão. É com maiúsculas: Revolução Brasileira.
Livros com esse título, ou com essa expressão no título, foram produzidos por Nelson Werneck Sodré, Franklin de Oliveira, Octávio Malta, Celso Furtado, Pessoa de Moraes, Guerreiro Ramos, Azevedo do Amaral, Jamil Almansur Haddad, Florestan Fernandes, Moisés Vinhas, Danton Jobim, Hélio Silva, José Maria Crispim, Celso Brant e uma infinidade de outros, sem contar aqueles, muito mais numerosos, que trataram do mesmo assunto sem ostentá-lo no título.  
Pode parecer estranho o interesse quase obsessivo por esse fenômeno num país que não atravessou nenhuma experiência comparável às revoluções da França, da América, da Rússia, da Espanha ou mesmo do México, limitando-se a nossa sanha revolucionária, a escaramuças locais com derramamento de sangue relativamente modesto no ranking internacional.
No entanto, a referência naqueles títulos não é a nenhum episódio histórico em particular, grande ou pequeno. “Revolução brasileira”, na acepção geral que o termo assumiu numa longa tradição de “interpretações do Brasil”, designa algo como um rio que flui, uma história inteira, um processo intermitente na superfície, contínuo no fundo.
Na verdade, não houve um único grande acontecimento histórico que se pudesse chamar “Revolução Brasileira”. É a série inteira dos pequenos que leva esse nome, designando uma intenção, uma teleologia simbólica subjacente a todos eles: o processo pelo qual o povo, inicialmente um bando de desgarrados e escravos mantidos em obediência estrita sob o peso de uma clique de altos funcionários e senhores de terras (mais tarde banqueiros e capitães de indústria), vai aos poucos emergindo de um estado de passividade abjeta para tentar se tornar o senhor e autor da sua própria História, sempre com sucesso inferior às suas mais ambiciosas expectativas, e por isso mesmo fadado a repetir a tentativa de novo e de novo, em escala um pouco maior.    
Contra quem se volta precisamente esse processo? Qual a “classe dominante” que se tenta remover de cima para dar espaço à iniciativa popular? As tentativas de defini-la em termos do marxismo ortodoxo, como “burguesia capitalista exploradora do proletariado”, falharam miseravelmente, tal a míngua de proletários e burgueses num país de poucas indústrias, onde a burguesia industrial só conseguiu ela própria algum espaço quando carregada no colo pela ditadura estatista, semifascista, de Getúlio Vargas.
Na verdade, os autores marxistas não conseguiram sequer entrar num acordo quanto às etapas iniciais e mais remotas do processo, anteriores à Independência, uns falando de “feudalismo”, outros de “capitalismo rural”, outros, ainda, propondo a teoria de uma formação socioeconômica sui generis, alheia às categorias usuais do marxismo, o “escravismo colonial”.
Quem melhor definiu o vilão da história, a meu ver, foi Raymundo Faoro, no clássico Os Donos do Poder. Formação do Patronato Político Brasileiro (Globo, 1958; ainda prefiro a primeira edição à versão reescrita de 1974, mais volumosa).
Partindo de noções obtidas em Max Weber, Faoro redefinia a índole e os objetivos da Revolução Brasileira em termos mais adequados à realidade do que qualquer marxista teria podido fazer no lugar dele. E eu não conseguiria resumir sua tese com mais exatidão do que o fez Fábio Konder Comparato (leia aqui):
            “Para Raymundo Faoro, a sociedade brasileira – tal como a portuguesa, de resto – foi tradicionalmente moldada por um estamento patrimonialista, formado, primeiro, pelos altos funcionários da Coroa, e depois pelo grupo funcional que sempre cercou o Chefe de Estado, no período republicano. Ao contrário do que se disse erroneamente em crítica a essa interpretação, o estamento funcional governante, posto em evidência por Faoro, nunca correspondeu àquela burocracia moderna, organizada em carreira administrativa, e cujos integrantes agem segundo padrões bem assentados de legalidade e racionalidade. Não se trata, pois, daquele estamento de funcionários públicos encontrável nas situações de ‘poderio legal com quadro administrativo burocrático’ da classificação weberiana, mas de um grupo estamental correspondente ao tipo tradicional de dominação política, em que o poder não é uma função pública, mas sim objeto de apropriação privada. ”
O livro demorou para atrair a atenção pública, mas a segunda edição apareceu como uma balsa para os náufragos numa época em que, esfaceladas as guerrilhas, a esquerda brasileira buscava caminhos para a redemocratização do país e ansiava por um discurso que não soasse demasiado comunista aos ouvidos do governo militar – um esforço cujo primeiro resultado objetivo veio com a fundação do PT em 1980.
Faoro tornou-se quase espontaneamente o santo padroeiro do novo partido. Sua casa era frequentada assiduamente pelo sr. Luís Inácio Lula da Silva, que em 1989 chegou a convidá-lo, em vão, para ser candidato à vice-presidência.
Vestindo a camiseta faoriana de inimigo primordial da apropriação privada dos poderes públicos, o PT fez um sucesso tremendo nos anos 90, como denunciador-mor da corrupção nas altas esferas federais e promotor de uma vasta campanha pela “ética na política”, que resultou na quase beatificação do seu líder principal (quando Lula viajava pelas áreas mais pobres do Nordeste, doentes vinham lhe pedir que os curasse por imposição de mãos, como os reis da França).
Àquela altura, o partido parecia mesmo resumir e encarnar o espírito da “Revolução Brasileira”, com toda a expectativa messiânica embutida nesse símbolo. Daí a vitória espetacular de Lula na eleição de 2002.
Aconteceu – sempre acontece alguma coisa – que a liderança esquerdista em geral, e a petista em especial, não lia nem seguia só Raymundo Faoro. Desde os anos 60-70 lia com deleitação crescente os Cadernos do Cárcere e as Cartas de Antonio Gramsci, o fundador do Partido Comunista Italiano e criador da estratégia comunista mais sutil e mais calhorda de todos os tempos: a “revolução cultural” a ser implementada mediante a “ocupação de espaços” em todos os órgãos da administração pública, da mídia, do ensino etc., para culminar no momento em que todo o povo seria socialista sem saber e o partido se tornaria “um poder onipresente e invisível”.
Se Faoro forneceu ao PT a sua identidade aparente e a base do seu discurso “ético”, foi Gramsci quem deu à agremiação a sua estratégia e as suas táticas substantivas. “Gramscismo sob pretextos faorianos” é uma expressão que resume perfeitamente bem a política do PT ao longo de toda a sua existência.
Nunca um partido teve tão bela oportunidade de colocar em prática uma estratégia estritamente comunista sob uma camuflagem weberiana tão insuspeita.
Tudo parecia perfeito. Diante de uma plateia sonsa, a quem a sugestão de que houvesse algum comunismo nisso soava como delírio de “saudosistas da Guerra Fria”, o partido foi “ocupando espaços” e concentrando poder até fazer da administração federal inteira – sem contar o sistema de ensino e a mídia – o instrumento servil dos seus objetivos privados.
Nenhum, nenhum dos seus guias iluminados notou que era impossível fazer isso sem que o partido se transformasse, ele próprio, no odioso e odiado “estamento burocrático”, com o formidável agravante de que, na ânsia de concentrar todo o poder em suas mãos, e sempre enleado na boa consciência de servir à causa da Revolução Brasileira, passou a roubar, trapacear e explorar o povo incomparavelmente mais do que todos os estamentos anteriores.
            Faoro morreu em maio de 2003, quatro meses depois de Lula tomar posse no seu primeiro mandato, e não teve tempo de meditar, nem muito menos de alertar o PT, quanto ao desastre que a síntese artificiosa e perversa, o “faorogramscismo”, anunciava como desenvolvimento fatal do processo.
Inevitavelmente, os papéis se inverteram: transmutado por obra do gramscismo na encarnação máxima e mais cínica do “tipo tradicional de dominação política, em que o poder não é uma função pública, mas sim objeto de apropriação privada”, o PT, quando por fim a população em massa se voltou contra ele, revoltada ante os maiores escândalos financeiros de todos os tempos, no fundo dos quais ela enxergava ainda que vagamente a premeditação gramsciana, viu-se perdido, desorientado, atônito, seus líderes ora escondendo-se no palácio como aristocratas assustados na Paris de 1789, ora tentando camuflar o medo mediante bravatas truculentas de um ridículo sem par.
Sim, a Revolução Brasileira está nas ruas. É ela, e não outro personagem qualquer. E veio com mais força do que nunca, brotando da pura espontaneidade popular, quase sem líderes (ou com tantos que se diluem uns aos outros), sem dinheiro, sem respaldo em partidos – o povo contra o “estamento burocrático”. Como diria o próprio alvo supremo da ira popular, “nunca ânftef na iftória dêfte paíf” esse povo demonstrou vontade tão firme e inabalável de ser seu próprio mentor e guia, de criar sua própria História, de mandar às favas todos os importantões e de calar de vez as bocas dos mentirosos. A começar pelas da sra. Rousseff e do sr. Lula.
Quem mandou o PT confiar nas falsas espertezas do gramscismo? Deus realmente escreve direito por linhas tortas. 



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Eduardo Cunha no Roda Viva.



Obama declara: Os EUA não são uma nação cristã, mas foram moldados pelo islamismo para melhor

Don Feder
Uma parte do discurso de Obama no Parlamento da Turquia disse: “Não nos consideramos uma nação cristã”. Esse discurso me lembra uma piada antiga: O Cavaleiro Solitário e seu ajudante índio estão cercados por índios hostis. O homem mascarado vira-se para seu fiel companheiro e pergunta: “O que iremos fazer agora?” Seu ajudante responde: “O que você quer dizer nós, cara pálida?”
Como outros esquerdistas, Obama tem o infeliz hábito de projetar suas ilusões no povo americano.
Ele estava na Turquia como parte de sua turnê de repúdio aos EUA, durante a qual ele gratificou vergonhosamente os desejos do antiamericanismo europeu. (“Temos sido arrogantes e prometemos não mais torturar terroristas e sempre escutar os ‘aliados’ que quase perderam as duas guerras mundiais e a Guerra Fria. E nos últimos 15 segundos eu disse o quanto lamento o episódio de Wounded Knee?”)
Na Turquia esmagadoramente muçulmana, Barack Hussein Obama, como ele foi apresentado (agora que a eleição terminou, não há problema em usar seu nome do meio), declarou o conceito de que “os EUA como nação cristã” é um mito.
Obama disse: “Embora, conforme mencionei, tenhamos uma população cristã muito grande (sim, por volta de 75 a 80%), não nos consideramos uma nação cristã ou uma nação judaica ou uma nação muçulmana”.
Será? Mas o Pacto do Mayflower não proclamou a intenção dos Peregrinos [os fundadores evangélicos dos EUA] de estabelecer uma colônia para “o avanço da fé muçulmana”? E quanto ao lema “Em Alá Confiamos” em nossas moedas e notas de dólar, sem mencionar o que veio a ser chamado de hino nacional americano, “Alá Abençoe a América”?
Falando sério, se ao declarar que os EUA não são uma nação cristã Obama está se referindo a uma minoria como a diretoria esquerdista do jornal The New York Times, ele acertou em cheio.
Por outro lado, se ele quer dizer a nação em geral, ele azarou.
Em 3 de abril uma pesquisa de opinião pública da revista Newsweek mostrou que 62% dos americanos consideram os EUA como “uma nação cristã”. Mas para aqueles que são como Obama, a emoção predominante dos EUA não é decidida pela maioria, mas pela elite cultural — os indivíduos que receberam o privilégio de moldar a consciência nacional pelo resto de nós.
Devido à ignorância ou cegueira deliberada, por toda a história americana, a maioria dos americanos, inclusive seus líderes, não entendiam que os EUA são uma república secular — uma nação sob Rousseau, Darwin e o Manifesto Humanista (I e II).
Patrick Henry comentou: “Nunca é demais frisar o fato de que esta grande nação foi fundada não pelas religiões, mas por cristãos; não na base de religiões, mas na base do Evangelho de Jesus Cristo”.
A Constituição americana é datada “no ano de nosso Senhor, 1787,” em referência não a Alá, Krishna ou Buda, mas a Jesus Cristo. O juiz da Suprema Corte Joseph Story, em sua obra sobre a Constituição publicada em 1833, observou que os fundadores dos Estados Unidos acreditavam “que o Cristianismo tem de receber incentivo do Estado”.
No caso de 1931 de U.S. v Macintosh (decidido antes de o judiciário federal começar a desconstruir a Primeira Emenda), a Suprema Corte declarou: “Somos um povo cristão”.
Todos os presidentes dos Estados Unidos, inclusive B. Hussein Obama, fizeram juramento com a mão em cima da Bíblia para defender a Constituição. Em todos os casos, exceto um, era a Versão do Rei James.
Falando dos antecessores de Obama — nitidamente “menos inteligentes” e “laicos” do que o “Supremo Messias” e provavelmente lacaios da direita religiosa — a opinião deles é unânime:
O Presidente George Washington disse: “É impossível governar acertadamente sem Deus e sem a Bíblia”. Por Bíblia, o fundador dos EUA não estava se referindo ao Corão ou ao Bhagavad Gita.
O Presidente John Adams disse: “Os princípios gerais sobre os quais os fundadores [dos EUA] obtiveram a independência [dos EUA] foram… os princípios gerais do Cristianismo”.
O Presidente John Quincy Adams disse: “A maior glória da Revolução Americana foi esta: Uniu num vínculo indissolúvel os princípios do governo civil aos princípios do Cristianismo”.
O Presidente Andrew Jackson disse: “A Bíblia é a rocha sobre a qual está firmada nossa República” — de novo, em referência à Bíblia cristã, não ao Lotus Sutra.
O Presidente Abraham Lincoln disse: “Inteligência, patriotismo, Cristianismo e uma confiança firme nAquele que nunca abandonou esta terra agraciada são ainda suficientes para resolver, da melhor forma, todas as nossas dificuldades atuais”. As “dificuldades atuais”, que Lincoln cria que o Cristianismo resolveria favoravelmente, era uma guerra civil na qual mais de 600.000 morreram.
Antes do esquerdista McGovern tomar o Partido Democrático (agora sob a direção de George Soros), os presidentes do próprio partido de Obama também cantavam no coro dos EUA como nação cristã.
O Presidente Woodrow Wilson disse: “Os Estados Unidos nasceram como uma nação cristã. Os EUA nasceram para exemplificar a devoção dos elementos da justiça que têm origem na revelação das Sagradas Escrituras”.
O Presidente Franklin D. Roosevelt, falando da 2ª Guerra Mundial, disse: “Hoje, o mundo inteiro está dividido, dividido entre a escravidão humana e a liberdade humana — entre a brutalidade pagã e o ideal cristão”.
O Presidente Harry S. Truman, escrevendo ao Papa Pio XII, disse: “Esta é uma nação cristã… Não é a toa que os valorosos pioneiros que partiram da Europa para estabelecer colônias aqui, no comecinho da sua aventura colonial, declararam sua fé na religião cristã e fizeram amplos preparativos para sua prática e apoio”.
O Presidente John F. Kennedy, no meio da Guerra Fria, disse: “Contudo, a mesma convicção revolucionária pela qual lutaram nossos ancestrais é ainda relevante ao redor do mundo, a convicção de que os direitos humanos não se originam do Estado, mas das mãos de Deus”.
O Presidente Thomas Jefferson disse algo incrivelmente parecido: “Será que as liberdades de uma nação podem estar garantidas quando removemos sua única base firme, uma convicção na mente das pessoas de que essas liberdades são presente de Deus?”
Entretanto, o “Supremo Messias” consegue alegremente proclamar que os EUA não são mais uma nação cristã.
Num discurso de 2007, Obama confirmou essa opinião: “O que quer que tenhamos uma vez sido no passado, não somos mais uma nação cristã”.
Com isso o presidente aceitou a possibilidade de que os EUA foram uma nação cristã no passado, mas não são mais. Contudo, quando foi que o predomínio do Cristianismo na vida dos americanos terminou — com a decisão da Suprema Corte de abolir as orações nas escolas em 1962, com sua decisão Roe v. Wade de 1973 de legalizar o aborto ou com Bill Clinton deixando manchas de sêmen no vestido de uma estudante estagiária, em 1995?
Embora insistisse que “nós” não consideramos os EUA uma nação cristã, Obama apelou para o sentimentalismo quando chegou o momento de tocar no assunto da “religião da paz”. “Queremos transmitir nosso apreço profundo para com a religião islâmica, que fez muito durante tantos séculos para moldar o mundo para melhor, inclusive o meu próprio país”.
Além de confusa, a declaração de Obama foi convenientemente vaga.
Moldar o mundo para melhor? De que jeito? Propagando pela espada seu credo? Estabelecendo o conceito dedhimmitude — de que os descrentes são obrigados a se converter para o islamismo ou se submeter ao governo islâmico? Transformando mulheres em propriedade? Subjugando os Bálcãs, a Grécia, a maior parte da Espanha e parte da Europa Oriental por centenas de anos? Destruindo Constantinopla e Bizâncio, o Império Romano Oriental, apagando as glórias de um milênio? Promovendo o fanatismo sanguinário do xiitismo e do wahabismo e monopolizando o terrorismo internacional desde pelo menos a década de 1970?
O islamismo moldou os EUA para melhor? Pelo menos Obama não disse que “teve um impacto profundo” — como um avião de passageiros colidindo com um edifício elevado.
É difícil imaginar uma religião que tenha feito menos para moldar os EUA do que o islamismo, inclusive o zoroastrismo e a cientologia. Muitos dos princípios nos quais os EUA foram fundados, ou vieram a representar — tolerância religiosa, democracia, liberdade e igualdade — são detestáveis para o islamismo tradicional.
Numa pesquisa de opinião pública do Washington Post/U.S. News (26-29 de março), embora a maioria aprove os esforços de Obama para alcançar o mundo muçulmano, 48% confessaram ter uma opinião desfavorável do islamismo, a percentagem mais elevada desde os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.
Na mesma pesquisa, 55% disseram que lhes faltava uma compreensão básica da religião da paz.
Conhecimento produzirá desprezo. À medida que a população muçulmana nos Estados Unidos (agora estimada em 1 milhão) cresce, os americanos cada vez mais encontrarão a rica herança religiosa e cultural que os seguidores de Maomé estão trazendo para os EUA — como os assassinatos de honra.
No ano passado, no subúrbio de Jonesboro, um imigrante paquistanês estrangulou sua filha de 25 anos com uma corda bungee, por tentar escapar de um casamento arranjado.
Em pleno Dia de Ano Novo, 2008, os corpos crivados de bala de Sarah e Amina Said (idades 17 e 19) foram encontrados num táxi abandonado. O pai delas, o imigrante egípcio Yaser AbdelSaid, foi preso pelos assassinatos. Said havia ameaçado matar suas filhas por terem namorados. Ele achava que elas agora eram moças imorais!
Muzzammil Hassan, da região de Buffalo, era o próprio modelo de um muçulmano moderno e moderado. Em 2004, Hassan fundou a TV Bridges [Pontes] para neutralizar as imagens negativas do islamismo e exibir as muitas estórias de “tolerância, progresso, diversidade, serviço e excelência muçulmana”. Pare, você está me matando! — um infeliz golpe de linguagem quando se debate o islamismo.
Hassan era um motivo de orgulho tão grande para sua religião que, em 27 de abril, ele recebeu o primeiro prêmio por excelência em seus esforços para apresentar ao público um islamismo diferente aos olhos do público. Ele recebeu o prêmio da filial em Pensilvânia do Conselho de Relações Islamo-americanas, onde alguns dos líderes têm ligação com o terrorismo. Presentes no evento estavam o governador Ed Rendell e o deputado federal Joseph Stestak, ambos do Partido Democrático. Stestak foi o palestrante.
Em 12 de fevereiro de 2009, o grande exemplo do Islamismo moderado foi preso e acusado de decapitar a esposa, que havia afirmado que ele cometia abusos físicos e emocionais, e estava no processo de se divorciar dele. O lema da TV Pontes é: “Conectando pessoas por meio da compreensão” — o irônico é que no caso de Aasiya Hassan, a cabeça dela não está mais conectada ao corpo dela.
De acordo com o Projeto de Comunicação e Educação sobre a Mutilação Genital Feminina — a prática de cortar o clitóris e os lábios menores das mulheres em algumas sociedades muçulmanas a fim de mantê-las submissas tornando impossível que elas experimentem prazer sexual — chegou aos EUA.
Em novembro de 2006, Khalid Adem, um etíope vivendo em Atlanta, foi sentenciado a 10 anos de prisão por decepar o clitóris de sua filha de dois anos.
Num vídeo postado no YouTube — filmado secretamente numa mesquita em Nashville, Tennessee — uma menina de 7 anos diz, chorando, como as meninas são surradas durante as aulas de xariá. A menina também fala de seu “marido”. Os grandes meios de comunicação se importam com alegações de abuso físico e sexual somente quando o assunto envolve a Igreja Católica.
A pedofilia e o abuso de crianças não são apenas estranhos costumes praticados em casas de oração muçulmanas.
Das mais que 2.300 mesquitas e escolas islâmicas nos Estados Unidos, mais de 80% foram construídas com dinheiro da Arábia Saudita nos últimos 20 anos. Foi esse mesmo dinheiro que financiou os terroristas que fizeram o ataque de 11 de setembro de 2001.
O Centro de Políticas de Segurança enviou agentes secretos que falam árabe para mais de 100 dessas instituições, descobrindo que de cada 4, 3 estavam infectadas com extremismo e pregações de ódio contra os EUA, os judeus e os cristãos.
É desse jeito que o islamismo está moldando os EUA para melhor.
Se não somos uma nação cristã, então o que é que somos? Obama disse aos turcos: “Consideramo-nos como uma nação de cidadãos que estão ligados por ideais e por um conjunto de valores”.
Valores não são fluídos. Eles têm de ter um ponto de origem.
Por toda a nossa história, a maioria dos americanos nunca duvidou das origens de nossas características éticas: o monte Sinai, Jerusalém, os Dez Mandamentos, o Sermão da Montanha, a Torá, o Novo Testamento — conhecidos coletivamente como nossa herança judaico-cristã.
Para a esquerda secular, que agora ocupa a Casa Branca, a herança dos EUA não está na Bíblia, nem na Declaração de Independência e nem na Constituição (em seu sentido original), mas no humanismo secular, no coletivismo e no multiculturalismo — valores baseados não em padrões eternos, mas em normas culturais predominantes, conforme determina a elite política, midiática e acadêmica.
Obama não quer que nos consideremos uma nação cristã porque a ética judaico-cristã está em conflito com a cosmovisão dele.
Seja o que for que Joel Osteen e Rick Warren nos digam (o Pr. Ken Hutcherson os chama de evangelistas covardes), Obama não é cristão — a menos que você considere os sermões loucos e cheios de ódio do ex-pastor dele, na igreja que ele freqüentou por 19 anos, como Cristianismo.
Os EUA como nação cristã não aceitam uniões civis ou casamento de mesmo sexo — e não consideram todos os atos sexuais como equiparáveis. Mas os EUA de Obama aceitam tudo isso.
Os EUA, com suas raízes judaico-cristãs, crêem na defesa da vida humana inocente — inclusive dos mais indefesos: os bebês em gestação. Os EUA de Obama não crêem nisso. Testemunhe a reputação que ele está adquirindo como o presidente mais pró-aborto da história dos EUA, e os votos dele contra projetos de lei contra o infanticídio quando ele era membro do Senado de Illinois.
Os EUA como nação cristã crêem em governo limitado, não aceitando a idéia falsa de que o governo é Deus. Os EUA de Obama crêem que não há nada que o Estado não possa fazer, nenhum poder que o Estado não deveria ter e nenhuma limitação nos poderes do Estado para taxar, gastar e controlar.
Os EUA como nação cristã compreendem a ordem bíblica de apoiar Israel.
Os EUA de Obama vêem os palestinos (que são antissemitas, antiamericanos, sanguinários, exaltadores da guerra santa) como o equivalente moral dos israelenses (democráticos, pró-americanos, governados pelo Estado de direito). A fantasia de Obama de Israel e Palestina vivendo juntos “lado a lado em paz e segurança” é ilusão ou eufemismo para um acordo temporário que levará à extinção do Estado judeu.
Como a proverbial casa dividida de Lincoln, esses dois EUA não poderão coexistir para sempre. Durante sua presidência, Obama tem a intenção de enterrar os EUA como nação cristã, com um chefe de mesquita presidindo na cerimônia religiosa fúnebre.
Mal posso esperar a próxima viagem cheia de magia e mistério do presidente Obama. Como o Dep. Joe Cannon disse de um colega: “Toda vez que abre a boca, esse homem subtrai da soma total do conhecimento humano”.
Traduzido e adaptado por Julio Severo: www.juliosevero.com
Fonte: Don Feder
Para entender quem é Obama, clique aqui.


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http://juliosevero.blogspot.com.br/2009/05/obama-declara-os-eua-nao-sao-uma-nacao.html

Os fracassos de Che Guevara - Marcelo Gioffré

Publicado em La Nación.
Por Marcelo Gioffré, 30/07/2005.

Imagem de Ernesto “Che” Guevara capturado pelo exército boliviano em 8 de outubro de 1967.

Tradução nossa.

Os fracassos de Che Guevara

Um legislador da cidade de Buenos Aires propôs mudar o nome da Avenida Cantilo para “Che Guevara”, o que nos leva à reflexão sobre os méritos eventuais da personagem cujo nome está sendo proposto.

Filho de uma família aristocrática argentina, Guevara abandonou suas origens e seu país. Recebeu o título de médico [*isso é discutível, sempre fez parte da mitologia de Guevara que ele era médico, no entanto isso nunca foi inteiramente fundamentado.] e também abandonou o exercício dessa profissão. Como estudante, tentou fabricar “Gamexane” [um inseticida] com pó de talco, sob o nome da marca Vendaval, mas se deu mal na empreitada. Em 1952, abandonou seu amigo Alberto Granado em um leprosário na Venezuela, com a promessa de que retornaria, coisa que nunca fez.

Em 1954, na Guatemala, fracassou em uma tentativa vã de defender Jacobo Arbenz de um golpe de Estado. Como administrador provisório de Sancti Spiritus, proibiu o consumo de bebidas alcoólicas e a loteria, regra que teve de revogar no dia seguinte. Fracassou em seu casamento com Hilda Gadea. Era tão vaidoso que cometeu o erro de publicar seu livro, “Guerra de Guerrilhas”, o qual foi muito útil para o Pentágono, por ter revelado os segredos da subversão armada. Fracassou ao subestimar o embargo. Não obteve qualquer sucesso em sua missão diplomática na Conferência de Punta del Este, em 1961, onde deveria ter chegado a um acordo com os Estados Unidos.

Fracassou em seu plano de industrialização acelerada, e com ele provocou a débâcle na safra de açúcar. Perdeu a controvérsia com os economistas russos sobre os estímulos apropriados (que ele acreditava serem “morais” – o “homem novo” –, e os técnicos soviéticos, materiais). Fracassou em sua avaliação da China e não conseguiu convencer Mao Tsé-Tung, em 1965, de travar outra guerra de guerrilhas na América Latina. Contribuiu para a criação de um monstro em Cuba, e, então, teve de renunciar e partir.

Fracassou como filho (pelo menos na famosa dicotomia moral que Jean-Paul Sartre levanta em “O Existencialismo é um humanismo”), desde que não pôde estar ao lado de sua mãe quando ela feleceu de câncer e, em uma última carta, que chegaria tarde, ele escreveu: “Eu a amava muito; só que eu não soube expressar meu carinho”. Cometeu o erro de confiar a Fidel Castro uma carta que era para ser lida depois de sua morte, e que Castro leu prematuramente, traindo-o.

Foi lutar no Congo e, após o pitoresco saboreio de uma sopa de borboletas, teve de abandonar a missão. Armou um improvável movimento guerrilheiro na Bolívia e também fracassou. Não foi capaz de mobilizar nem o comunista Monje [1], nem os camponeses para essa guerra de guerrilhas. Foi pai de cinco filhos e, deliberadamente, deixou-os jogados à sua própria sorte para empreender viagens malucas rumo a utopias mal calculadas. Toda a sua vida poderia ser vista como um belo impecável fracasso, que terminou, postumamente, com toda uma geração dizimada em seu nome.

Qual é o seu verdadeiro mérito, pondo de lado o fato de que ele é objeto de fetiche dos rebeldes setentistas, estampado em infinitas camisetas fabricadas segundo os cânones capitalistas?

É verdade que ele ascendeu à difícil categoria de mito, mas para esse resultado contribuíram circunstâncias aleatórias que nada têm a ver com as suas virtudes. O triunfo militar em Cuba deveu-se muito mais à prudência de Castro do que ao heroísmo irresponsável do Che. A morte e o desaparecimento de seu corpo ajudaram a forjar a lenda. A necessidade do regime cubano de ter heróis, também. A pureza do seu fundamentalismo, a qual compartilha com Hitler, também. Mas nenhum desses aspectos são méritos genuínos. Seu antiperonismo tampouco pode ser visto como uma vertente de seu pensamento, mas sim a típica crítica intelectual de esquerda a um partido reformista.

Há mais: há dois anos, almoçando em um bar da Rua Salgueiro com a Humberto Vázquez Viaña, um boliviano que participou do movimento guerrilheiro que Guevara menciona em seus diários, fui testemunha de uma confissão estremecedora. Este homem conjeturava que a verdadeira razão pela qual Che Guevara havia lutado não era ideológica nem idealística, mas terapêutica. Como se sabe, Guevara sofria de asma e nunca experimentou um ataque no meio de uma batalha – talvez devido à produção adicional de adrenalina –, de modo que a razão oculta que explicaria suas campanhas, seu incontrolável desejo de continuar lutando e apartar-se de suas tarefas de escritório, não teria sido outra senão a de evitar aqueles espasmos brônquicos. Francamente, é uma razão espúria, cuja eventual confirmação deixaria calados tantos militantes que ostentam sua foto com a boina.

Notas

* Os comentários entre colchetes são da tradução em inglês de Henry Louis Gomez, mantidos por nós.

[1] Trata-se de Mario Monje Molina, secretário-geral do Partido Comunista da Bolívia. (N. do T.).


Sobre o autor



Marcelo Gioffré é escritor, jornalista e advogado argentino. Seu último livro é a novela Mancha venenosa.

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PT em desgraça: Lula e o escândalo da cerveja Itaipava.

Grupo Petrópolis, detentor da cerveja Itaipava, fez uma doação de R$ 17 milhões de reais para campanha de Dilma Rousseff em 2014, depois de conseguir empréstimo do banco do Nordeste na ordem de R$ 830 milhões de reais, sem garantia bancária exigida pela própria instituição. O proprietário da Cervejaria Petrópolis (Itaipava) é Walter Faria.
Em 2005 Walter Faria, tinham nome sujo na praça – e uma extensa ficha policial. Devia R$ 400 milhões à Receita em impostos atrasados e multas por usar laranjas, além de notas fiscais. Em 2005, Faria fora preso pela Polícia Federal, acusado de sonegação fiscal. Ficou dez dias na carceragem da PF. Três anos depois, em outra operação da PF, Faria acabou denunciado pelo Ministério Público Federal por corrupção ativa, formação de quadrilha e por denúncias caluniosas. Segundo as investigações, Faria armara um esquema para retaliar os fiscais da Receita que haviam autuado sua cervejaria anos antes. Iria difamá-los. Contratara para o serviço ninguém menos que o operador do mensalão, Marcos Valério Fernandes de Souza. A PF encontrou R$ 1 milhão na sede da Itaipava em São Paulo – dinheiro que, segundo a acusação, serviria para pagar chantagistas. Valério foi preso.
Diante dessa ficha, qual banco toparia emprestar dinheiro para Faria e suas empresas? O Banco do Nordeste, administrado pelo PT emprestou. Desde que o PT chegou ao poder, em 2003, o Banco Nordeste, custeado com R$ 13 bilhões em dinheiro público, vem sendo aparelhado pelo partido. No segundo mandato de Lula, Faria, segundo fontes do PT e no BNB, tornou-se próximo dos líderes do partido, como o ex-presidente da República e o tesoureiro informal da legenda, João Vaccari. E manteve essas boas relações.
Em 2013, Walter Faria conseguiu obter do Banco do Nordeste um empréstimo de R$ 375 milhões para construir a fábrica na Bahia. O banco do Nordeste exigiu uma garantia conhecida como carta-fiança bancária, em que outro banco garante cobrir o valor devido em caso de calote. Em abril de 2014, conseguiu outro financiamento no valor de R$ 452 milhões, que serviria para construir outra fábrica da Itaipava, em Pernambuco.
No total, portanto, Walter Faria obteve quase R$ 830 milhões de financiamento do Banco do Nordeste. Cada empréstimo tinha como principal garantia uma carta-fiança bancária. Durante as tratativas, Faria reclamava. Dizia que perderia muito dinheiro com a carta-fiança bancária. Mas capitulou. Faria teria juros baixos, 11 anos para pagar e dois anos de carência para começar a devolver o dinheiro. Em conversas com os diretores do BNB, no entanto, Faria não desistia de rever a garantia da carta-fiança. Queria porque queria que o banco abdicasse dela, topando ter como principal garantia as fábricas construídas com o dinheiro emprestado.
Faria dizia, nesses encontros, que a exigência da fiança lhe custava o equivalente a 2% do valor dos empréstimos – o equivalente a quase R$ 17 milhões ao ano. Para o BNB, era um pedido aparentemente impossível de atender, como seria para qualquer banco privado. Ainda mais porque, pelo contrato de empréstimo, os juros eram pré-fixados. Ou seja: o BNB não poderia compensar a garantia pior com um aumento nos juros do empréstimo.
Segundo as regras do Banco Central e três especialistas de três grandes bancos, se o BNB aceitasse as condições de Faria, teria de rebaixar internamente a classificação de qualidade do empréstimo. Essa medida é obrigatória e forçaria o BNB a reservar dinheiro próprio para pagar ao menos parte da dívida de Faria, caso ele desse calote. No jargão do mercado, isso se chama “provisionamento”. Nenhum banco toparia fazer isso. É um péssimo negócio. “Nunca vi alguém aceitar algo parecido”, diz um economista que trabalha com esse tipo de operação para um grande banco brasileiro.
Mas o impossível é sempre uma possibilidade na política brasileira. Ainda em abril de 2014, Ary Lanzarin, o presidente que tentava moralizar o BNB, deixou o cargo. O PT pressionava para voltar ao comando absoluto do banco. A presidente Dilma Rousseff aceitou. As diretorias do BNB foram entregues novamente a afilhados de políticos petistas.

Meses depois, no auge da campanha à reeleição de Dilma e dos esforços de arrecadação dos petistas, Faria conseguiu o impossível. No dia 10 de setembro, protocolou o pedido de dispensa da fiança do empréstimo da fábrica na Bahia. Uma semana depois, o pedido foi analisado – numa velocidade espantosa para os padrões de um banco tão lento e burocrático quanto o BNB. Num intervalo de pouco mais de 24 horas, o pedido passou por cinco instâncias do BNB e foi aprovado pelo Conselho de Administração do banco, segundo os documentos obtidos. Estava no papel: o BNB aceitara, em tempo recorde, abdicar de uma garantia 100% segura por outras mequetrefes, se comparadas à carta-fiança. De quebra, teve de reservar R$ 3,6 milhões no balanço – o tal “provisionamento” – para cobrir o mau negócio que fechara.

No dia 29 de setembro, apenas 12 dias após seu Grupo Petrópolis obter o impossível no BNB, Faria depositou R$ 5 milhões na conta da campanha de Dilma. Até o dia 3 de outubro, a campanha dela receberia outros R$ 12,5 milhões. No total, Faria doou R$ 17,5 milhões. Tornou-se, assim, o quarto maior doador da campanha da presidente. É aproximadamente esse valor que Faria gastaria com as fianças anuais dos dois empréstimos.
Fonte: Revista Época


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QUINTA-FEIRA, 30 DE ABRIL DE 2015

Renan ataca duramente Dilma e Temer.

(O Globo) No mais duro ataque à presidente Dilma Rousseff, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou agora a proposição de um “pacto pela preservação do emprego” que dure até o fim da recessão e a retomada do crescimento no país. Ele disse que tomou a iniciativa para suprir a paralisia e o vazio do Governo e chamou de “ridícula” a decisão da presidente de não ir à TV no dia do trabalhador por não ter o que dizer. 

Renan disse que a democracia foi conquistada no Brasil para deixar que a panelas falem. Disse ser preciso ouvir o que as panelas tem a dizer. Também criticou a condução da articulação política feita pelo vice-presidente Michel Temer, disse que o PMDB não pode substituir o PT no que tem de pior, que é o aparelhamento do Estado, e que não pode ser um coordenador de recursos humanos.

— Não há nada pior do que a paralisia, a falta de iniciativa e o vazio. Nós conquistamos a democracia no Brasil para deixar que as panelas se manifestassem. Precisamos ouvir o que as panelas dizem. Certamente a presidente Dilma não vai falar porque não tem o que dizer aos trabalhadores. Por isso estou propondo esse pacto em defesa do emprego. Assim como temos meta de inflação, de superávit fiscal, temos que ter também uma meta de emprego — disparou Renan, informando que o senador José Serra (PSDB-SP) e outros economistas vão ajudar a coordenar as medidas desse pacto.

Segundo Renan, depois de uma sessão no dia 5 de maio, com economistas e empresários, no plenário do Senado, para discutir medidas para estimular empresas que geram vagas de emprego, ele irá fazer um pronunciamento e depois levar a ideia à presidente Dilma. — Espero que ela compre a ideia. Vai ajudá-la a sair do imobilismo e preencher esse vazio e paralisia. Não ter o que dizer na TV no dia 1º de maio é uma coisa ridícula, um retrocesso — completou Renan.

Com o ex-ministro do Turismo Vincius Lage ao lado — hoje seu assessor no gabinete — Renan também atacou duramente o papel do PMDB na articulação política do governo e da distribuição de cargos para conter a base. Diz que não indicará mais nenhum cargo ao governo, que a coalizão existente hoje não tem fundamento e o papel do PMDB deve ser dar fundamento programático, não ser “coordenador de RH”.

— O PMDB não pode substituir o PT no que ele tem de pior, que é o aparelhamento do Estado brasileiro. Não se trata de saber quem é o dono do aparelhamento, trata-se de acabar com o aparelhamento . Não se pode transformar a coordenação política em coordenador de RH, da boquinha. Não precisamos apenas mudar o dono do aparelhamento do Estado. O PMDB tem que dar qualidade e fundamento à coalizão — criticou Renan.

No pacto em defesa do emprego anunciado por Renan, algumas medidas que ele diz estarem sendo discutidas inclui: beneficiar setores que criam empregos, estimular mais compras governamentais com essas empresas, aumento de crédito do Banco do Brasil, CEF e BNDES para que essas empresas preservem os empregos, manter criteriosamente a desoneração da folha de pagamento dessas empresas.

A terceirização, disse, também pode entrar nesse pacote, mantendo a regulamentação de 12 milhões de empregados terceirizados, mas sem aprovar a terceirização para atividades fim. — Tudo que o governo quiser propor nesse sentido será bem vindo. Esse é um pacto dos dois poderes — Executivo e Legislativo — para dar uma diretriz ao governo que está sem agenda, iniciativa. O vazio é que fragiliza o governo — disse Renan.

MEDIDAS

As primeiras medidas concretas na área de emprego, anunciadas por Renan, será a colocação na pauta de votações, já na semana que vem, a regulamentação da nova legislação de proteção as empregadas domésticas e a lei de arbitragem, definida por ele como um esforço que se faz com o apoio do Judiciário para que muita coisa, ao invés de ser levada aos tribunais, seja resolvida por meio de mediação.

Ao defender a inclusão de um senador da oposição na coordenação desse pacote, Renan disse que Serra tem colaborado com soluções “criativas e inteligentes”, como o projeto que permite a estados e municípios usarem 70% dos depósitos judiciais para gerar receita nesse momento de crise fiscal. Sobre a preocupação do ministro Joaquim Levy com os bancos oficiais que deixariam de ganhar com o uso desses recursos para empréstimos, Renan disse que CEF, Banco do Brasil e BNDES poderiam receber uma remuneração, sem compromete o pacote de ajuste fiscal.

E aproveitou para criticar o pacote de ajuste fiscal do governo, que não prevê corte de gastos no Executivo. — Esse pacote sequer pode ser chamado de ajuste fiscal. Para ser ajuste fiscal tem que cortar na própria carne, reduzir o número de ministérios, sem isso é ajuste trabalhista, pois só corta direitos trabalhistas, quem vai pagar a conta do ajuste é o trabalhador — completou Renan.



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Após protestos em frente a seu prédio, Haddad vai se mudar para casarão


Artur Rodrigues - Folha.com

Danilo Verpa/Folhapress 

Futura casa de Fernando Haddad (PT) no Planalto Paulista (zona sul), em reforma; terreno tem 585 m²

Alvo de frequentes protestos em seu apartamento no Paraíso (zona sul de SP), o prefeito Fernando Haddad (PT) vai se mudar para um casarão no Planalto Paulista, também na zona sul.

Desde o ano passado, a futura residência do prefeito passa por grande reforma. Ele vai ao local semanalmente ver a obra, dizem operários.

Herança de família, a casa foi do pai de Haddad. Hoje, está no nome dele, de sua mãe, Norma, e de sua mulher, Ana Estela. Foi lá que o prefeito passou sua juventude.

Pesou na decisão de Haddad o fato de que sua permanência em um apartamento podia incomodar os vizinhos. Perto da av. Paulista, o atual endereço do prefeito, rua Afonso de Freitas, entrou no mapa de protestos da cidade.

Em janeiro, militantes do MPL (Movimento Passe Livre) protestaram ali. No final de 2013, de madrugada, foi a vez dos sem-teto. O local também já foi cenário de manifestação contra o reajuste do IPTU.

NOVA CASA

Se o prefeito retomar a decisão de ir ao trabalho alguns dias de transporte público, levará mais tempo -hoje, o trajeto leva cerca de 30 minutos, com um ônibus e caminhada. Na futura casa, seriam dois ônibus e o quase o dobro do tempo.

Com um IPTU de R$ 10.315 para este ano, a nova residência dará mais espaço à família do prefeito.

O casarão fica em um terreno de esquina de 585 m², em uma travessa da avenida Indianópolis, a avenida Afonso Mariano Fagundes. Segundo o alvará da obra, 155 m² devem ser regularizados e 25 m² construídos.

Questionada, a prefeitura informou que se trata de uma residência antiga, que precisava de adaptações.

A casa é avaliada pela prefeitura em R$ 1,9 milhão (valor venal de referência, usado para cálculo de imposto), mas, no valor de mercado, um imóvel do mesmo tamanho no bairro pode custar mais que o dobro.

VIZINHANÇA

Se der um passeio pela nova vizinhança, o prefeito pode ouvir muitas queixas.

A principal é a possibilidade de flexibilização da norma que faz da área estritamente residencial. "Querem acabar com os pulmões verdes que são os bairros residenciais", diz Reinaldo da Silva, 70, membro da Sociedade de Amigos do Planalto Paulista.

Ele afirma que a falta de iluminação em alguns pontos e o trânsito também incomodam, mas duvida que os moradores chegariam a ir protestar na frente da casa do novo vizinho. "Não temos um MST (Movimento Sem-Terra) aqui", afirma.