O pastor evangélico que iniciou a Guerra de Independência dos Estados Unidos
Pr.
Chuck Baldwin
Este domingo, 19 de abril, é merecidamente
identificado nos EUA como “Dia dos Patriotas.” Na verdade, o 19 de abril de
1775 deveria ser considerado uma data tão importante para os americanos quanto
o 4 de julho de 1776. É uma vergonha que os americanos não celebrem o Dia dos
Patriotas com tanto entusiasmo quanto o fazem com relação ao Dia da Independência.
É ainda mais vergonhoso que muitos americanos não se lembrem do que aconteceu
nesse dia em 1775. Esse foi o dia em que foi dado o “tiro que foi ouvido no
mundo inteiro.” Foi o dia em que começou a Guerra de Independência dos Estados
Unidos.
Sendo avisado pelo Dr. Joseph Warren (que havia
despachado Paul Revere para Lexington e Concord com essa notícia) acerca da
aproximação das tropas britânicas, o Pastor Jonas Clark alertou os homens de
sua congregação na Igreja de Lexington que o exército britânico estava a
caminho para confiscar as armas dos colonos e prender Sam Adams e John Hancock.
Esses dois homens haviam se refugiado na casa do Pastor Clark com doze homens
do pastor guardando a casa. Outros homens da congregação (cerca de 80) permaneciam
com seus mosquetes em Lexington Green quando, mal amanheceu, mais de 800
soldados britânicos apareceram diante deles.
De acordo com os que viram tudo, os soldados
britânicos abriram fogo nos cidadãos armados sem aviso (a ordem dos britânicos
de dispersar e o ataque com armas de fogo foram simultâneos), imediatamente
matando oito membros da igreja do Pastor Clark. Em autodefesa, os Minutemen
(cidadãos armados que lutavam contra ameaças externas) se abrigaram e revidaram
os tiros. Esses foram os primeiros tiros
da Guerra Revolucionária [para a independência dos EUA]. De novo, isso tudo
aconteceu em Lexington Green, que era localizado à sombra da casa que era a
igreja em que esses homens adoravam a Deus a cada domingo.
Os homens que estavam guardando Adams e Hancock os
escoltaram para longe do perigo logo antes da chegada das tropas britânicas.
Sem dúvida, os esforços heroicos do Pastor Clark e seus corajosos Minutemen na
Igreja de Lexington salvaram a vida de Sam Adams e John Hancock. E oito desses
homens corajosos deram a vida protegendo dois homens que se tornaram dois dos
maiores fundadores dos Estados Unidos. Mas, veja bem, Jonas Clark e seus homens são tão importantes para a história da
independência dos EUA quanto qualquer um dos fundadores dos EUA.
De acordo com o Pastor Clark, esses são os nomes dos
oito homens que morreram em Lexington Green naquela sinistra manhã de abril:
Robert Munroe, Jonas Parker, Samuel Hadley, Jonathan Harrington, Jr., Isaac
Muzzy, Caleb Harrington e John Brown, todos eles de Lexington, e certo sr.
Porter de Woburn.
Quando as tropas britânicas chegaram à Ponte de
Concord, centenas de colonos haviam feito uma defesa da ponte. Uma batalha
horrível aconteceu, e as tropas britânicas foram desbaratas e logo bateram em
retirada para Boston. A Guerra de Independência dos EUA havia começado.
Sim, senhoras e senhores, esses dois elementos da
história americana se perderam para a vasta maioria dos historiadores
americanos de hoje: 1) O que provocou a Guerra de Independência dos
EUA foi a tentativa de as tropas britânicas confiscarem as armas dos cidadãos,
e 2) foi um pastor evangélico e sua congregação, que em grande parte
formaram os Minutemen, que deram os tiros que iniciaram a grande Revolução
Americana.
Com esse pensamento em mente, quero dedicar a coluna
de hoje para honrar os corajosos pregadores da colônia americana — esses
“filhos dos Peregrinos,” como um descendente de um pastor colonial disse.
Não aconteceu muito tempo atrás. Contudo, do jeito que
os pastores dos EUA agem hoje, acharíamos que pregadores evangélicos como James
Caldwell, John Peter Muhlenberg, Joab Houghton e Jonas Clark nunca existiram.
Mas eles de fato existiram. E sem eles,
este país que chamamos Estados Unidos da América não existiria.
Caldwell era presbiteriano; Muhlenberg era luterano;
Houghton era batista, e ninguém parece saber qual era a denominação (se é que
ele tinha uma) de Jonas Clark. Mas esses homens tinham uma coisa em comum (além
de sua fé em Jesus Cristo): eles todos eram patriotas ardentes que participaram
da Guerra de Independência dos EUA; e no
caso de Jonas Clark, foi ele quem começou essa guerra.
James Caldwell
James Caldwell era chamado de “O Sumo Sacerdote
Rebelde” ou “O Capelão de Briga.” Caldwell é famoso pela história “Give ’em
Watts!” (Deem Watts para eles!)
Durante a batalha de Springfield (em Nova Jérsei), os
cidadãos armados gastaram toda a bucha dos mosquetes. Sem demora, Caldwell
galopou até a igreja presbiteriana, e voltando com um braço cheio de hinários,
os atirou ao chão, e gritou: “Aí, rapazes, deem Watts para eles!” Ele estava
naturalmente se referindo aos hinos de Isaac Watts, famoso escritor de hinos
evangélicos.
Os britânicos odiavam tanto Caldwell que assassinaram
sua esposa, Hannah, em seu próprio lar, enquanto ela estava sentada com seus
filhos na cama. Mais tarde, um americano foi subornado pelos britânicos para
assassinar o Pastor Caldwell — missão que ele cumpriu fielmente. Os americanos
leais ao governo britânico queimaram a casa e a igreja do pastor. Hoje, três
cidades e duas escolas públicas no Estado de Nova Jérsei levam seu nome.
John Peter Muhlenberg
John Peter Muhlenberg era pastor de uma igreja
luterana em Woodstock, Virginia, quando as hostilidades se iniciaram entre a
Grã-Bretanha e as colônias americanas. Quando chegaram a Virginia notícias da
grande batalha de Bunker Hill, Muhlenberg pregou um sermão baseado em
Eclesiastes capítulo 3 para sua congregação. Ele recordou à sua congregação que
existe um tempo para pregar e existe um tempo para lutar. Ele disse que, para
ele, o tempo de pregar havia passado e que agora era tempo de lutar. Ele então
removeu suas vestes de pastor luterano e permaneceu diante de sua congregação
usando o uniforme de um coronel da Virgínia.
Muhlenberg foi mais tarde promovido a
general-de-brigada no Exército Continental, e mais tarde, a general-de-divisão.
Ele participou das batalhas de Brandywine, Germantown, Monmouth e Yorktown. Ele
se tornou deputado federal e senador nos EUA.
Joab Houghton
Joab Houghton estava na Igreja Batista Hopewell, em
Nova Jérsei, na hora do culto quando ele recebeu a primeira informação sobre as
batalhas de Lexington e Concord. Seu bisneto dá a seguinte descrição eloquente
sobre o modo como ele tratou a notícia:
“Colocando-se em cima do grande
bloco de pedra que estava em frente da igreja, ele fez sinal para que as
pessoas parassem. Homens e mulheres pararam para ouvir, curiosos para saber que
tipo de sequência incomum ao culto do dia isso poderia significar. No início,
palavras e um silêncio, tão sério quanto a morte, sobreveio a todos. A quietude
do domingo sagrado e o local de igreja se aprofundaram numa solenidade
terrível. Ele lhes disse tudo sobre os assassinatos covardes em Lexington
cometidos pelas tropas do rei da Inglaterra; a vingança heroica que veio em
seguida; a batida em retirada de Percy; o ajuntamento dos filhos dos Peregrinos
em torno dos montes sitiados de Boston; então, pausando, e olhando sobre a
multidão silenciosa, ele disse devagar: ‘Homens de Nova Jérsei, os ingleses estão
assassinando nossos irmãos da Nova Inglaterra! Quem me segue até Boston?’ E
todos os homens naquela audiência saíram da linha, e responderam ‘Eu!’ Não
havia um covarde ou traidor na velha Igreja Batista Hopewell naquele dia.” (Cathcart, William. Baptists and the
American Revolution. Philadelphia: S.A. George, 1876, rev. 1976. Print.)
Jonas Clark
Como eu disse no início desta coluna, Jonas Clark era
pastor da Igreja de Lexington, Massachusetts, em 19 de abril de 1775, no dia em
que as tropas britânicas marcham na cidade de Concord com ordens para prender
Sam Adams e John Hancock e confiscar um depósito de armas. Foram os homens da
congregação do Pastor Clark que foram os primeiros a ter um confronto direto
com as tropas britânicas quando marcharam por Lexington.
Quando
você ouvir sobre a história dos Minutemen na Batalha de Lexington, lembre-se de
que esses Minutemen eram o Pastor Jonas Clark e os homens de sua congregação.
Traduzido
por Julio Severo do artigo original do Pr. Chuck Baldwin: The Man Who Fired The Shot Heard ’Round The World
Fonte:
www.juliosevero.com
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