Economia só foi bem no governo do PT quando tinha tucano no comando
Em sua coluna de hoje, o professor Rogério Werneck destaca que o mau desempenho da economia e os escândalos de corrupção serão inevitáveis na pauta de discussões no segundo turno. Diz ele:
No embate sobre o desastroso desempenho da economia nos últimos quatro anos, Dilma entra de mãos vazias. Afora o desemprego ainda baixo, tem pouco ou nada a mostrar, como bem ilustram os dados deste final de mandato: taxa de juros mais alta do que no início do governo, preços de energia represados, inflação de 6,75%, bem acima do teto de tolerância da meta, resultado primário tendendo a zero, contas externas seriamente desequilibradas e economia estagnada.
Diante dessa penúria de resultados apresentáveis, o melhor que a campanha de Dilma conseguiu urdir foi uma mistificação e um truque. De um lado, a candidata insiste em atribuir o fiasco a um suposto agravamento da crise econômica mundial. De outro, tenta camuflar o desastre dos últimos quatro anos, diluindo-o nos oito anos do período Lula. A ideia é vender ao eleitor um pacote fechado de “12 anos de governo petista”, ainda que, da perspectiva da condução da política macroeconômica, esse “três em um” encerre mandatos presidenciais muito distintos.
No primeiro mandato, Lula seguiu de perto a política que vinha sendo adotada por FH. No segundo, coadjuvado por Dilma Rousseff, embarcou na aventura charlatanesca da “nova matriz macroeconômica”, cujos frutos amargos estão sendo agora colhidos nesse terceiro mandato. Não obstante todo o esforço de camuflagem do desastroso desempenho da economia dos últimos quatro anos, é na denúncia dessa colheita amarga que a oposição deverá centrar fogo no segundo turno.
Eis o ponto: no primeiro mandato de Lula, quem estava no comando do Banco Central era Henrique Meirelles, que era filiado ao PSDB antes e banqueiro internacional, do tipo que Dilma demoniza hoje. Candidatou-se ao governo de Goiás em 2002 pelo partido de Aécio Neves, tendo sido o candidato mais votado. Não ocupou o cargo pois preferiu assumir o BC e ajudar o país levando bom senso para um governo petista, com muita escassez desse bem. Ou seja, Meirelles tem a alma de tucano.
O maior trunfo eleitoral do PT, o programa Bolsa Família, teve sua origem na ideia de um tucano, como o próprio Lula reconheceu. E, como podemos ver, há outro tucano de origem por trás do bom andamento da economia nos primeiros anos do governo Lula.
Em suma, podemos afirmar que as poucas coisas que deram certo nos doze anos de PT no poder tiveram suas impressões digitais no tucanato. Como na velha máxima, o PT trouxe coisas boas e novas, mas as boas não eram novas, e as novas não eram boas. Sua inovação mesmo é o mensalão, a roubalheira generalizada e institucionalizada, a “nova matriz econômica”, um resgate do velho e fracassado desenvolvimentismo. O que seria do PT sem os tucanos?
Rodrigo Constantino
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