BRASIL: “represa” da corrupção se rompe, tsunami à vista.
Revelações do doleiro Alberto Youssef vão “CHOCAR O PAIS”,conforme ele mesmo declarou
O
doleiro Alberto Youssef começou a depor para procuradores e delegados
em Curitiba. Youssef é suspeito de comandar um esquema de lavagem de
dinheiro envolvendo a Petrobras. O primeiro depoimento de Alberto
Youssef só terminou na noite de quinta-feira (2). Na
sexta (3), ele continou a revelar o que sabe sobre a participação de
políticos, empreiteiras e os desvios da corrupção na Petrobras.
As revelações fazem parte do acordo de delação premiada. A defesa diz que o doleiro fará confissão total.
Ele vai entregar os documentos que guardou em um lugar seguro por mais
de uma década e que seriam as provas definitivas contra os corruptos e
corruptores que atuavam na Petrobras
Durante
muito tempo, o doleiro Alberto Youssef e o engenheiro Paulo Roberto
Costa formaram uma dupla de sucesso nos subterrâneos do governo.
Enquanto Paulo Roberto usava suas poderosas ligações com os altos
escalões do poder e o cargo na diretoria de Abastecimento da Petrobras
para desviar milhões dos cofres da estatal, Youssef encarregava-se de
gerenciar a bilionária máquina de arrecadação que era usada para
abastecer uma trinca de partidos e corromper políticos importantes.
Paulo Roberto era o articulador, o cérebro da organização. Youssef, o
caixa, o banco.
Alberto Youssef
Um
apontava os caminhos para assaltar a estatal. O outro era o encarregado
dos malabarismos contábeis para fazer o dinheiro chegar aos
destinatários da maneira mais segura possível, sem deixar rastros. Em
março deste ano, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação
Lava-Jato, que tinha o objetivo de desarticular um esquema de lavagem de
dinheiro, a dupla caiu na rede. O que ninguém imaginava — nem mesmo os
policiais — é que, a partir das informações dadas pelos dois criminosos,
uma monumental engrenagem de corrupção, talvez a maior de todos os
tempos, começaria a ruir.
VEJA
revelou que Paulo Roberto Costa, o primeiro a assinar o acordo de
delação com a Justiça, entregou às autoridades o nome de mais de trinta
políticos envolvidos no esquema de corrupção na Petrobras, entre eles
três governadores, seis senadores, um ministro de Estado e pelo menos 25
deputados federais, além de Antonio Palocci, o coordenador da campanha
presidencial de Dilma Rousseff em 2010, que pediu 2 milhões de reais ao
esquema.
O
ex-diretor forneceu o nome dos corruptos que se locupletavam do
dinheiro desviado e das empreiteiras que contribuíam com a arrecadação
da propina — um golpe já considerado letal na estrutura da organização
criminosa.
Se
as revelações do ex-diretor — muitas ainda desconhecidas — já
provocaram um cataclismo, o que está por vir promete um efeito ainda
mais devastador. Alberto Youssef, o caixa, decidiu seguir o parceiro e
contar o que sabe. E, nas palavras do próprio doleiro, o que ele sabe “vai chocar o país”.
Além
de confirmar que o dinheiro desviado da Petrobras era usado para
sustentar três dos principais partidos da base aliada — PT, PMDB e PP —,
Youssef se colocou à disposição para fechar o elo da cadeia de
corrupção, fornecendo as contas no exterior, as datas de remessa e os
valores repassados a políticos e autoridades que ele tinha como
clientes.
Youssef
disse às autoridades que, durante o tempo em que operou o banco da
quadrilha, por quase uma década, tomou o cuidado de esconder em um local
seguro documentos que mostram a origem e o destino das cifras
bilionárias que movimentou.
É
o que ele garante ser a verdadeira contabilidade do crime — um
inventário que está escondido em um cofre ainda longe do alcance das
autoridades brasileiras. O acervo é tão completo que incluiria até os
bilhetes das viagens que demonstrariam o que os investigadores já
apelidaram de “money delivery”, o dinheiro entregue em domicílio.
Os
depoimentos de Youssef ocorrem nos mesmos moldes dos de Paulo Roberto
Costa, ex-diretor da Petrobras. Dentro da Polícia Federal, o doleiro é
ouvido por procuradores e delegados. Reservadamente, eles esperam que
Youssef revele detalhes que outros colaboradores não conseguiram
esclarecer.
Alberto
Youssef e Paulo Roberto Costa também respondem a processo sobre as
suspeitas de desvios na Refinaria Abreu e Lima da Petrobras, em
Pernambuco. Um laudo da Polícia Federal liga pagamentos do consórcio
liderado pela construtora Camargo Correa a empresas do doleiro.
Segundo
o documento, entre 2010 e 2013, as empresas Sanko, contratadas pelo
consórcio liderado pela Camargo Corrêa para fornecimento de material,
receberam R$ 38,75 milhões. A Polícia Federal afirma que quase todo o
dinheiro foi repassado a duas empresas do doleiro Alberto Youssef,
usadas para lavar dinheiro, segundo as investigações.
De
acordo com a Polícia Federal, havia correlação entre o recebimento do
dinheiro do consócio Camargo Correa e o repasse que a Sanko fazia às
empresas de Youssef.
Em
nota, o consórcio CNCC, liderado pela Camargo Corrêa, repudia as
acusações de irregularidades. O consórcio afirma que jamais fez
pagamentos ilegais e não pode responder por pagamentos de terceiros. Diz
ainda que tem o registro de todos os pagamentos feitos aos seus
fornecedores, pagamentos esses que só foram feitos após a entrega dos
produtos.
O
grupo Sanko afirma que as constatações da polícia não são conclusivas.
Mesmo assim diz que os pagamentos estão devidamente contabilizados e
tributados, e que tem prestado todos os esclarecimentos à Justiça
Federal.
*Fontes: http://veja.abril.com. br/ e http://g1.globo.com/
*Fontes: http://veja.abril.com.
link:
http://blogdomariofortes.blogspot.com.br/2014/10/brasil-represa-da-corrupcao-se-rompe.html
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