‘Novo Normal’: Prostitutas Fazem Greve Por Prioridade Na Vacinação Em MG
” Nosso trabalho é de contato físico diário e com várias pessoas. Somos muito vulneráveis e tínhamos que ser incluídas em algum grupo de risco”
Categoria reivindica ser grupo prioritário, pelo trabalho de contato
As profissionais do sexo de Minas Gerais querem ser incluídas no grupo prioritário do Plano Nacional de Imunização, do Ministério da Saúde. Para pressionar as autoridades, a Associação das Prostitutas de Minas (Aprosmig) orientou a categoria a suspender o trabalho por tempo indeterminado e retomar as atividades apenas quando tiverem garantia de imunização.
– Nosso trabalho é de contato físico diário e com várias pessoas. Somos muito vulneráveis e tínhamos que ser incluídas em algum grupo de risco. Não queremos que nos passem na frente de ninguém, mas que nos vejam com olhos de humanidade – afirmou a presidente da Aprosmig, Cida Vieira.
Ela firma que mesmo com os cuidados que estavam sendo tomados antes do agravamento da pandemia, não há condições agora de os atendimentos continuarem sem a perspectivas de vacinas para as mulheres.
– Vamos aguardar a vacinação e a recomendação oficial da entidade é que o serviço seja suspenso. Fazemos essa interface com as meninas via redes sociais, e-mail e telefone em nosso banco de dados. No entanto, sabemos que é difícil controlar cada uma [das garotas de programa] – explicou em entrevista à Época.
De acordo com a associação, Minas Gerais conta com mais de 80 mil profissionais do sexo em todo estado. Na capital Belo Horizonte está a maior concentração, com 12 mil. Desde o início da pandemia, algumas deixaram de trabalhar com o temor de infecção, enquanto outras não tiveram opção por conta da necessidade financeira.
– A situação de muitas é de pobreza. Muitas já estão morando na rua. Eu estou com uma menina que não tem como pagar o aluguel e trabalha para se manter. Não tem como ter doação porque a família não sabe o trabalho dela. Tem gente pedindo qualquer doação, fralda, cesta básica. Hoje temos mais de 2 mil mulheres desamparada – afirmou Cida.
A presidente da Aprosmig contou que a prefeitura de Belo Horizonte tem ajudado com cestas básicas, mas que apenas uma minoria vive na capital por conta do alto custo de vida. Já as cidades vizinhas, onde se concentra a maioria das profissionais, não adotaram nenhuma política de auxílio.
Fonte: Época
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