JULIA PRESTON
DO "NEW YORK TIMES", EM WASHINGTON
DO "NEW YORK TIMES", EM WASHINGTON
Infante e Sean Brooks estavam a caminho de um tribunal de imigração em Nova York no qual o colombiano enfrentaria o que talvez viesse a ser sua última audiência antes de ser deportado.
Em vez de ordenar a expulsão de Infante, o juiz de imigração levou em conta a decisão da Suprema Corte e abriu caminho para que ele se mantivesse nos EUA com o marido pelo tempo que desejasse, como residente legal em caráter permanente.
Para a maioria dos cidadãos dos EUA, obter um visto de residência permanente, o "green card", para um cônjuge nascido no exterior é relativamente simples. Mas, por causa da lei antiga, dezenas de milhares de cidadãos em casamentos gays binacionais não haviam podido fazê-lo.
Uli Seit/The New York Times | ||
O colombiano Stefen Infante (à esq.) e o seu marido Sean Brooks, na casa em Nova York |
Com os anos, muitos casais optaram pelo exílio, se transferindo para países que oferecessem vistos de residência a casais homossexuais.
Com a lei fora do caminho, dizem advogados, não restam obstáculos nas leis de imigração que impeçam cidadãos americanos, ou imigrantes que já tenham visto de residência permanente, de solicitar "green cards" para seus cônjuges homossexuais.
Lavi Soloway, advogado de imigração que já representou muitos casais gays binacionais, entre os quais Infante e Brooks, disse que "haverá efeitos imediatos e tangíveis nas vidas dos casais homossexuais que vinham há muito enfrentando dificuldades".
Infante e Brooks estavam entre os primeiros casais a ver resultados práticos da decisão da Suprema Corte.
Infante, 34, vive nos EUA desde 1999, e conheceu Brooks, 46, quase uma década atrás. Os dois se casaram em Nova York em 2011, um mês depois que o casamento gay foi legalizado no Estado.
Àquela altura, o visto de Infante havia expirado, e as autoridades de imigração iniciaram um processo de deportação contra ele.
Para Brooks, que é músico, a visita ao tribunal de imigração era sinal de que "o fim da linha estava claramente próximo", para a vida do casal nos EUA. Depois da decisão que reverteu a situação dos dois, Brooks estava atônito. "Que alívio", ele disse, "e quanta esperança".
Soloway disse que cuida de 70 pedidos de "green cards" a imigrantes envolvidos em casamentos homossexuais, e que antecipava apresentar dezenas de novos, nos próximos dias. As autoridades de imigração garantiram a ele na quarta-feira que as solicitações avançariam rumo a aprovação, caso cumprissem os demais requisitos legais para residência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário