quarta-feira, 16 de outubro de 2013


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Bolsa Família tem pouca relevância econômica. Quem comprova é o IPEA.

Como parte das comemorações oficiais dos dez anos do Bolsa Família, o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) saiu-se com uma tentativa de demonstrar a importância do programa para o crescimento da economia. Vistos com mais atenção, no entanto, os resultados encontrados não são encorajadores.
A partir de cálculos de complexidade inalcançável para os leigos, o instituto, ligado ao Palácio do Planalto, estimou hoje que, para cada R$ 1 adicionado às despesas do Bolsa Família, o Produto Interno Bruto do país cresce R$ 1,78. Esse efeito se daria, conforme foi explicado, porque a parcela mais pobre da população destina praticamente toda sua renda adicional ao consumo, elevando as vendas do comércio, o que geraria mais contratações e, portanto, mais salários pagos.
Supondo que a conta esteja certa, pode-se tentar imaginar o impacto de uma forte alta imediata - de 10%, por exemplo - nos gastos do programa, que somam R$ 21,4 bilhões anuais. Seriam acrescentados mais R$ 2,1 bilhões em benefícios, o que, com o efeito multiplicador estimado pelo Ipea, significariam R$ 3,8 bilhões a mais na economia. Ou 0,08% do PIB. E há um asterisco importante na apresentação do Ipea: os cálculos são válidos para situações em que a economia apresente “capacidade ociosa” _ou, traduzindo, que esteja operando abaixo de seu potencial. Em outro cenário, o impacto do Bolsa Família é menor. (FSP)
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