quarta-feira, 27 de junho de 2012

Enquanto isso na Argentina....

Sindicatos protestam na Argentina e endurecem discurso contra Cristina




Grupos de sindicatos filiados à Confederação Geral do Trabalho (CGT) da Argentina fizeram nesta quarta-feira um protesto na praça de Maio, em Buenos Aires, contra o governo da presidente Cristina Fernández de Kirchner e reivindicando melhoras salariais, redução de impostos e mais programas sociais para a categoria.
O líder do grupo sindical e do sindicato dos caminhoneiros, Hugo Moyano, criticou a presidente por não querer dialogar com a CGT. "Não perde nada, senhora presidente, em dialogar, isso mostra grandeza. Espero que com essa capacidade e inteligência que demonstra ter, perceba que não pode continuar com essa soberba".

Daniel Garcia/France Presse
Militantes sindicais ocupam a praça de Maio, em Buenos Aires, em manifestação contra governo de Cristina Kirchner
Militantes sindicais ocupam a praça de Maio, em Buenos Aires, em manifestação contra governo argentino

Aliado do governo até o fim de 2011, o sindicalista criticou o governo que, para ele, deixou de ser "nacional e popular" e a cobertura feita pelos meios de comunicação alinhados com Cristina sobre a mobilização dos sindicatos.
"Parecia que uma reclamação legítima era uma extorsão, que uma greve geral era um golpe de Estado. Em que país estamos vivendo? Mostro isso que é a verdade, acredito que informam mal à presidente".
No discurso, Moyano ainda disse que o sindicato está mais forte, apesar de ter recebido uma multa de 4 milhões de pesos (R$ 1,7 milhão) por ter bloqueado as refinarias de combustíveis, na semana passada.
"Não percebem que quanto mais pressionados estamos, mais nos fortalecemos? Somos mansos, nobres e prudentes, mas não somos idiotas nem desistimos sob nenhuma circunstância". O líder de trabalhadores afirmou também que viu Cristina Kirchner "muito nervosa" com a manifestação.
CRISTINA
Enquanto ocorria o protesto em Buenos Aires, a presidente Cristina Kirchner estava em uma fábrica de produção suína, na província de San Luis, no oeste argentino. Em pronunciamento, saudou as conquistas do governo e se mostrou satisfeita por estar na inauguração "sem agressões".
"Precisamos de uma Argentina em que todos discutam ideias com argumentos e fiquem para trás queixas e desqualificações e valorizemos as conquistas".

Alejandro Pagni/Associated Press
Em discurso, Hugo Moyano pediu diálogo ao governo e chamou Cristina Kirchner de 'soberba'
Em discurso, Hugo Moyano pediu diálogo ao governo e chamou Cristina Kirchner de 'soberba'

Em sua conta de Twitter, Cristina repetiu nesta quarta algumas das frases da cadeia de rádio e televisão de terça-feira, em que lamentou o acidente ocorrido na Província de Chubut com um grupo de guardas e decretou que não haveria efetivo policial no ato de Moyano.
"Não haverá extorsão, ameaças, insulto ou queixa que me tire do caminho fixado".
Ex-aliado de Cristina, Moyano aumentou a pressão sobre o governo após ter perdido poder na administração nacional para a agremiação La Cámpora, chefiada por Máximo Kirchner, filho da presidente.

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