TONI SCIARRETTA
TATIANA FREITAS
DE SÃO PAULO
TATIANA FREITAS
DE SÃO PAULO
Atualizado às 21h19.
É a primeira ameaça de rebaixamento da avaliação de risco de o país honrar sua dívida desde 2008, quando o país obteve o grau de investimento, selo de bom pagador.
Ela ocorre no momento em que o governo tem dificuldades para conter a desvalorização do real e pode ter forte impacto nos mercados.
"Podemos reduzir a nota do Brasil nos próximos dois anos se o fraco crescimento da economia, a piora nas contas públicas, a deterioração no balanço de pagamentos, e a perda de credibilidade da condução da política econômica reduzirem a capacidade do país de administrar choques externos", informou a agência por meio de nota.
Segundo o analista Sebastian Briozzo, o Brasil terá o terceiro ano consecutivo de crescimento modesto --reflexo do fraco desempenho das exportações e da redução dos investimentos pelas empresas, que perderam a confiança devido a "sinais ambíguos" da política econômica.
O rating brasileiro está em "BBB", uma escala acima do "grau de investimento", obtido em maio de 2008.
Mas, na avaliação da agência, a chance de rebaixamento é de uma em três nos próximos dois anos, devido ao aumento da dívida do governo e da piora da estabilidade macroeconômica.
Nesse período, a agência prevê aumento da dívida líquida do governo em relação ao PIB, que será prejudicado pelos atrasos na implementação de medidas que incentivem o investimento, especialmente em infraestrutura.
A agência também alerta sobre a expansão do crédito pelos bancos públicos. Para a S&P, o aumento nos empréstimos para estimular o consumo podem causar problemas ao sistema financeiro.
A perspectiva negativa para o rating brasileiro afeta as principais empresas estatais, como a Petrobras.
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, disse que a Standard & Poor's não fez mudanças na nota brasileira, mas emitiu um sinal de alerta sobre as perspectivas da economia.
"Eles fazem um alerta sobre a questão fiscal, mas asseguramos que ela não mudou e que vai garantir a manutenção da redução da dívida pública em relação ao PIB." Quanto ao outro alerta, sobre a confiança dos investidores, ele disse que a tendência é de recuperação no segundo semestre, principalmente por causa dos leilões de concessões de rodovias, ferrovias, aeroportos e portos que serão feitos neste ano.
Link:
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/06/1291075-agencia-ameaca-rebaixar-brasil-por-perda-de-credibilidade-na-politica-economica.shtml
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