sexta-feira, 14 de junho de 2013

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Ceticismo, Ciência, Comportamento, Cultura, Economia, Filosofia, Literatura, Mídia, Mitos Desmascarados, Polí­tica, Pseudociência, Tecnologia



Brasil é o segundo em qualidade de educação,Oh! Wait!
Deixe-me correr para corrigir o erro do título. Eu estava vendo a listagem de cabeça pra baixo. Mal aí, gente! Mais uma vez, nós mostramos a que viemos: sermos chacota no cenário mundial, mas parece que ninguém se importa. Por que alguém se importaria? Tal aconteceria se Educação fosse algo mais prioritário que verificar se acabou a lata de leite condensado.

Entra ano, sai ano e é sempre a mesma palhaçada de sempre, com políticos vociferando a importância do cenário educacional (totalmente falido por aqui), mas sempre sendo o mais do mesmo. A população, a bem da verdade, pouco se dá se as êmulas claudicam ou que os professores sejam acicatados (não há o verbo "ciclatar" no VOLP).
É puramente vergonhoso o nível que estamos e mais vergonhoso ainda é que isso já não me é mais novidade. Não vejo mudanças no cenário daqui pra frente, estamos estagnados no ponto onde chafurdamos no lodaçal da ignorância, restando locupletarmo-nos em não piorar… mas vai, podem ter certeza. Fiquem de pé. Inclinem-se para frente. Estão vendo o abismo? É para o fundo que vamos. Não adianta choro, toalha, meia gravada com o nome da distinta e dane-se as letras de sambas antigos.
Abaixo, vemos a listagem do ranking global de Educação que comparou 40 países levando em conta notas de testes e qualidade de professores, dentre outros fatores. A pesquisa foi encomendada à consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU), pela Pearson, empresa que fabrica sistemas de aprendizado e vende seus produtos a vários países. As informações são da BBC (ela é Imprensa Golpista?)
  1. Finlândia
  2. Coreia do Sul
  3. Hong Kong
  4. Japão
  5. Cingapura
  6. Grã-Bretanha
  7. Holanda
  8. Nova Zelândia
  9. Suíça
  10. Canadá
  11. Irlanda
  12. Dinamarca
  13. Austrália
  14. Polônia
  15. Alemanha
  16. Bélgica
  17. Estados Unidos
  18. Hungria
  19. Eslováquia
  20. Rússia
  21. Suécia
  22. República Tcheca
  23. Áustria
  24. Itália
  25. França
  26. Noruega
  27. Portugal
  28. Espanha
  29. Israel
  30. Bulgária
  31. Grécia
  32. Romênia
  33. Chile
  34. Turquia
  35. Argentina
  36. Colômbia
  37. Tailândia
  38. México
  39. Brasil
  40. Indonésia
O próprio Economist fez um comentário nada lisonjeiro que a população paga impostos do nível da Europa e recebe um sistema educacional semelhante ao da África. Shooooooooooooowzaço! Somos bons naquilo que interessa: extorquir a população de seu rico dinheirinho, já que dinheiro é coisa de burguês e devemos privar os cidadãos brasileiros deste grande mal.
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Cadê os babacas dizendo que a Educação aqui é uma das melhores, porque alguns alunos ganharam torneios internacionais de Olimpíadas disso e daquilo?
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Em 2005, a Veja (agora sim! IMPRENSA GOLPIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIISTAAAAA!!) trouxe a matéria "7 Lições da Coreia para o Brasil". São elas:
  1. Concentrar os recursos públicos no Ensino Fundamental – e não na universidade – enquanto a qualidade nesse nível for sofrível
  2. Premiar os melhores alunos com bolsas e aulas extras para que desenvolvam seu talento
  3. Racionalizar os recursos para dar melhores salários aos professores
  4. Investir em polos universitários voltados para a área tecnológica
  5. Atrair o dinheiro das empresas para a universidade, produzindo pesquisa afinada com as demandas do mercado
  6. Estudar mais. Os brasileiros dedicam cinco horas por dia aos estudos, menos da metade do tempo dos coreanos
  7. Incentivar os pais a se tornarem assíduos participantes nos estudos dos filhos
1) Não será feito. A Universidade parece artigo de luxo. Um ideal a ser conquistado, pouco importando o que acontecerá depois de formado ou durante o curso.
2) Nah, nah. Meritocracia é algo feio e coisa que psicopedarretardadas odeiam. O lance é premiar alunos sem a menor condição de estar numa faculdade, pois foi aprovado pelo regime de Aprovação Automática, mal sabendo escrever o próprio nome. Se bem que isso não impede de ser eleito para um cargo público.
3) HAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAAHAHAHA
4) Ciência & Tecnologia nunca foi prioridade aqui no Brasil. O lance é discutir as vicissitudes da vida pós-moderna, numa confluente abordagem do cotidiano e reflexões sintomáticas do porquê a pessoa lhe assalta, já que você está ostentando seu vale transporte e anda de trem lotado.
5) Com nossos sistemas de extorsão, digo, investimento, fica difícil alguém querer desenvolver algo aqui. Steve Jobs disse com todas as letras que a carga tributária do Brasil é maluca e anti-competitiva.
6) HAHAHAHAHAHUAHUSAHUSAHUSAHUSAHUSAHSIAHAHAAUASHUSAHUHAHAHAH
AU… COF… COF… COF… AAAAAAAHHHHHHSUHAUHAHUAHAUHS
7) Pai paga colégio caro para que este tome conta de tudo. A maioria não está nem aí.
O 8º item deveria ser extinção das faculdades de Pedagogia, declarando a profissão como "fora-da-lei". Mas num país onde Homeopatia e Astrologia são profissões reconhecidas (desculpe, Lealcy, mas a área de TI não é), por que Pedagogia não seria?
Aliás, na própria Veja desta semana, em artigo da Monica Weinberg, somos apresentados a professores que são verdadeiras estrelas. Não porque são aquela escória que fazem palhaçada em cursinhos, e sim porque ensinam pra valer e o vestibular para aquelas bandas não é o lixo que temos aqui e o ENEM seria algo que uma criança coreana de maternal riria de tão idiota que a prova é. Infelizmente, não está disponível online e nem tive tempo para escaneá-la. Então, professor, vá numa banca e compre um exemplar (e chore copiosamente depois).
Mas há um porém. Será que essa pressão toda em cima dos estudantes é necessária? No caso da China, por exemplo, não vejo muita saída a não ser espremer as crianças desde cedo. Caminhando para quase 2 bilhões de habitantes, não há vagas para atender a todos eles, e a saída é sair cortando por cima, coisa que no Brasil do Coitadismo, isso magoaria as criancinhas. Por lá, eles sabem que estão em constante competitividade e não há mercado de trabalho para todos, onde os perdedores acabaram indo trabalhar numa Foxxcon da vida ou embalando meus trecos de 2 dólares da DealExtreme.
No Brasil, não há nada, nem uma simples cobrança ou questionamento que coloque governos e prefeituras contra a parede, pois o município do Rio de Janeiro é a cidade que mais possui escolas municipais no mundo. Já era para termos erradicado (ou algo bem perto disso) o analfabetismo, mas enquanto mascara-se resultados, engana-se a todos separando em analfabeto, analfabeto funcional, lê mas não escreve, escreve deus-sabe-como, ele é tão lindinho que não pode ser analfabeto, que mané analfabeto o que! eu sei desenhar meu nome… e assim por diante.
O ranking mostra a realidade que todos nós conhecemos mas fingimos não ser conosco. Não fará diferença, as pessoas lerão isso aqui e correrão para a TV pois estará na hora da novela. O fato é que somos um país de iletrados, onde muitas e muitas vezes alguém chega aqui e mal entende o que coloquei nos artigos, ou só lê a primeira linha, ou lê, não entende e já parte pro xingamento.

Parabéns a todos os envolvidos.

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