segunda-feira, 8 de julho de 2013

ROTA DO DINHEIRO K

Lavagem de dinheiro: ex-secretária ratificou ter visto sacolas de dinheiro na Presidência

Miriam Quiroga confirmou à Justiça que o ex-secretário presidencial, Daniel Muñoz, lhe mostrou uma sacola com dólares. Quando ela, de brincadeira, pediu alguns, ele respondeu “foram bem contados pelo chefe”.


Por Nicolás Pizzi



Miriam Quiroga declarou à Justiça, na sexta-feira, 28 de junho,  durante quase seis horas e ratificou o episódio que ocorreu com o ex-secretário privado do ex-presidente Néstor Kirchner, Daniel Muñoz, que teria mostrado a ela uma sacola e dito: “Olha quanto pesa, são verdes (dólares)”.



Kirchner governou a Argentina entre 2003 e 2007 e morreu em 2010 quando já tinha passado o cargo para sua sucessora e esposa, a agora viúva Cristina Kirchner.


A ex-secretária de Néstor (seu cargo formal era de Diretora de Documentação Presidencial) deu a entender, segundo fontes judiciais, que o dinheiro pertencia ao ex-presidente.



A história, contada no programa de televisão ‘Periodismo Para Todos’ (PPT, Jornalismo Para Todos), do canal 13, e reproduzida em seu livro “Mis años com Néstor e todo lo que vi”, aconteceu “na frente do escritório presidencial”.



Para explicar em detalhe, Quiroga fez à mão um croquis da área onde trabalhava na Casa Rosada.


Revelou o nome de um ex-funcionário, que identificou apenas com o prenome, que poderia ratificar o que ela disse.



Fontes judiciais adiantaram que “não há problema para identificá-lo” e que será chamado a prestar depoimento como testemunha.



Paralelamente, na causa principal por lavagem de dinheiro investigada pelo juiz Sebastián Casanello e pelo promotor Guillermo Marijuán, a deputada da oposição Elisa Carrió entregou cópia dos cheques com os quais o ex-contador de Lázaro Báez, Daniel Pérez Gadín, comprou uma fazenda de US$ 15 milhões perto do balneário de Punta del Este, no Uruguai.



Báez é considerado por Carrió, como “o testa de ferro de Kirchner” e também lhe atribuem haver transladado sacolas com dinheiro.



Durante a audiência, estavam presentes o juiz Rodríguez, o promotor Ramiro González, o advogado de Muñoz, Germán Soria, e o advogado do governador Daniel Peralta, defendido pelo escritório de León Arslanián.



Ao longo de sua declaração, que casualmente foi no dia do seu aniversário, Miriam Quiroga respondeu a umas cem perguntas.



A maioria apontava ao episódio com Muñoz. A ex-secretária reproduziu partes do diálogo: “`Dá alguns para mim´, disse jocosamente após levantar a sacola.




´Foram muito bem contados pelo chefe´, teria respondido Muñoz”.



Segundo o relato de Quiroga, essa sacola saiu da Casa de Governo, foi para a residência presidencial de Olivos e de lá, em um avião privado, foi levada para Santa Cruz, na Patagônia.



Por esse motivo, segundo apurou o Clarín, o juiz Rodríguez pedirá informação ao Departamento de Imigrações e à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) sobre as viagens do ex-secretário ao sul da Argentina.



No programa PPT, do jornalista Jorge Lanata, Quiroga também falou sobre sacolas com dinheiro que eram levadas a cidade de Río Gallegos, na província de Santa Cruz, por via terrestre.



Depois, em seu livro, ela mencionou uma “velha Cherokee verde”, que viajava pela estrada para a Patagônia.


Quando o promotor a interrogou sobre as sociedades anônimas que estão a nome dos indiciados no caso, Quiroga respondeu que não as conhecia.


Também não forneceu dados sobre os três empresários que, supostamente, tinham entregado o dinheiro que ia para Santa Cruz: Enrique Ezkenazi, Lázaro Báez e Cristóbal López.


“Não me consta”, respondeu.



De qualquer maneira, sua declaração pode colocar em marcha a investigação.



Os investigados puseram agora a mira no patrimônio de Muñoz, que cresceu meteoricamente.

link:

http://www.clarin.com/br/Lavagem-dinheiro-ex-secretaria-ratificou-Presidencia_0_946705774.html

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