sábado, 14 de junho de 2014

05/06/2014
 às 16:16

Xiii… Justiça italiana adia decisão sobre extradição de Pizzolato; há petistas tremendo nas bases

Xiii, há petistas tremendo nas bases. A Corte de Apelações de Bolonha, na Itália, adiou para o dia 28 de outubro a decisão sobre o pedido de extradição do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no julgamento do mensalão. Depois de três horas e meia de audiência, decidiu-se postergar a palavra final. Vamos lá: a Itália não extradita os seus cidadãos, e o tratado com o Brasil, que está em vigência, não prevê que um país envie ao outro seus naturais, ainda que tenham cometido crime no país alheio.
Mas Pizzolato é um natural italiano? Não! Ele é um “italiano” muito entre aspas, nascido em Concórdia, em Santa Catarina. Em razão de sua ascendência, conseguiu a dupla cidadania. Acontece que, do ponto de vista legal, é tão brasileiro como italiano, tendo cometido um crime grave no Brasil, que nada tem a ver com política. Trata-se de delito comum.
O argumento que mais tem pesado contra ele na Itália é que a dupla cidadania, se tiver alguma utilidade na esfera criminal, tem de servir para proteger a pessoa de uma perseguição política, não para livrar a cara de um criminoso. Assim, embora a lei italiana não preveja a extradição de seus cidadãos, considera-se que o caso Pizzolato é especial. Existe, sim, a possibilidade de ele ser extraditado.
E é por isso que existem petistas nervosos. Em certas áreas do partido, ele não é bem-visto. Consideram-no mole demais, de têmpera diferente da de um Delúbio Soares, por exemplo. Sua fuga não foi bem-vista. Soou como confissão de culpa. Antes disso, Pizzolato já havia jogado a responsabilidade para cima, dizendo que atuou como atuou sob as ordens de Luiz Gushiken, que já morreu. O expediente pegou muito mal. Teme-se que, no Brasil, ele resolva dar com a língua nos dentes.
Só para lembrar: Pizzolato, um peixe apenas médio do mensalão, comprou três imóveis na Espanha: dois apartamentos de luxo e um de classe média. Dois deles ficam no condomínio Urbanización Costa Quebrada, na cidade de Benalmádena, coladinhos ao mar. Foram unidos num só para o conforto do petista e de Andrea, sua mulher. Cada apartamento padrão tem 140 metros quadrados e está estimado em 450 mil euros — R$ 1,5 milhão. Vale dizer: só nessa operação, o mensaleiro foragido gastou R$ 3 milhões. E pensar que José Dirceu, que era o chefe político dele, precisou pedir esmola para pagar a multa imposta pelo STF! Dá uma peninha, né?
Por Reinaldo Azevedo


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