Ateísmo marxista
O MATERIALISMO DE MARX
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
* Professor no Seminário de Mariana - MG
Arquidiocese de Mariana
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Muitos, ainda hoje, defendem o marxismo, o qual é essencialmente ateu. Toma-se, por vezes, ateu como sinônimo de marxista ou vice-versa. Todo marxista é ateu, mas nem todo ateu é marxista. Por isto os demais ateus, que se opõem, política e socialmente aos adeptos de Marx, até renunciam, em certas circunstâncias, a agressividade com relação à religião. Chegam mesmo a transigir com ela, na esperança de terem um aliado na oposição aos marxistas. Além disto, o marxismo não se contentou em litigar contra as religiões. Ele sempre quis exercer na vida pública e individual o papel tirado às Igrejas. É precisamente sua constituição atéia que explica a virulência inata ao ateísmo do marxismo comunista.
Este julga-se depositário da exclusiva e total verdade. Torna-se, assim, um ferrenho opositor a qualquer tipo de teologia. Donde o ateísmo não lhe ter um caráter acidental e contingente. Ele se insere numa visão geral do cosmo. Deus é positivamente banido. Há uma incompatibilidade filosófica e psicológica entre esta ideologia e um Criador. Nunca se conseguiu, apesar das ingênuas tentativas de muitos, a conciliação entre marxismo e o sobrenatural. A Teologia da Libertação que se alicerçava em princípios marxistas foi condenada pelos papa exatamente por isto. Desde 1841, Karl Marx fez profissão do mais indecomponível ateísmo. “Eu tenho ódio a todos os deuses!”, exclamava ele, antes de descobrir sua vocação de reformador da sociedade. Reconhecia uma deidade: a “consciência humana”.
A recusa ao cristianismo em Marx, como em Freud, se faz em nome da consciência, mas há um repúdio passional neste modo de ser. Interessantes as reações de ambos. Um e outro, judeu no seio do mundo que se diz cristão, mas no qual se sabe e se percebe estrangeiro. Marx humilhado pela conversão oportunista de seu pai, também judeu, para o luteranismo, por uma reação íntima, se identifica com a superestrutura tendenciosa de certas evoluções econômicas. Esperava, pois, que abolindo o capitalismo, a revolução proletária traria simultaneamente um golpe de morte ao cristianismo. O ateísmo marxista, progressivamente, de modo mais explícito, tomará uma feição partidária e se pretenderá dotado de um arcabouço perfeito. Marx é seguidor de Hegel, Strauss, Bauer e, sobretudo, de Feuerbach. Neste ele haure o leit motiv de seu humanismo.
Estes pensadores o ajudarão a motivar e a formular racionalmente sua revolta contra os deuses, mormente, contra o Deus bíblico. Indignação, cujas raízes se ocultam além do subconsciente do filho de um judeu liberal, que se fez cristão por conveniência na convicção falaciosa de se arrancar, assim, à condição de judeu. As circunstâncias históricas e sociais, além disto, são a explicação do surto ateu, principalmente, de Feuerbach. A Prússia, depois das guerras napoleônicas, nos mostra uma conjuntura na qual as elites suportavam dificilmente o que consideravam obscurantismo da contra-revolução e, conseqüentemente, exaltando a Revolução Francesa, símbolo da liberdade e das luzes.
Dado que os tiranos se reclamavam o “direito divino”, é todo o divino que era mister abater para livrar o homem da tirania. Libertar o homem de Deus, que é uma criação ilusória do espírito humano, seria o novo objetivo da humanidade. Feuerbach é o primeiro a usar a expressão que se difundiria rapidamente: “alienação religiosa”. Esta fizera surgir o Deus cristão e os outros deuses. Agora, o homem estava, segundo ele, adulto para colocar fim à transferência e recuperar a totalidade de seu ser.
São estes aspectos que precisam ser firmados para que ingenuamente não caiam nas ciladas materialistas destes autores.
Este julga-se depositário da exclusiva e total verdade. Torna-se, assim, um ferrenho opositor a qualquer tipo de teologia. Donde o ateísmo não lhe ter um caráter acidental e contingente. Ele se insere numa visão geral do cosmo. Deus é positivamente banido. Há uma incompatibilidade filosófica e psicológica entre esta ideologia e um Criador. Nunca se conseguiu, apesar das ingênuas tentativas de muitos, a conciliação entre marxismo e o sobrenatural. A Teologia da Libertação que se alicerçava em princípios marxistas foi condenada pelos papa exatamente por isto. Desde 1841, Karl Marx fez profissão do mais indecomponível ateísmo. “Eu tenho ódio a todos os deuses!”, exclamava ele, antes de descobrir sua vocação de reformador da sociedade. Reconhecia uma deidade: a “consciência humana”.
A recusa ao cristianismo em Marx, como em Freud, se faz em nome da consciência, mas há um repúdio passional neste modo de ser. Interessantes as reações de ambos. Um e outro, judeu no seio do mundo que se diz cristão, mas no qual se sabe e se percebe estrangeiro. Marx humilhado pela conversão oportunista de seu pai, também judeu, para o luteranismo, por uma reação íntima, se identifica com a superestrutura tendenciosa de certas evoluções econômicas. Esperava, pois, que abolindo o capitalismo, a revolução proletária traria simultaneamente um golpe de morte ao cristianismo. O ateísmo marxista, progressivamente, de modo mais explícito, tomará uma feição partidária e se pretenderá dotado de um arcabouço perfeito. Marx é seguidor de Hegel, Strauss, Bauer e, sobretudo, de Feuerbach. Neste ele haure o leit motiv de seu humanismo.
Estes pensadores o ajudarão a motivar e a formular racionalmente sua revolta contra os deuses, mormente, contra o Deus bíblico. Indignação, cujas raízes se ocultam além do subconsciente do filho de um judeu liberal, que se fez cristão por conveniência na convicção falaciosa de se arrancar, assim, à condição de judeu. As circunstâncias históricas e sociais, além disto, são a explicação do surto ateu, principalmente, de Feuerbach. A Prússia, depois das guerras napoleônicas, nos mostra uma conjuntura na qual as elites suportavam dificilmente o que consideravam obscurantismo da contra-revolução e, conseqüentemente, exaltando a Revolução Francesa, símbolo da liberdade e das luzes.
Dado que os tiranos se reclamavam o “direito divino”, é todo o divino que era mister abater para livrar o homem da tirania. Libertar o homem de Deus, que é uma criação ilusória do espírito humano, seria o novo objetivo da humanidade. Feuerbach é o primeiro a usar a expressão que se difundiria rapidamente: “alienação religiosa”. Esta fizera surgir o Deus cristão e os outros deuses. Agora, o homem estava, segundo ele, adulto para colocar fim à transferência e recuperar a totalidade de seu ser.
São estes aspectos que precisam ser firmados para que ingenuamente não caiam nas ciladas materialistas destes autores.
* Professor no Seminário de Mariana - MG
Arquidiocese de Mariana
Nenhum comentário:
Postar um comentário