"Maluquice bolivariana"
"A oposição venezuelana acaba de comprar 18 aviões de guerra aos estados Unidos". É o que garante o ex-vice-presidente e ex-ministro da defesa e relações externas de Hugo Chávez, às vésperas de o Conselho de Estado decidir como se relacionará o governo de Maduro com a Colômbia”, noticiou a agência de notícias espanhola EFE.
O ex-vice-presidente e ex-ministro da defesa de Chávez, José Vicente Rangel jogou lenha na fogueira em seu programa dominical de doutrinação socialista transmitido pelo canal privado de TV – TELEVEN
Essa figura aí acima, ex-vice-presidente de Venezuela, José Vicente Rangel, afirmou, no domingo de ontem, que “venezuelanos da oposição” assinaram um contrato de compra de 18 aviões de guerra que serão entregues em breve numa base militar dos EUA na Colômbia, num cana de TV privado onde tem um programa dominical de doutrinação socialista. Disse ainda que, “os aviões serão entregues aos oposicionistas do regime de Caracas” – que, todavia não disse quem são – “o mais tardar em novembro deste ano”.
Acrescentou Rangel em sua ‘denuncia’ que os aviões foram negociados no último dia 27 de maio, na cidade americana de San Antonio, no Texas, “entre executivos da indústria americana de aviões de guerra e venezuelanos da oposição”, e serão trazidos para uma base militar estadunidense “localizada na Colômbia e que tem as seguintes coordenadas: Lat. 11 graus, 25 minutos e 31 segundos e Long. 72 graus, 7 minutos, e 46 segundos”.
Rangel, que não revelou a fonte de tais informações, pediu pela TV “que a sua denúncia não seja subestimada, em função do clima que atualmente existe de agressões midiáticas e políticas contra a Venezuela”. “Será que os órgãos de segurança do país podem checar tais informações que não vacilo em qualificar como extremadamente graves e buscar informações sobre o fato junto às autoridades norte-americanas e colombianas? Estaria sendo preparada uma agressão armada ao país devidamente camuflada com a participação de mercenários?”, perguntou Rangel.
A denuncia – que alguns acreditam ser mais um factóide criado pelo regime de Caracas – ocorre um dia após o presidente de Venezuela, Nicolás Maduro, ter convocado uma sessão do Conselho de Estado para a terça feira de amanhã para que seja definida “de maneira central” as relações que a Venezuela manterá com o estado e o governo da Colômbia, seu principal vizinho.
O Conselho de Estado é uma instituição que reúne extraordinariamente representantes das mais importantes instâncias de poder do país, e que deverá redigir “um documento” que expresse “de maneira central a visão venezuelana de como o Palácio Miraflores se relacionará com Bogotá, com seu estado e seu governo”, explicou o denunciante.
A relação com o vizinho se tornou ainda mais tensa quando o Presidente Juan Manuel Santos, da Colômbia, recebeu no mês passado o líder da oposição venezuelana, Henrique Capriles, que não reconhece Maduro como presidente nem os resultados eleitorais de 14 de abril último, que impugna por considerá-los amplamente fraudados e, também, por haver o colega colombiano comentado sobre a possibilidade de o país vir a fazer parte da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), comentário esse logo minimizado pelo ministro da Defesa colombiano, Juan Carlos Pinzón. Isso tudo levou Maduro a acusar o colega colombiano de fazer “um giro negativo” em sua política para com a ‘região’.
Maduro chegou a comentar com a rispidez dos ofendidos dizendo que “estamos dispostos a recompor as regras do jogo para relações de respeito, de respeito, sem joguinhos de hipocrisia; não aceito joguinhos de ninguém; que o saibam na Colômbia; não aceito joguinhos porque aqui não há bobos governando, aqui há chavezistas e bolivarianos”. E continuou, “eu também sou um democrata, presidente Santos; os que não são democratas são os feitores da direita que foram se reunir com você e desconhecem a ‘democracia venezuelana’, as instituições venezuelanas e estão a conspirar contra a nossa economia, que estão a conspirar para me matar”.
Por ‘coincidência’ a denúncia de Rangel acontece também um dia depois de o ministro venezuelano do exterior, Elías Jaua, ter dito que a designação de um novo embaixador de seu país nos EUA ocorrerá “quando haja condições”. Jaua tinha se reunido na quarta feira passada como o Secretário de Estado americano, John Kerry, com quem acordou a próxima designação dos respectivos embaixadores, três anos após a expulsão dos titulares anteriores de Caracas e de Washington.
Desde a chegada ao poder de Hugo Chávez, em 1999, as relações entre os dois países tem sido tensas e assim continuam com Maduro, com intermitentes denúncias de “ingerência” dos EUA em assuntos internos do país e acusações frequentes americanas contra “o autoritarismo socialista” do governo da Venezuela.
*Francisco Vianna, com imprensa internacional, por e-mail, via Grupo Resistência Democrática.
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