PARA VARIAR, MAIS UM ESCÂNDALO. E MARINA SILVA AINDA QUER CONVIDAR O LULA COMO CONSELHEIRO DE SEU EVENTUAL GOVERNO.
O
ministro Walton Alencar: ele dava atenção especial a processos de
interesse do governo em troca da nomeação da mulher para uma vaga no STJ
(Foto do site de Veja)
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O
Tribunal de Contas da União (TCU) carrega entre suas prerrogativas
constitucionais a missão sagrada de zelar pelas melhores práticas de
gestão na máquina estatal. É ponto pacífico, nesse caso, que quem tem o
poder de fiscalizar e punir o erro alheio, tem também a obrigação de dar
exemplo de correção no funcionalismo. A capacidade de ser transparente e
de não se omitir ante os problemas que possam aparecer é o que faz do
tribunal uma instituição forte, capaz de depurar seus procedimentos, ou
uma instituição frágil, submetida a interesses fisiológicos e
antirrepublicanos. Na mais recente edição de VEJA, que está nas bancas, o
tribunal é confrontado com esses dois caminhos: a responsabilidade ou a
omissão. Revelada a intensa troca de favores estabelecida entre o
ministro Walton Alencar e a então ministra da Casa Civil, Dilma
Rousseff, e seu braço-direito na pasta, Erenice Guerra, o tribunal, por
enquanto, escolheu a omissão.
Quatro
dias depois de ter tomado conhecimento das mensagens nas quais Walton
repassa informações privilegiadas do TCU à Casa Civil na mesma
velocidade em que usa a influência de Dilma e Erenice para conseguir a
nomeação de sua mulher, Isabel Gallotti, para o Superior Tribunal de
Justiça (STJ), o presidente do tribunal, ministro Augusto Nardes, emitiu
um único pronunciamento em que afirma que “tomou ciência das notícias
veiculadas no último final de semana e irá emitir pronunciamento após
avaliação”. Procurado para se posicionar sobre o caso, o corregedor do
tribunal, ministro Aroldo Cedraz, a quem compete investigar desvios de
conduta como os ora revelados por VEJA, também silenciou.
O único
que se manifestou sobre o caso, por mais irônico que isso possa
parecer, foi o próprio ministro Walton Alencar. A nota enviada por ele
ao comando do TCU merece ser lida mais pelo que o ministro omite do que
pelo que diz. Ignorando as mensagens reproduzidas por VEJA em que ele
escreve a Erenice em diferentes momentos para trocar favores e pedir
ajuda para emplacar a sua mulher num cargo de ponta, Walton concentra-se
sobre o mais leve dos pecados revelados na reportagem: a parte que
Erenice solicita que ele aconselhe o advogado do PT Márcio Silva sobre
questões eleitorais: “Na qualidade de ministro do TCU, tenho, por dever
de ofício, de manter contato com autoridades de todos os Poderes e
escalões. Nesse sentido, a solicitação da então ministra Chefe da Casa
Civil de receber certo advogado nada significa, pois todos sabem que
todos os advogados que solicitam audiência no meu gabinete são por mim
recebidos indiscriminadamente”. Receber um advogado é uma coisa. Dar
conselhos eleitorais a ele, outra bem diferente. A resposta seletiva do
ministro joga ainda mais responsabilidade sobre o comando do TCU, a quem
cabe adotar as devidas providências sobre o caso. Do site da revista Veja
link:
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