Que tal deixar o eleitor pensar um pouco?
Por Paulo Roberto Gotaç
Estamos presenciando a uma verdadeira inundação de pesquisas eleitorais e de intenção de votos.
Praticamente a cada dois dias, leitores, espectadores e ouvintes são atingidos por uma avalanche de gráficos e números divulgados pelos respectivos institutos, cuja confiabilidade é, às vezes, questionada.
Os levantamentos, sendo encomendados por órgãos de imprensa ou entidades de classe, configuram uma prestação de serviços executados por aqueles institutos, o que tira deles, de certa forma, a responsabilidade pela exagerada e, convenhamos, desnecessária, frequência na divulgação de dados.
O que deve ser considerado, no entanto, pelos solicitadores, que não desconhecem a inevitável influência das pesquisas na intenção do eleitor, é que tal saturação visivelmente favorece o chamado voto útil, impedindo que quem vota exerça seu direito no sentido de escolher o melhor candidato na sua visão, passando a se concentrar no "menos pior" mas com chance de vencer.
É, portanto, lícito admitir que a frequência de divulgação seja diretamente proporcional à incidência do voto conveniente.
Assim, seria desejável, para futuras eleições , que o número de sondagens fosse regulamentado pelo TSE e limitado a um número menor, talvez, por exemplo, uma a cada quinze dias, além da de boca de urna, a fim de que o voto seja menos direcionado por previsões, conforme está acontecendo.
Que tal deixar o eleitor pensar um pouco mais do que lhe está sendo permitido hoje?
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.
link:
http://www.alertatotal.net/2014/09/que-tal-deixar-o-eleitor-pensar-um-pouco.html
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