Os 38 réus listados no processo do mensalão, que deve ser julgado no início de agosto no Supremo Tribunal Federal (STF), são acusados pelo Ministério Público de diversos crimes no caso deflagrado em 2005 em que parlamentares teriam recebido dinheiro em troca de apoio político ao governo no Congresso Nacional
Notícia
Reuters
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)
A acusação pede que os réus do chamado núcleo político --formado pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoíno, e o ex-tesoureiro da sigla Delúbio Soares-- sejam enquadrados nos crimes de formação de quadrilha, caracterizado pela associação de pelo menos três pessoas para práticas criminosas, e corrupção ativa, ato de oferecer vantagem indevida a funcionário público para que ele pratique ato ilegal.
O grupo teria comandado o esquema, que envolveria desvio de recursos públicos, para negociar apoio político, pagamento de dívidas partidárias e custear gastos de campanhas eleitorais.
Os réus que integram o chamado núcleo operacional --liderado pelo publicitário Marcos Valério-- são acusados ainda de peculato, caracterizado pela apropriação de dinheiro ou bem público ou desviá-lo em benefício próprio ou de terceiro, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
O núcleo operacional teria fornecido a estrutura empresarial para colocar o esquema em prática.
A corte deverá avaliar ainda se dirigentes do Banco Rural, que teriam fornecido recursos financeiros aos outros dois núcleos, serão condenados por gestão fraudulenta de instituição financeira.
Além disso, 34 dos 38 réus são acusados de lavagem de dinheiro.
Confira, a seguir os crimes pelos quais os réus podem ser condenados:
FORMAÇÃO DE QUADRILHA:
-- José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares, Marcos Valério, Ramon Hollerbach (sócio de Marcos Valério à época), Cristiano Paz (então sócio de empresas de Valério), Rogério Tolentino (advogado; sócio Valério à época), Simone Vasconcelos ( então diretora administrativo-financeira de uma das empresas de Valério), Geiza Dias (gerente financeira de empresa de Valério na época), Kátia Rabello (ex-presidente do Banco Rural), José Roberto Salgado (ocupou diretoria e vice-presidência do Banco Rural), Vinícius Samarane (também foi diretor do Banco Rural), Ayanna Tenório (em 2004 assumiu a Vice-Presidência do Banco Rural), Pedro Corrêa (ex-presidente do PP), Pedro Henry (liderou a bancada do PP na Câmara), João Cláudio Genu (assessor do deputado José Janene, que também liderou a bancada do PP), Enivaldo Quadrado e Breno Fischberg (administradores da Bônus Banval), Carlos Alberto Quaglia (sócio da corretora Natimar), Valdemar Costa Neto (era presidente do extinto PL; atual deputado pelo PR), Jacinto Lamas (ex-tesoureiro do PL), Antônio Lamas (assessor do PL; irmão de Jacinto)
CORRUPÇÃO ATIVA:
-- José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares, Marcos Valério, Ramon Hollerbach, Cristiano Paz, Rogério Tolentino, Simone Vasconcelos, Geiza Dias, Anderson Adauto (ex-ministro dos Transportes).
PECULATO:
-- Marcos Valério, Ramon Hollerbach, Cristiano Paz, João Paulo Cunha (ex-deputado pelo PT, presidia a Câmara dos Deputados), Luiz Gushiken (ex-ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República), Henrique Pizzolato (ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil).
LAVAGEM DE DINHEIRO:
-- Marcos Valério, Ramon Hollerbach, Cristiano Paz, Rogério Tolentino, Simone Vasconcelos, Geiza Dias, Kátia Rabello, José Roberto Salgado, Vinícius Samarane, Ayanna Tenório, João Paulo Cunha, Henrique Pizzolato, Pedro Corrêa, Pedro Henry, João Cláudio Genu, Enivaldo Quadrado, Breno Fischberg, Carlos Alberto Quaglia, Valdemar Costa Neto, Jacinto Lamas, Antônio Lamas, Bispo Rodrigues (ex-deputado pelo extinto PL), Roberto Jefferson (presidente do PTB; delator do mensalão), Emerson Palmieri (era primeiro-secretário do PTB e atuava como tesoureiro informal do partido), Romeu Queiroz (ex-deputado pelo PTB), José Borba (ex-deputado pelo PMDB), Paulo Rocha (ex-deputado pelo PT), Anita Leocádia (era assessora de Paulo Rocha), Professor Luizinho (ex-líder do governo na Câmara, ex-deputado pelo PT), João Magno (ex-deputado pelo PT), Anderson Adauto, José Luiz Alves (assessor do ex-ministro dos Transportes), Duda Mendonça ( publicitário; marqueteiro da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência em 2002) e Zilmar Fernandes (sócia de Duda).
EVASÃO DE DIVISAS:
-- Marcos Valério, Ramon Hollerbach, Cristiano Paz, Simone Vasconcelos, Geiza Dias, Kátia Rabello, José Roberto Salgado, Vinícius Samarane, Duda Mendonça, Zilmar Fernandes.
GESTÃO FRAUDULENTA DE INSTITUIÇÃO FINANCEIRA:
-- Kátia Rabello, José Roberto Salgado, Vinícius Samarane, Ayanna Tenório.
CORRUPÇÃO PASSIVA:
-- João Paulo Cunha, Henrique Pizzolato, Pedro Corrêa, Pedro Henry, João Cláudio Genu, Valdemar Costa Neto, Jacinto Lamas, Bispo Rodrigues, Roberto Jefferson, Emerson Palmieri, Romeu Queiroz, José Borba.
Nenhum comentário:
Postar um comentário