Resultado de pesquisa expõe racha petista na campanha de Haddad
Catia Seabra - Folha.com
Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (21) frustra o projeto inicial da comitê de Fernando Haddad de chegar aos dois dígitos em julho e explicita racha petista quanto à condução da campanha.
Antes mesmo da oficialização da candidatura de Haddad, petistas planejavam ultrapassar a marca de 10% de intenção de votos até o fim de julho, chegando a 15% às vésperas da propaganda de TV.
Haddad, no entanto, continua estagnado em 7%. Embora comemorem o alto índice de rejeição do tucano José Serra (PSDB), em 37%, como uma prova de um desejo de mudança do eleitorado, petistas lamentam que Haddad não tenha encarnado o papel de seu opositor. E, sem uma ameaça direta de Haddad a Serra, o tucano poderá se esquivar de uma polarização com o petista.
Apesar de não acreditar na estabilidade de Celso Russomano (PRB) no patamar de 26% registrado na pesquisa, integrantes do comando da campanha reconhecem que a queda do adversário, se confirmada, não será tão rápida como esperado.
Petistas ouvidos pela Folha admitem erros na pré-campanha. Mas divergem sobre a origem.
Para alguns, Haddad enfrenta resistência entre os chamados "formadores de opinião" após entrada do PP, de Paulo Maluf, na campanha. O desgaste foi potencializado pela ruidosa desistência de Luiza Erundina (PSB) da vice.
Para outros petistas, porém, o PT errou ao se recusar a fazer aliança com o PTB, hoje principal braço de Russomano.
Há ainda divergências quanto à opção por atividades de rua na pré-campanha, em vez de se investir nos bairros da classe média. As mudanças deverão ser debatidas na reunião do comando da campanha de segunda-feira.
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