domingo, 1 de julho de 2012

Qual foi o preço do Rio+20?

Rio+20 custou cerca de R$ 97,1 milhões

A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), ocorrida entre 13 e 22 de junho, demandou desembolsos da ordem de pelo menos R$ 97,1 milhões por parte da União, recursos que foram administrados pelo Comitê Nacional de Organização da Rio+20 no âmbito do Ministério das Relações Exteriores (MRE). O levantamento não inclui despesas do governo do Estado ou da Prefeitura do Rio de Janeiro, ou ainda programas que tenham favorecido o evento de forma indireta. (veja tabela)
Apesar dos custos, o valor se encontra abaixo do orçamento previsto um mês antes do início da conferência, que ultrapassava a cifra de R$ 100 milhões. Na ocasião, já haviam sido gastos R$ 20,4 milhões, apenas em 2012, em dispêndios que incluíam locação e manutenção de imóveis, prestação de serviços de áudio, serviços gráficos e editoriais, serviços na área de tecnologia da informação, serviços de cópia e reprodução de documentos, além de consultoria.
No total, os repasses da União foram divididos na gestão de dois programas: política de meio-ambiente (R$ 1,5 milhão) e política externa (R$ 95,6 milhões). No primeiro grupo, concerne a atividade de “apoio aos temas ambientais da conferência”; no segundo, foram empregados R$ 11,9 mil em “eventos internacionais oficiais” e o restante na “organização e realização da conferência” propriamente dita. (veja tabela)
A maior parte dos gastos para organizar e realizar o evento se destinou à “locação de imóveis”, particularmente os espaços “Riocentro”, “HSBC Arena” e “Pier Mauá”. Ao todo, foram consumidos por volta de R$ 26,8 milhões com esse tipo de aluguel. O restante é atribuído à locação de “bens móveis” (R$22,8 milhões), locação de máquinas e equipamentos (R$ 16,9 milhões), seguros em geral (R$ 4,9 milhões), dentre demais custos também decorrentes de serviços prestados por empresas.
Desse montante, cerca de R$ 16,5 milhões foram destinados à “GL Events Centro de Convenções S.A.”. A sociedade é a responsável por locação do “Riocentro”, entre 02 e 27 de junho, e “HSBC Arena”, entre 07 e 26 de junho, sendo a empresa que mais recebeu da União em ações para a Rio+20. A segunda companhia com maiores repasses é a “Technik Brasil Ltda.”, designada para locação de equipamentos de audiovisual. Foram alocados R$ 14,1 milhões para a prestação de serviço.
O futuro que queremos
O documento final da Rio+20, aprovado em plenário da reunião, recebeu o título de “O futuro que queremos” e prevê, dentre outros pontos, a criação de um fórum político para desenvolvimento sustentável dentro das Nações Unidas. Ainda, estabelece a erradicação da pobreza como desafio principal dos Estados membros através da transferência de tecnologia a países em desenvolvimento.
Contudo, o texto oficial sofreu várias críticas por parte de segmentos da sociedade civil, ao ponto de lideranças de Organizações Não-Governamentais (ONGs) participantes da Rio+20 divulgarem carta aberta em repúdio à redação final.
“A Rio+20 passará para a história como uma Conferência da ONU que ofereceu à sociedade mundial um texto marcado por graves omissões que comprometem a preservação e a capacidade de recuperação socioambiental do planeta, bem como a garantia, às atuais e futuras gerações, de direitos humanos adquiridos”, diz trecho da carta.

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