ACADEMIA DE MEDICINA DA VENEZUELA QUER EXAMINAR CHÁVEZ PARA SABER O SEU VERDADEIRO ESTADO DE SAÚDE. Os chavistas no governo, no entanto, mantém Chávez oculto e inacessível, em Havana, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Chávez termina o mandato no dia 10 de janeiro, e não tomará posse em seguida, mas os chavistas dizem que está tudo bem.
O jornal espanhol ABC divulgou matéria informando que a Academia Nacional de Medicina se ofereceu ao Supremo Tribunal de Justiça para que possa ser feito um exame e a emissão de um laudo oficial sobre o estado de saúde de Hugo Chávez. Afinal, independente da vontade dos puxa-sacos que cercam o coronel, a população venezuelana, tendo ou não votado nele nas últimas eleições, tem o direito de saber como ele está realmente, afinal de contas.
É justo que muita gente suponha, até, que Chávez já esteja morto, ou mantido vivo artificialmente por meio de equipamentos especiais em uma UTI, em Havana; é preciso lembrar que, desde que Chávez reconheceu que havia algo errado, nunca as informações foram transparentes, mesmo quando era visível o inchaço de seu rosto e pescoço e quando mal parava em pé, tendo que apoiar-se em uma bengala ou muletas.
OS DONOS DO POVO
A trajetória de Hugo Chávez é curiosa. Em primeiro lugar, vendo-se como um predestinado, assim como Lula (o Deus de Marta), o coronel manobrou politicamente e conseguiu implantar uma ditadura chavista-bolivariana, sob inspiração de Fidel Castro, seu guru, e com o apoio de governos vizinhos complacentes com o autoritarismo e o totalitarismo, como a Bolívia, o Paraguai, a Argentina, o Equador, o Uruguai e o Brasil de Lula.
Os predestinados se vêm como dotados de direitos especiais, e acabam agindo como verdadeiros donos de seu povo. Assim fez Chávez, assim faz Morales, assim tentou fazer Lugo, assim fez em parte Lula, e assim faz Cristina Kirchner.
Sendo dono do povo e de tudo o que estiver dentro da porteira fechada, Chávez fala o que quer ao povo, inventa lorotas e faz ameaças aos críticos e persegue e põe na cadeia seus adversários, apenas por serem adversários.
Uma vez doente, e percebendo a gravidade da situação, não deu muitos detalhes e tentou agir como se nada estivesse acontecendo. Mas não foi bem assim, pois estava com um câncer raro e extremamente agressivo que lhe destruiu já várias áreas junto à virilha, intestino, e base da coluna.
Como confia no silêncio cubano e nos irmãos Castro, e não confia na imprensa livre, preferiu Cuba para se tratar. Foi a sua desgraça. Evitou os boletins médicos e a imprensa perguntadora, mas não pode enganar sua doença agressiva. Poderia tê-la retardado, mas preferiu arriscar.
Fidel e Raul sabem da importância de manter Chávez em Cuba. A Venezuela fornece todo o petróleo que os cubanos consomem, a preços subsidiados, quase de presente. Com Chávez imobilizado em um hospital cubano, os Castros têm a faca e o queijo na mão.
MORTE OU INCONSCIÊNCIA
Hugo Chávez, a esta altura, apesar das falas ambíguas de Nicolas Maduro, e Diosdado Cabello, está deitado em uma UTI, com infecção pulmonar, sonda nasogástrica e sendo alimentado de forma endovenosa, e sob ventilação mecânica. Além disso está mantido em sedação profunda.
Hugo Chávez não estará vivo na Venezuela no próximo dia 10 de janeiro para assumir o governo. Talvez ele não volte mais vivo para a Venezuela. Pode ser que façam um teatro e o transportem para Caracas, para os funerais, mas dizendo que está vivo e deixando para anunciar que morreu em solo pátrio. Até com Tancredo Neves aconteceu algo parecido, em Brasília. Lembram-se?
Sendo assim, se ele não puder estar em Caracas para a posse no dia 10, Cabello, o atual líder do Parlamento deveria assumir e convocar eleições em 30 dias. Mas é exatamente isso o que os chavistas ligados ao governo não querem. Não querem arriscar-se em novas eleições, que seriam em fevereiro, com Maduro como candidato, enfrentando, talvez, Henrique Capriles que, mesmo perdendo para Chávez (há quem duvide) conseguiu 44 por votos. Com Chávez fora do párea a coisa pode ficar diferente.
Desse modo, é conveniente que Maduro, Cabello e outros líderes do chavismo mantenham a dúvida sobre o estado de Chaves, evitando dar por vago o cargo de presidente por uma impossibilidade absoluta. Ocorre que alguns juristas acreditam que uma situação assim, em que o presidente não tomasse posse, não poderia ser maior que 90 dias.
De fato, Maduro é o vice atual. Chávez quando viajou a Cuba disse que gostaria que Maduro fosse seu candidato em novas eleições, caso ele não assumisse no dia 10. Nesse caso, quem assumiria seria Cabello, do Parlamento. Chávez não assumindo, não é mais presidente, pois o mandato termina no dia 10. O vice também não será mais Maduro, pois sai junto com Chávez.
Chávez, mesmo em Cuba, e não sendo dado por impedido, será presidente sem assumir, mas sem vice nomeado, uma situação evidentemente esdrúxula.
A rigor, quem deveria governar a Venezuela por mais 30 dias, além de 10 de janeiro seria Diosdado Cabello. Mas parece que isso não acontecerá. Assim, os próprios chavistas estão criando uma situação fora do previsto pela Constituição.
Isso poderá não dar muito certo.
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