A renúncia de José Genoíno é o primeiro efeito positivo do fim do voto secreto no parlamento.
É claro que, com a votação aberta, os corporativistas da Câmara jamais teriam coragem de sustentar o mandato de um corrupto condenado, como fizeram no caso do colega presidiário Natan Donadon.
No anonimato escondem-se os covardes. Mas, no acender das luzes, é preciso (pelo menos) fingir mais compostura. E quando estão em jogo a reputação e a reeleição, todo político pensa duas vezes antes de acobertar as falcatruas de partidários e aliados. (Aí, é cada um por si!)
Com a renúncia, José Genoíno fez um favor aos colegas deputados e, principalmente, ao próprio partido. Poupou o PT da amarga missão de defender o indefensável às vésperas de uma eleição.
Foi uma saída (digamos) digna. Se bem que depois dos últimos laudos médicos, e da patente impossibilidade de aposentadoria por invalidez, Genoíno não tinha mesmo outra opção.