Farc acusam ministro de Defesa da Colômbia de "sabotar" processo de paz
EFE – 2 horas 39 minutos atrás
Havana, 24 nov (EFE).- As Farc acusaram o ministro da Defesa da Colômbia, Juan Carlos Pinzón, de se dedicar a "sabotar os esforços de paz que o país realiza", em declaração dilvugada neste sábado, na qual a guerrilha afirma que vê com otimismo os diálogos em Havana e negou tensões na mesa de negociação com o Governo.
Os delegados das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e do Governo voltaram a se reunir neste sábado na capital cubana em torno da mesa de diálogo, à qual já se incorporou o general reformado Óscar Naranjo, ex-diretor da Polícia Nacional e um dos negociadores da equipe do presidente Juan Manuel Santos.Ao chegar ao Palácio de Convenções de Havana, sede das conversas que foram iniciadas na segunda-feira, as Farc divulgaram uma declaração onde afirmam que o otimismo da guerrilha em torno do diálogo de paz "é grande" e asseguram que "não existiram tensões entre as partes".
No entanto, o grupo insurgente criticou Pinzón, chamado de "ministro da Guerra" e o acusa de ser um "elemento dedicado à tarefa de sabotar os esforços de paz o país realiza", segundo o comunicado lido perante os meios de imprensa por Jesús Emilio Carvajalino, conhecido como "Andrés Paris", um dos negociadores das Farc.
Os guerrilheiros colombianos fizeram as críticas após lembrarem seu pedido para que os Estados Unidos conceda um indulto a Juvenal Ricardo Ovidio Palmeira, conhecido como "Simón Trinidad", preso no país americano e que foi designado pelas Farc como um de seus delegados no processo de paz.
"Precisamos que nossa comunicação (sobre) a presença de Simón Trinidad na mesa de diálogo de Havana fosse dirigida exclusivamente ao presidente (dos EUA Barack) Obama e não ao senhor Pinzón. Não faz sentido que esse personagem comece a passear suas presunções militaristas, rejeitando nosso pedido", diz a guerrilha.
"Simón Trinidad" foi extraditado em dezembro de 2004 aos EUA e no início de 2008, foi condenado a 60 anos de prisão no país por fazer reféns, além de participação no narcotráfico.
A "presença" de Trinidad nos diálogos de Havana se limitou até o momento com uma fotografia de corpo inteiro que a equipe das Farc costuma levar ao Palácio de Convenções de Havana.
A equipe do governo de Santos designada ao diálogo de paz ficou completa neste sábado com a chegada do general reformado Óscar Naranjo, reconhecido em 2010 como o "melhor policial do mundo".
Naranjo dirigiu a Polícia Nacional da Colômbia entre 2007 e 2012, cinco anos nos quais não deu trégua às Farc, primeiro sob o governo de Álvaro Uribe (2002-2010) e depois junto ao presidente Santos.
A equipe de negociadores do Governo colombiano no processo que procura pôr fim a um conflito de quase meio século é liderado pelo ex-vice-presidente Humberto de la Calle, enquanto "Ivan Márquez", conhecido como de Luciano Marín Arango e número dois das Farc, é quem lidera o grupo de delegados da guerrilha.
As Farc também insistiram hoje em reivindicar a participação da sociedade colombiana no processo de paz.
As Farcs destacaram que a guerrilha "não dará passos pelas costas do país" e que o avanço das negociações "dependerá da participação cidadã".
As partes negociadoras no processo para tentar a paz na Colômbia devem habilitar uma site para canalizar as propostas da sociedade, apesar de até o momento não divulgarem novidades sobre este mecanismo de participação. EFE
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