Partido Comunista da China muda requisitos para escolha de filiados
EFE –
Pequim, 24 nov (EFE).- Desde sua fundação em 1921 até hoje, o Partido Comunista Chinês (PCCh) deixou de lado a ideia de formar uma base de filiados da classe trabalhadora para concentrar-se em pessoas com um alto nível acadêmico, tecnocratas e até proprietários de negócios privados.
Ao contrário do seu início, quando levava em conta valores como a lealdade, o sacrifício e o forte sentimento anticapitalista, agora o processo de filiação se tornou mais complexo, com muito mais exigências e menos chances de entrar no seleto clube que dirige a segunda maior potência do mundo.Segundo dados do fim de 2011, o PCCh contava com 82 milhões de filiados, o que a torna a maior organização política do mundo, representando 5,6% da população chinesa.
A filiação ao partido é voluntária, e para se tornar um membro o candidato deve ser eleito por seus contemporâneos dentro da formação e aprovado pelos superiores do partido.
"Não é fácil ser escolhido. É preciso passar por um processo longo, que dura vários anos, até que elegem você", explicou à Agência Efe uma candidata de sobrenome Lin, procedente da província de Fujian.
Um dos requisitos - não formais, mas observados na prática - é ser membro da Liga da Juventude Comunista (LJC), uma organização que conta atualmente com 75 milhões de filiados e que abrange os jovens de entre 14 e 28 anos, da qual saiu, por exemplo, o ainda chefe de Estado chinês, Hu Jintao.
Lin, de 23 anos e graduada em Filologia Portuguesa, faz parte da LJC e iniciou há um mês os trâmites para obter a afiliação ao PCCh.
"Começa com uma declaração por escrito solicitando sua vontade de ingressar. Depois, você recebe aulas sobre como é pertencer ao partido. Você deve indicar suas metas pessoais e acadêmicas e refletir a cada dia sobre o que pensa e o que sente com relação ao partido", explicou a aspirante.
Todos os candidatos devem contar, além disso, com um mentor dentro da formação que recomende e escreva positivamente sobre o postulante, e é feito um acompanhamento para assegurar que o futuro membro tem "ficha limpa".
"Se você for aprovado nessa parte, se torna um candidato oficial", explicou Lin, que ainda não chegou a essa fase.
O acompanhamento prossegue até que, entre um e cinco anos, os aspirantes se transformam em membros oficiais.
Os últimos dados divulgados pelo PCCh indicam que em 2010 mais de 21 milhões de pessoas se apresentaram para ingressar na formação, objetivo alcançado por apenas 3,15 milhões deles, ou seja,15%. EFE.
Nenhum comentário:
Postar um comentário