A Lenda do espião maçom preso e solto pelo STF
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Acredite quem quiser. Suspeita-se que São Paulo esteja servindo de abrigo para um maçom e ex-membro do MI-6 (da sigla Military Intelligence, section 6). Também chamado de Secret Intelligence Service (SIS), o órgão cuida das atividades externas de espionagem britânica. O MI-6, que ficou famoso nos filmes de James Bond (o charmoso agente 007), virou tema de fofoca nos ambientes diplomáticos, jurídicos e maçônicos do Brasil.
O “agente” em questão é o Honorável Doutor Michael Eugene Misick, de 51 anos. O negão foi premier, entre 2006 e 2009, de Turks & Caicos Islands, membro do Progressive National Party (PNP) daquelas ilhas caribenhas sob controle da Raínha Elisabeth. Bem na foto – no melhor e charmoso estilo Bond -, Misick posa junto de sua exuberante esposa, a atriz e estilista norte-americana LisaRaye McCoy-Misick – de quem teria se divorciado, após brigas públicas homéricas.
Tido como Maçom, enquanto estava bem na fita com o Império Britânico, Michael Misick acumulava as funções de primeiro-ministro e governador com as de minister for Civil Aviation, Commerce and Development, Planning, District Administration, Broadcasting Commission, Tourist Board, Turks and Caicos Investment Agency, and Tourism. Em 2008, começou a cair em desgraça. A administração do British Overseas Territories começou a investigá-lo por corrupção. Em abril do mesmo ano, Misick virou alvo de investigação do FBI dos EUA, por outro motivo: foi acusado de abuso sexual contra uma cidadã norte-americana de Porto Rico.
Misick não aguentou a pressão por muito tempo. Vazou de seu país depois de renunciar ao poderoso cargo em 23 de março de 2009. Em setembro de 2010, uma Comissão de Inquérito dominada pelos britânicos o acusaram formalmente de “possível corrupção e abuso de poder em suas antigas funções de premier”. Claramente, não havia provas concretas contra o político que intrigas especulavam ser “um espião inglês infiltrado”.
Michael Misick se transformou em um dos homens mais procurados do mundo pela Interpol. Até que, no dia 7 de dezembro de 2012, acabou preso no Brasil. Estranho foi ele ter sido pego pela Polícia Federal quando tentava embarcar para São Paulo no Aeroporto Santos Dumont – onde a fiscalização da Interpol costuma ser menos intensa. O paradeiro dele já era rastreado há mais de um ano pela Interpol e pelos serviços de espionagem britânicos – que não perdoam ninguém e funcionam melhor ainda no mundo real que nos filmes do 007.
No Brasil, começa o estranho caso do Honorável Doutor Misick (agora solto e escondido em algum lugar do Estado de São Paulo). Imediatamente após ser pego, Michael Misick teve seu mandado de prisão de estrangeiro expedido pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal. A base da decisão do STF foi um pedido feito pelo governo britânico em 22 de novembro.
Na bronca contra Misick, além das suspeitas já levantadas no inquérito, surgiu a acusação de “formação de quadrilha”. O cara foi acusado de cobrar propinas de empresários interessados em instalar resorts nas ilhas Turks & Caicos... Teria recebido, em bancos nos EUA, a comissão de US$ 16 milhões – merreca que se juntou a sua fortuna pessoal estimada em US$ 180 milhões (valor condigno com o patrimônio secreto de alguns dos nossos mais notáveis mensaleiros...).
No Brasil, certamente por suas relações maçônicas e por seu poderio econômico, Michael Misick logo contratou um poderoso e influente irmão para defendê-lo. O maçom e petista Luiz Eduardo Greenhalgh – que ganhou notoriedade transnacional na defesa do também maçom italiano Cesare Battisti (ex-terrorista e hoje vivendo numa boa no Brasil, por decisão do governo Lula, como assessor da Central Única dos Trabalhadores – a CUT aparelhada pelos petistas). Greenhalgh também é o advogado que mais conquistou indenizações para seus clientes autoproclamados “vítimas da ditadura militar” no Brasil...
O Maçom Greenhalgh produz milagres jurídicos que só Grande Arquiteto do Universo poderia conceber. Por atuação do influente advogado, o mesmo Lewandowiski que prendeu Misick em 7 de dezembro e mandou soltá-lo no último dia 18 de fevereiro, após suspender o processo de extradição para a Inglaterra, contrariando pedido da Procuradoria-Geral da República.
Lewandowski julgou que: “um indivíduo não pode ficar preso indefinidamente, sem prazo. Isso é inconcebível. É preciso respeitar as garantias individuais, Entre mantê-lo preso indefinidamente e soltá-lo, optei por um caminho intermediário. Ele está confinado ao Estado de São Paulo e sob vigilância da Polícia Federal”.
Exatamente aí que a porca torce o rabo. Um dos chefes da Interpol no Brasil, o delegado federal Orlando Nunes, revelou à revista Época que tal vigilância da Polícia Federal não acontece na prática: "Não estamos monitorando se Misick cumpre as obrigações estabelecidas pelo STF. Ficamos de olho em qualquer notícias dele, já que está no Cadastro de Procurados da Interpol, mas não o monitoramento tão de perto”.
Certamente, quem deve estar de olho em Michael Misick são seus “ex-colegas” da inteligência britânica. Os mesmos que andam por aqui no Brasil, participando de uma investigação internacional, feita a partir do Canadá, para identificar peixes grandes da lavagem transnacional de dinheiro. Semana passada, já vazou a informação de que uma poderosa figura do Poder Judiciário tupiniquim apareceria na listinha internacional de 13 mil pessoas envolvidas nos 12 mil movimentos de empresas com fortunas escondidas em Paraísos fiscais.
Foram devassados 2,5 milhões de arquivos digitais – principalmente nas Ilhas Virgens britânicas, Cook e Cayman. Para não dar na pinta, foi oficialmente divulgado que tal trabalho de espionagem financeira foi promovido por um tal de “Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo (ICIJ). Curiosamente, a missão foi patrocinada pelo Governo do Canadá - que faz parte da Comunidade Britânica - e nada custa lembrar que é a partir de Londres que a Oligarquia Financeira Transnacional exerce seu poder sobre todos os negócios capitalistas e capimunistas do Planeta.
Os agentes do MI-6 estão na área... E estariam gostando nada da ameaça de investigação pelo Ministério Público Federal do Brasil na mais sofisticada empresa de inteligência financeira britânica por aqui: a Serasa-Experian. Sediada em Dublin, na Irlanda, a transnacional tem o maior banco de dados do mundo (fora dos EUA) sobre os consumidores (e cidadãos brasileiros). Na maioria dos casos, os britânicos nem precisam chamar o 007 para descobrir o que quiserem sobre alguém. Hoje, basta apertar um botãozinho nos computadores da Experian Ltd que sabe-se de tudo em tempo real...
Quem não quiser entrar na dança dos espiões britânicos, é recomendável que procure um porto seguro – se é que ele existe no admirável novo mundo globalitário... Se eu fosse um ex-peão tomava cuidado com o espião...
Por falar em Porto Seguro...
Aproveite e releia o artigo de sábado: Okamoto deixa vazar que problema que mais aflige Lula é a Tireóide – enão o novo inquérito do mensalão
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Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.
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O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva. Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.
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© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 7 de Abril de 2013.
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