domingo, 16 de dezembro de 2012

Tragedia escolar!

'Pensei que todos íamos morrer', diz professora que salvou alunos em Newtown

WASHINGTON, 15 dez 2012 (AFP) - 'Pensei que todos íamos morrer". Este foi o forte testemunho de uma jovem professora que conseguiu esconder seus 15 alunos pequenos em um banheiro durante o massacre na escola de Newtown (Connecticut, nordeste dos Estados Unidos).

Lutando para conter o choro, Kaitlin Roig, professora do ensino fundamental, relatou à emissora ABC a estressante odisseia por que passou para os alunos da escola Sandy Hook da vista do atirador que matou 20 crianças e seis adultos, antes de cometer suicídio.

"Disse a eles: 'saibam que amo muito vocês'. Pensei que seria o último que ouviriam, pensei que todos íamos morrer", contou Roig.

Os 15 alunos e a professora se esconderam em um banheiro escuro, enquanto do lado de fora se ouviam os tiros do atacante que matava crianças e professores.

Estavam aterrorizados e a professora decidiu começar um jogo para distraí-los, apesar do temor de saber que tanto ela quanto as crianças, com idades entre 6 e 7 anos, podiam ser as próximas vítimas.

Com a voz embargada pelo choro, Roig relatou a angústia daqueles momentos. Quando ouviu os disparos, reuniu as crianças - sua classe tinha uma grande janela perigosamente exposta - e as escondeu no banheiro pequeno.
Através da porta, empurrou uma estante e trancou o recinto por dentro.

"Silêncio", disse às crianças. "Disse a elas que ficassem caladas. Absolutamente caladas", lembrou Roig.

LOCALIZAÇÃO DA CIDADE

  • Arte UOL Newtown é uma cidade com aproximadamente 27 mil pessoas, que fica no condado de Fairfield, no norte do Estado de Connecticut, a 130 km a nordeste de Nova York
Nesse silêncio assustador, ela e os alunos ouviram os estampidos nos corredores, a pouca distância de seu improvisado esconderijo.
"Disse a eles que havia meninos maus do lado de fora e que tínhamos que esperar pelos meninos bons", contou Roig.

Mas alguns começaram a chorar e outros a perguntar pelos pais, dizendo que queriam voltar para casa. Um deles pediu aos demais que não se preocupassem porque sabia caratê e os ajudaria a sair dali sãos e salvos, contou a professora.

Roig tentou acalmá-los, dizendo, "tudo vai sair bem. Mostrem-me seus sorrisos".

"Dizia a mim mesma, 'somos os próximos'", lembrou Roig, com pavor.

Mas, os disparos cessaram, a polícia bateu na porta e disse que saíssem, pondo fim ao pesadelo.

A imprensa identificou como Adam Lanza, de 20 anos, o autor deste massacre, um dos piores cometidos em uma instituição de ensino dos Estados Unidos.




Foto 11 de 13 - 16.abr.2007 - Armado, o jovem Seung-Hui Cho mata 32 pessoas e fere 15 na Virginia Tech University. O massacre foi o maior em uma universidade americana Mais AP
Autor de massacre em escola de Newtown permanece um enigma
NOVA YORK, 15 dez 2012 (AFP) - Ninguém sabe ainda o que transformou Adam Lanza de um fanático por informática em um monstro vestido de preto que assassinou, na sexta-feira, 26 pessoas, inclusive 20 crianças, em uma escola, após matar a própria mãe em casa.

Muitos conhecidos seus concordam que Lanza, de 20 anos, era tão calmo quanto a cidade de Newtown, cuja realidade ele próprio transformou com o massacre que cometeu na escola fundamental de Sandy Hook, um dos piores da história dos Estados Unidos.

Exceto o divórcio de seus pais, em 2008, seu passado sugere uma família bem formada e estável.

Conta-se que morava com a mãe, Nancy Lanza, nos arredores da cidade, em cuja escola ela trabalhou.

Seu pai é engenheiro-executivo na GE Capital, especializado em impostos, e seu irmão Ryan, de 24 anos, que inicialmente foi confundido com o assassino, também trabalha em assuntos tributários.

Uma foto que circula na internet identifica Adam como um jovem muito magro. O jornal The New York Times cita amigos que dizem que Adam Lanza era inteligente, "mas nervoso e inquieto".
Quando caminhava, ficava com "as mãos coladas ao corpo" e sua linguagem corporal era de alguém que queria ser invisível, relata o jornal. "Parecia fazer tudo o possível para evitar chamar a atenção", acrescenta.

Ao contrário de muitos jovens americanos, Lanza fugia das redes sociais.

Até agora não se encontrou nenhuma página no Facebook associada a ele. Sua foto sumiu do anuário de 2010 do colégio onde estudou o ensino médio. "Vergonha perante as câmeras", diz o espaço vazio, segundo o Times.

Mas essas águas tranquilas aparentemente encobriam uma alma conturbada e possíveis problemas de saúde. Em depoimento à polícia, Ryan Lanza conta que seu irmão tinha antecedentes de problemas mentais, segundo a emissora CBS.

LOCALIZAÇÃO DA CIDADE

  • Arte UOL Newtown é uma cidade com aproximadamente 27 mil pessoas, que fica no condado de Fairfield, no norte do Estado de Connecticut, a 130 km a nordeste de Nova York
Um ex-vizinho, Ryan Kraft, contou ao The Washington Post que os irmãos Lanza ficaram aborrecidos com a separação dos pais e que Adam tinha problemas claros. "Tinha chiliques", contou Kraft ao Post.

Alex Israel, uma ex-colega de turma, contou à CNN que Lanza era "inquieto" e "um pouco violento, se você olhasse para ele".

"Socialmente nunca estava disposto a sair e fazer amigos", acrescentou. "Preferia ficar em casa", emendou.

Um familiar disse à ABC News que "obviamente não estava bem".

Parece que sua própria mãe, Nancy, contribuiu involuntariamente para o plano macabro do filho. As potentes pistolas Sig Sauer e Glock, de uso habitual de policiais, assim como um rifle militar que ele usou no massacre estavam registradas em nome dela.

Segundo a polícia, a mãe foi a primeira vítima de Adam Lanza. Após atirar conta o rosto dela na própria casa, aparentemente Adam dirigiu até a escola e foi metódico ao semear o caos antes de acabar com a própria vida.

Mas a razão que o levou a praticar tais atos permanece uma pergunta sem resposta.

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