sábado, 30 de novembro de 2013

Reforma aprovada no Senado pode punir comentários na internet 'ofensivos' a políticos com 1 ano de prisão e R$30 mil de multa

A difusão de mensagens e comentários "ofensivos" à honra ou à imagem de candidatos, partidos e coligações será considerada crime e punível com cadeia e multa para o autor e seu contratante caso a presidenta Dilma Rousseff sancione sem vetos uma lei enviada pelo Congresso ao Palácio do Planalto na segunda-feira 25. A criminalização pode valer já na eleição de 2014. Para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), há risco à liberdade de expressão.


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http://gracanopaisdasmaravilhas.blogspot.com.br/2013/11/reforma-aprovada-no-senado-pode-punir.html

ATAQUE AO STF: FINALMENTE A OPOSIÇÃO APONTA O ABSURDO QUE ESTAMOS ASSISTINDO O PT FAZER...

Uma coisa é o condenado reclamar, a família se condoer, isso é natural e humano. Agora, uma instituição que tem responsabilidade governamental como o PT, partir para o ataque a Suprema Corte do Brasil, é uma coisa muito preocupante. Os réus tiveram condições de pagar os melhores advogados num processo que durou cinco anos e meio. Agora, condenados, tem que cumprir a pena. O Supremo, tenho certeza, entende mais de leis do que o PT, e agiu em absoluta legalidade - defendeu Aloysio Nunes. Diante da escalada de críticas na Câmara, no Senado e de setores do governo à prisão dos petistas José Genoíno, José Dirceu e Delúbio Soares, o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes (SP) disse ser preocupante o pesado ataque do PT à mais alta Corte do país. Ele disse ser inquietante o fato de um partido que tem em seus quadros a presidente da República, governadores de vários estados e uma enorme bancada no Congresso partir para um ataque violento e feroz ao Supremo Tribunal Federal (STF)." 
O GLOBO 

COMISSÃO DA CÂMARA QUER DETALHES SOBRE A PARTICIPAÇÃO DE GENOINO NA GUERRILHA DO ARAGUAIA.



Lucas Pavanelli (O Tempo)


Na mesma sessão em que aprovou dois projetos para cercear direitos dos homossexuais, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara acatou um requerimento para “debater os fatos relacionados à
guerrilha do Araguaia”. À primeira vista, em se tratando do tema do colegiado e da audiência pública, seria possível imaginar que a reunião discutiria, por exemplo, as escavações para localizar restos mortais de desaparecidos durante a guerrilha. Mas, definitivamente, não é esse o objetivo do autor da proposta, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). “Quero contar a verdadeira história do Araguaia, o depoimento do Genoino e como o grupo dele matou”, dispara.

(A história, sempre possui dois lados: dos vencedores e dos vencidos. Conheça os dois para melhor compreender os fatos). O pedido foi feito pela Subcomissão para Defesa da História das Forças Armadas na Formação do Estado Brasileiro, um colegiado criado dentro da própria CDHM após pedido de Bolsonaro, que é militar reformado. O requerimento foi apresentado em 26 de setembro, três dias depois de ele ter agredido o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) durante visita da Comissão Nacional da Verdade à antiga sede do DOI-CODI no Rio, que abrigou um dos maiores porões de tortura no país durante a ditadura militar. (A própria Câmara, não puniu o Dep. Bolsonaro, visto que foi o senador quem iniciou a agressão) . Foi aprovado uma semana depois. “Essa comissão é da mentira deslavada, que está preocupada em chafurdar em um lado da história”, diz. (É verdade!).

Para a presidente da Frente Parlamentar dos Direitos Humanos, deputada Érica Kokay (PT-DF), a instalação da subcomissão é uma “busca por holofotes”.(É o outro lado da moeda). “Essa comissão não representa a luta pelos direitos humanos, está sequestrada. Nós ignoramos essas atitudes”, afirma a petista.(O Chefe máximo, José Dirceu, Genoíno e caterva que o digam). 

Outro deputado que também deixou a CDHM, o mineiro Nilmário Miranda (PT) questiona a representatividade do próprio Bolsonaro.( Com medo da verdade verdadeira?). “Ele não representa as Forças Armadas, mas um segmento vinculado ao passado. Semana passada, os três comandantes carregaram o ataúde do ex-presidente João Goulart. Um gesto muito simbólico. Eles também estavam na instalação da Comissão da Verdade”, conta. (Quem disse? Já foi feito uma pesquisa para confirmar?).



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http://gracanopaisdasmaravilhas.blogspot.com.br/2013/11/comissao-da-camara-quer-detalhes-sobre.html
SUSPEITOS DE RECEBER PROPINA, ASSESSORES DE GUIDO MANTEGA PEDEM PARA SAIR.
Marcelo Fiche, chefe de gabinete de Mantega (à dir.), levou o amigo Humberto Alencar (à esq.) à assessoria da Fazenda. Ambos deram início à contratação da Partners, segundo a revista Época
Em função de suspeitas de que receberam propina, dois assessores do ministro da Fazenda, Guido Mantega, deixaram seus cargos na Esplanada nesta sexta-feira (29).
Marcelo Fiche, chefe de gabinete do ministro, e Humberto Alencar, chefe da assessoria técnica e administrativa são acusados de terem recebido pelo menos R$ 60 mil de uma empresa que mantém contrato de R$ 4,75 milhões com o órgão. Ambos, que estão em férias desde que as denúncias vieram à tona, negam as acusações.
A Polícia Federal abriu inquérito na quinta-feira (28) para apurar o suposto pagamento de propina.
O Ministério da Fazenda anunciou que a polícia apuraria o caso no dia 14 de novembro. O inquérito foi instaurado na Superintendência da PF no Distrito Federal. A Folhaapurou que a polícia pretende concluir a investigação até janeiro, para evitar que as investigações sofram, ainda que de forma indireta, interferência do processo eleitoral.
A acusação de que os dois servidores receberam propina é atribuída pela revista "Época" a Anne Paiva, 26. Ela é ex-secretária da empresa Partnersnet Comunicação Empresarial que, em dezembro passado, firmou contrato para prestar serviços de assessoria de comunicação ao gabinete de Mantega.
A empresa nega que tenha mandado entregar dinheiro aos funcionários. Alega que a prova apresentada é forjada e que é vítima de um esquema que visa atingir Mantega, um mais importantes ministros da equipe de Dilma Rousseff.
A Folha não localizou a ex-secretária que declarou à revista ter ido pessoalmente ao Ministério da Fazenda entregar dinheiro aos servidores.
Além de ter pedido ao Ministério da Justiça que apurasse o caso, a Fazenda anunciou uma investigação interna para averiguar as denúncias. A Controladoria-Geral da União indicou um integrante para participar dessa sindicância e também abriu um procedimento para monitorar a investigação interna da pasta.
Leia a nota em que Marcelo Fiche comunica sua saída:
Diante das notícias veiculadas hoje por alguns veículos de imprensa, informo que pedi ao ministro Guido Mantega para, ao final das minhas férias, não retornar à chefia de gabinete. Dessa forma, contribuo para que as investigações ora em curso sejam feitas com toda tranquilidade e com a maior celeridade possível para que a verdade seja restaurada e as mentiras que foram publicadas sobre a minha pessoa sejam rapidamente derrubadas.
Tenho sido atacado injustamente, inclusive com ilações mentirosas sobre a minha vida privada na imprensa. Não sei a que interesses servem tais ataques, mas posso dizer com toda tranquilidade que fizemos um processo licitatório para contratação de empresa de assessoria de imprensa do Ministério com todo zelo e respeito pela coisa pública e que, por ter sido pela modalidade pregão eletrônico (menor preço) em vez de técnica e preço, gerou uma grande economia aos cofres públicos.
Informo também que, a pedido dele mesmo, e com o mesmo objetivo, o chefe da assessoria técnica, Humberto Alencar, também não retornará a sua função ao final de suas férias. Do site da Folha de S. Paulo

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Ex apoderado de Madres de Plaza de Mayo revela asaltos y vínculos con Farc
Por UnoAmerica
Sergio Schoklender
Politica Schoklender sostiene que la organización encabezada por Hebe de Bonafini llegó a financiarse con asaltos y ocultó armas en la universidad.
Domingo, 18 de Diciembre de 2011
El exapoderado de la Fundación Madres de Plaza de Mayo, Sergio Schoklender, sembró hoy de nuevo la polémica con unas revelaciones sobre la supuesta financiación irregular de la organización con asaltos y sus vínculos con guerrillas latinoamericanas. Schoklender, acusado de malversación y desvío de fondos públicos destinados a un plan de viviendas de Madres de Plaza de Mayo, sostiene que la organización encabezada por Hebe de Bonafini llegó a financiarse con asaltos y ocultó armas en la universidad.
Tanto Madres de Plaza de Mayo como otras organizaciones humanitarias y el Gobierno argentino han optado por mantener silencio ante las revelaciones de Schoklender, que adelantó en un par de entrevistas divulgadas parte del contenido un libro que publicará en breve. Según el ex apoderado, la organización Madres de Plaza de Mayo mantuvo contacto con las Farc con el objetivo de entrenar jóvenes para un movimiento en Argentina que derivara en "la revolución". "Por supuesto que es un error, pero uno no veía otra forma de resistencia", afirmó en declaraciones a la cadena Radio 10, en las que aseguró que el "contacto con estas organizaciones se hacía en Venezuela".
Además, en una entrevista con el escritor argentino Martín Caparrós,  publicada en su blog Pamplinas, afirmó que durante la vigencia de las leyes de Punto Final y Obediencia Debida se llegó a barajar el secuestro del represor Emilio Massera, pero fue la propia Hebe de Bonafini quien frenó el plan. Se refirió también a la financiación de Madres de Plaza de Mayo. "Cuando teníamos que salir a recaudar, salíamos a recaudar como en los viejos tiempos: choreo (robo)". "En negocios, en supermercados más bien. Tratábamos de que fuesen lugares que representaran más la concentración oligárquica, no la farmacia de la esquina", aclaró en la entrevista con Caparrós. "Fue un brevísimo tiempo (...) se pagaba la luz, los gastos médicos de las madres, el gas de la casa, el agua, como podíamos", insistió en declaraciones a Radio 10.
Hebe de Bonafini "por supuesto, sabía, quedaba implícito que el dinero aparecía mágicamente. Ella sabía de dónde venía, decía no me digas qué hiciste", sostuvo. "Eso duró muy poco, fue muy breve y equivocado, pero fue cierto, pero después, durante muchísimo tiempo, yo financiaba y sostenía desde el casino. Yo iba, trabajaba, yo soy un brillante jugador de black jack, y trabajaba todas las noches para poder pagar las cuentas al día siguiente", afirmó a la cadena de radio. Sergio Schoklender conoció a Bonafini cuando él cumplía una condena de 14 años por parricidio, entabló una estrecha amistad con ella y al salir de prisión se convirtió en su mano derecha al frente de la Fundación Madres de Plaza de Mayo.
Fuente: El Tiempo - EFE

Ex apoderado de Madres de Plaza de Mayo revela asaltos y vínculos con Farc
Por UnoAmerica
Sergio Schoklender
Politica Schoklender sostiene que la organización encabezada por Hebe de Bonafini llegó a financiarse con asaltos y ocultó armas en la universidad.
Domingo, 18 de Diciembre de 2011
El exapoderado de la Fundación Madres de Plaza de Mayo, Sergio Schoklender, sembró hoy de nuevo la polémica con unas revelaciones sobre la supuesta financiación irregular de la organización con asaltos y sus vínculos con guerrillas latinoamericanas. Schoklender, acusado de malversación y desvío de fondos públicos destinados a un plan de viviendas de Madres de Plaza de Mayo, sostiene que la organización encabezada por Hebe de Bonafini llegó a financiarse con asaltos y ocultó armas en la universidad.
Tanto Madres de Plaza de Mayo como otras organizaciones humanitarias y el Gobierno argentino han optado por mantener silencio ante las revelaciones de Schoklender, que adelantó en un par de entrevistas divulgadas parte del contenido un libro que publicará en breve. Según el ex apoderado, la organización Madres de Plaza de Mayo mantuvo contacto con las Farc con el objetivo de entrenar jóvenes para un movimiento en Argentina que derivara en "la revolución". "Por supuesto que es un error, pero uno no veía otra forma de resistencia", afirmó en declaraciones a la cadena Radio 10, en las que aseguró que el "contacto con estas organizaciones se hacía en Venezuela".
Además, en una entrevista con el escritor argentino Martín Caparrós,  publicada en su blog Pamplinas, afirmó que durante la vigencia de las leyes de Punto Final y Obediencia Debida se llegó a barajar el secuestro del represor Emilio Massera, pero fue la propia Hebe de Bonafini quien frenó el plan. Se refirió también a la financiación de Madres de Plaza de Mayo. "Cuando teníamos que salir a recaudar, salíamos a recaudar como en los viejos tiempos: choreo (robo)". "En negocios, en supermercados más bien. Tratábamos de que fuesen lugares que representaran más la concentración oligárquica, no la farmacia de la esquina", aclaró en la entrevista con Caparrós. "Fue un brevísimo tiempo (...) se pagaba la luz, los gastos médicos de las madres, el gas de la casa, el agua, como podíamos", insistió en declaraciones a Radio 10.
Hebe de Bonafini "por supuesto, sabía, quedaba implícito que el dinero aparecía mágicamente. Ella sabía de dónde venía, decía no me digas qué hiciste", sostuvo. "Eso duró muy poco, fue muy breve y equivocado, pero fue cierto, pero después, durante muchísimo tiempo, yo financiaba y sostenía desde el casino. Yo iba, trabajaba, yo soy un brillante jugador de black jack, y trabajaba todas las noches para poder pagar las cuentas al día siguiente", afirmó a la cadena de radio. Sergio Schoklender conoció a Bonafini cuando él cumplía una condena de 14 años por parricidio, entabló una estrecha amistad con ella y al salir de prisión se convirtió en su mano derecha al frente de la Fundación Madres de Plaza de Mayo.
Fuente: El Tiempo - EFE

Me quiero ir” del peso argentino!
por Fernando Ulrich, sábado, 15 de junho de 2013
 
 
 


 


Quando estive em Buenos Aires, há cerca de dois meses, ofereceram-me trocar meus dólares por pesos argentinos no próprio hotel. Mas não na recepção, preenchendo os formulários, usando o câmbio oficial — 5,18 à época — e seguindo à risca o protocolo padrão. Na verdade, quem se prontificou a realizar a troca foi o maleiro do hotel, a um câmbio de 7 pesos para cada dólar. Barganhando um pouco, certamente poderia ter  negociado por uma cotação mais favorável ainda. E não pense que estava hospedado em uma espelunca qualquer no subúrbio da capital. Muito pelo contrário. Era um hotel cinco estrelas, localizado em uma das zonas mais tradicionais e cobiçadas da cidade.
Não muito tempo depois, um empresário vitivinicultor que conheço, empenhado em fechar a compra de uma área na província de Mendoza, conseguiu trocar seus dólares ao câmbio de 9 pesos para cada dólar, mais de 70% de ágio frente à cotação oficial. Tudo muito bem organizado, longe das autoridades, no bom e velho mercado negro, aquele que nunca te deixa na mão. Bem, em realidade, agora se chama mercado blue, pelo menos essa é a atual designação dada ao dólar negociado no mercado paralelo da Argentina. Mas afinal, o que há de errado com o peso argentino? Por que a cotação do blue tem disparado tanto?
Dólarhoy.png
Fonte: La Nación
Jim Rogers, o lendário investidor americano  já calejado no mercado cambial por ter dado a volta ao mundo duas vezes passando por mais de cem países em seis continentes, afirma que, na maioria dos lugares ao redor do globo, o câmbio é como um termômetro. Ele pode não te dizer o que está acontecendo, mas ele te diz que algo está acontecendo. E quanto maior a disparidade entre a cotação do mercado negro e a do oficial, maior o problema.
E qual o problema? Ora, depende da versão. A oficial, emitida desde os corredores da Casa Rosada, aponta os especuladores, os empresários gananciosos e a mídia opositora como os grandes problemas, los enemigos de la nación argentina.  Já para quem tenta produzir, trabalhar honestamente, importar e exportar, está claro onde o problema reside: o kirchnerismo está levando o país dos porteños ao colapso. Talvez seja o primeiro país da história moderna a ingressar na categoria de des-desenvolvido. De uma nação riquíssima e desenvolvida, a Argentina ruma a caminho do subdesenvolvimento.
Quase dois anos depois que o governo de Cristina Kirchner introduziu o regime de controle cambiário, apelidado pelos argentinos de cepo cambiario, as restrições à livre movimentação de capitais estrangula a economia do país cada vez mais, o que arruína a vida de todos, desde cidadãos autônomos até grandes corporações. E por que controlar o câmbio? Simplesmente porque as reservas internacionais não param de cair. De um pico de quase US$ 53 bilhões em janeiro de 2011, as reservas estancaram e começaram a declinar a partir de maio daquele mesmo ano. Poucos meses depois, vieram as restrições ao livre comércio de divisas.
Obviamente, o cepo cambiario não conseguiu conter a queda das reservas. Ao contrário, o declínio se acentuou. Notem, no gráfico acima, que é a partir da imposição das medidas restritivas que o dólar blue passa a divergir de vez do câmbio oficial. Nada mais notório no campo das políticas públicas. Um problema que era sério se torna agudo.
É claro que o controle cambial apenas intensifica o problema, fazendo com que o povo desconfie ainda mais de seu governo. Mas não é a única razão a fazer com que as reservas caiam. A balança comercial está cada vez mais perto do zero. Na atual cotação, o peso argentino está artificialmente sobrevalorizado, o que incentiva as importações e a saída de divisas do país. Ademais, a intensa regulação das exportações e importações argentinas aniquila a competitividade das empresas. Por outro lado, os investimentos diretos definham vertiginosamente. Afinal de contas, quem vai querer investir em um país tão belicoso ao capital externo. A Repsol que o diga.
Todos esses fatores conduzem ao mesmo resultado: fuga de capitais. Quem tem dinheiro na Argentina quer tirar e tem dificuldade em lográ-lo. Quem tem dinheiro fora e pensava em investir não mais o fará. Pelo menos não neste momento.
E, por fim, não nos esqueçamos da inflação de preços que destrói o poder de compra da população cada vez mais. E de quanto é a inflação? Perguntado por uma repórter da TV grega, o ministro da Economia, Hernán Lorenzino, respondeu que a "inflação é o que é" — é o que o órgão público responsável por medi-la publica: em torno de 10,2% nos últimos 12 meses, afirmou Lorenzino. Mas o que dizer da alegação do FMI de que não se pode mais confiar nas estatísticas argentinas, retrucou a repórter. Lorenzino não balbuciou. Encerrou a entrevista no ato, dizendo, em off, "me quiero ir!".
Ainda que não se possa falar da inflação, a população não pode deixar de senti-la no seu bolso. E por isso os argentinos se quieren ir del peso hacia al dólar. E por que não falar da inflação? Ora, porque o verdadeiro culpado pela inflação é o próprio governo argentino. Para tapar o crescente buraco fiscal, a Sra. Kirchner tem recorrido à velha e obscura forma de financiar déficits governamentais, emissão de moeda.
Se, por um lado, o governo aumenta a quantidade de pesos no mercado, por outro segue caindo a oferta de dólares. E ainda que os políticos tentem lutar contra a lei da oferta e da demanda, o mercado é implacável: com mais pesos e menos dólares em circulação, a moeda argentina só pode perder valor.
Vejam no gráfico a relação entre a oferta monetária de pesos (pelo dólar oficial) e as reservas internacionais. Notem que, a partir de meados de 2011, a oferta monetária em pesos dispara, enquanto as reservas, em sentido oposto, declinam. É possível que nem durante o corralito essa discrepância tenha sido tão preocupante. Simplesmente não há lastro suficiente para converter toda a massa monetária de pesos em dólares. Com certeza não pela cotação oficial.
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Fonte: O Ponto Base e Banco Central de la República Argentina
E por que não simplesmente permitir a desvalorização do peso? Esse é o xis da questão. Primeiro, por uma questão de prestígio, pois uma depreciação oficial da moeda argentina é a clara assunção da mais patente incompetência e inaptidão do governo kirchnerista na condução da economia. Além disso, essa medida elevaria os índices de inflação às alturas rapidamente.
Segundo, porque o governo da Sra. Kirchner deve mais de US$ 140 bilhões a credores externos. Façam as contas e entenderão o tamanho do problema. Se honrar os compromissos da dívida a um câmbio de 5,2 já é complicado, imaginem quase duplicar esse fardo ao deixar o peso depreciar-se ao valor de mercado, de 9 ou 10 pesos para cada dólar (talvez até mais).
argentina-government-external-debt.png
Fonte: Tradingeconomics.com
A realidade é que o problema está dado. É quase impossível enfrentar essa situação de penúria sem uma grave crise recessiva. Debelar uma inflação de preços de mais de 25% ao ano requer medidas duras, pelo menos no curtíssimo prazo. Mas não debelá-la agora implicará em um receituário ainda mais penoso mais adiante. Não há alternativa boa. A escolha é entre um remédio ruim agora, ou um ainda pior lá na frente.
Será que o governo argentino adotará as políticas necessárias para sair da crise? Só podemos especular. Mas acho extremamente difícil. Politicamente, pode ser fatal. E a julgar pelas mais recentes medidas, a impressão é de que insistirão em paliativos, atacando os sintomas, e não as causas.
Esse é precisamente o caso do tal blanqueo de capitales, a mais recente medida destinada a aumentar as reservas cambiais do governo. Em síntese, não podendo obrigar os argentinos a abrir mão de seus dólares, o governo kirchnerista quer convencê-los a  entregar os dólares de livre e espontânea vontade, em troca de um título, que o governo jura que honrará no futuro.
Mas a população não é burra. É como dizem os gaúchos, cachorro mordido de cobra tem medo de linguiça. Os argentinos sabem que não podem confiar no governo. É plausível, portanto, esperar que as coisas piorem ainda mais no nosso vizinho.
E, nesse cenário, para onde vai o dólar blue? Difícil prever, mas arrisco dizer que a tendência é muito mais de alta do que de baixa. Não há nenhum indício de que a Sra. Kirchner cessará a inflação do peso argentino. O mercado paralelo seguirá sendo o refúgio de quem quer livrar-se da moeda argentina. Pois, como diz Jim Rogers, é melhor correr o risco de eventualmente ser ludibriado no mercado negro do que ter a certeza de ser roubado pelo câmbio oficial.

Artigo originalmente publicado em O Ponto Base.

Argentina realidade real e dura!

Desesperados, Buscan Salvarse
Y No Dejar Nada En Pie
(La República en peligro inminente)


Cada día que pasa el ofi­cia­lismo, sin obje­ti­vos y sin rumbo, va mos­trando su ver­da­dera esen­cia. Ya no les importa disi­mu­lar ni fin­gir su prin­ci­pal meta: afe­rrarse a toda costa al poder, uti­li­zando cual­quier medio.
El ropaje demo­crá­tico y las ban­de­ras enar­bo­la­das durante casi un década, van cayendo una a una, dejando ver clara y indu­da­ble­mente la ver­da­dera natu­ra­leza del kir­ch­ne­rismo: un gobierno poco y nada demo­crá­tico, auto­ri­ta­rio y per­so­na­lista, pero ade­más, com­ple­ta­mente inca­paz e incompetente.
Y ese bas­tardo obje­tivo, cada vez más evi­dente ante todos los argen­ti­nos, que ve y siente en carne pro­pia la pro­xi­mi­dad del nau­fra­gio de este inexis­tente, pero a la vez tan­tas veces pro­cla­mado “modelo”, que nos con­duce a la negrura de un oscuro y cada vez más pro­fundo abismo.
Las ban­de­ras tan­tas veces pre­sen­tes en los ver­bo­rá­gi­cas dis­cur­sos de la pre­si­dente Fer­nán­dez, ya mue­ven a risa si no fue­ran tan dra­má­ti­cos: los “Dere­chos Huma­nos” con­sis­tió sim­ple­mente en agi­tar los fan­tas­mas del pasado, que como una dosis de veneno fue ali­men­tando el ren­cor, odio y resen­ti­miento, a la vez que se con­vir­tió en una fuente casi inago­ta­ble de des­me­dida y escan­da­losa corrupción.
La “dis­tri­bu­ción de riqueza” no solo no redujo la dis­tan­cia entre los más ricos y más pobres, sino, la aumentó. Fun­da­men­tal­mente, teniendo en cuenta los “ami­gos del poder”. Tam­bién ello cons­ti­tuyó una fuente de des­ver­gon­zada corrupción.
La “ins­ti­tu­cio­na­li­dad” que la man­da­ta­ria pro­me­tió varias veces en incre­men­tar, desde antes de asu­mir la pri­mera magis­tra­tura y varias veces durante su man­dato, prác­ti­ca­mente va des­a­pa­re­ciendo total­mente en este “uni­cato” y des­tru­yendo las bases de lo que debe ser una República.
Los “ser­vi­cios públi­cos” se fue­ron degra­dando a lo largo de todos estos años, absor­biendo enor­mes y millo­na­rias sumas de dinero de los con­tri­bu­yen­tes en for­mas de sub­si­dios sin con­trol y super­vi­sión, cons­ti­tu­yendo tam­bién en una fuente casi inago­ta­ble de corrup­ción. Via­jar en trans­por­tes públi­cos hoy día, sig­ni­fica prác­ti­ca­mente poner en riesgo la vida por la obso­les­cen­cia del material.
Las “nacio­na­li­za­cio­nes y esta­ti­za­cio­nes”, tales como Aero­lí­neas Argen­ti­nas o YPF, rea­li­za­dos por la pre­si­dente, fue­ron ver­da­de­ros y estruen­do­sos fra­ca­sos que tam­bién arro­jan enor­mes y mul­ti­mi­llo­na­rias pér­di­das del era­rio público.
La inse­gu­ri­dad de la socie­dad argen­tina por el sis­te­má­tica deni­gra­ción y des­truc­ción de las Fuer­zas Poli­cia­les y lo que es más grave aún, nues­tro país, el octavo en el mundo en super­fi­cie terri­to­rial, sin FF. AA. en capa­ci­dad de defen­der nues­tras inmen­sas riquezas.
Hoy sin tapu­jos y sin disi­mulo quie­ren arra­sar con lo poco que queda de este burdo expe­ri­mento polí­tico ini­ciado por el per­verso “matri­mo­nio” en el año 2003.
Pero lo más grave de este mal lla­mado “modelo”, entre muchos otros, que sería muy largo de enu­me­rar, a seme­janza de Vene­zuela, ha pola­ri­zado a la pobla­ción. Prác­ti­ca­mente los argen­ti­nos están en dos ban­dos anta­gó­ni­cos e irreconciliables.
El pasado vuelve ser traído una y otra vez sobre el tapete cau­sando una per­ma­nente irri­ta­ción y har­tazgo en la ciu­da­da­nía. Toda la ges­tión del gobierno se aleja cada vez más de la paz social.
El estan­ca­miento polí­tico y la ausen­cia de paz social en la Argen­tina están refle­ja­dos en una exce­lente frase de la escri­tora Fra­nçoise Sagan; “para abrir las puer­tas al futuro es nece­sa­rio cerrar las ven­ta­nas al pasado”.
Hay que saber cuándo una etapa llega a su fin. Cuando se insiste en alar­garla más de lo nece­sa­rio, se pierde el sen­tido de la cons­truc­ción del desa­rro­llo del porvenir.
El cen­tro de gra­ve­dad del esfuerzo se pierde en la nada. Poner fin a un ciclo, cerrar puer­tas, con­cluir capí­tu­los… , lo impor­tante es dejar en el pasado aque­llos hechos que ya per­te­ne­cen a la historia.
Por otro lado la eco­no­mía del país se ha con­ver­tido en un ver­da­dero labe­rinto sin salida. Cua­tro o más per­so­na­jes que crean las medi­das y dis­po­si­cio­nes eco­nó­mi­cas, muchas fran­ca­mente opues­tas entre si. Estos per­so­na­jes, sin la apti­tud y con­di­cio­nes ade­cua­das, o tal vez tam­bién sin el valor per­so­nal de decirle a la pre­si­dente que de esta manera es impo­si­ble arri­bar a un buen puerto.

Pero ahora entre las tan­tas accio­nes sin sen­tido y des­pro­vis­tos de toda racio­na­li­dad (obvia­mente me refiero al sin sen­tido y racio­na­li­dad para afian­zar la Repú­blica), arre­mete con­tra uno de los Pode­res de la Nación. el Poder Judi­cial y par­ti­cu­lar­mente la Corte Suprema de Justicia.
En su falso y erró­neo con­cepto de lo que es la Repú­blica adu­cen que los tres pode­res deben estar en sin­to­nía y acom­pa­ñar las deci­sio­nes del Ejecutivo.
Espe­cial­mente la “Dra.” Fer­nán­dez debe­ría releer a Mon­tes­quieu, quien cla­ra­mente expresó que la mejor alter­na­tiva para garan­ti­zar las liber­ta­des indi­vi­dua­les era el sis­tema repu­bli­cano, pero con el requi­sito de que el gobierno tuviera tres pode­res independientes.
Está claro que des­co­no­cen, adrede, el sis­tema de balance, equi­li­brio y con­tra­pe­sos pre­visto en nues­tra Constitución.
Se deduce cla­ra­mente, en esta absurda manio­bra, cuál es la fina­li­dad de esta arre­me­tida y nuevo fac­tor de dis­cor­dia nacio­nal. Pero por su exten­sión será refle­jada en un pró­ximo artículo.
Mien­tras tanto el país cada vez retro­cede más en el con­cierto de las Nacio­nes. Ya sin disi­mulo, otros paí­ses, inclu­sive nues­tros veci­nos y ami­gos refle­jan nues­tras incon­sis­ten­cias y prác­ti­ca­mente se nos ríen en la cara por tor­pe­zas cada vez más absur­das y des­pro­vis­tos de la más mínima lógica.
Autor: Dr. Alfredo Raúl Weinstabl


Fonte: la historia paralela 2013

Link:
http://www.lahistoriaparalela.com.ar/2013/04/20/desesperados-buscan-salvarse-y-no-dejar-nada-en-piela-republica-en-peligro-inminente/#more-80534

A Corte Interamericana Diego García-Sayán

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net

Por José Miguel Vivanco

A Corte Interamericana de Direitos Humanos, presidida por Diego García-Sayán, acaba de colocar em xeque a liberdade de expressão e o respeito às garantias penais fundamentais. O lamentável fracasso aconteceu no caso Mémoli x Argentina, referente à condenação penal de um jornalista que denunciou evidentes desvios de bens públicos

Em uma simples canetada, a Corte Interamericana de Direitos Humanos, presidida por Diego García-Sayán, acaba de colocar em xeque a liberdade de expressão e o respeito às garantias penais fundamentais. 

Numa região onde a fragilidade institucional é a regra, este seríssimo retrocesso viola não só direitos e liberdades fundamentais, bem como dificulta a luta contra a corrupção, batalha esta que continuamos perdendo.

Numa decisão judicial recente, aprovada por pequena maioria, a Corte reverteu precedentes importantes defendidos por muitos anos.

Os preciosos votos salvos de três dos setes juízes realçam as enormes discrepâncias que felizmente existem na Corte.

O lamentável fracasso aconteceu no caso Mémoli x Argentina, referente à condenação penal de um jornalista que denunciou evidentes desvios de bens públicos. Pablo Mémoli, diretor de um jornal de uma pequena cidade da província de Buenos Aires, denunciou que uma empresa privada havia vendido bens públicos pertencentes ao município. 

A Justiça interveio por conta da denúncia, e os interessados descobriram que os contratos de compra e venda eram inválidos, recuperando assim seu dinheiro. Surpreendentemente, o juiz que invalidou os contratos decidiu que os diretores da empresa desconheciam o fato de que não poderiam vender a propriedade pública que não lhes pertence.

Curiosamente, o único condenado por esses atos foi quem os denunciou. Mémoli foi condenado a cinco meses de reclusão por difamação. Seu pai, que era membro da empresa e havia denunciado os fatos às autoridades competentes, foi condenado a um mês de reclusão. Como se não bastasse, após a condenação penal, os Mémoli serão processados civilmente, e seus bens, confiscados por 16 anos.

Em 2008, a Corte Interamericana determinou (caso Kimel x Argentina) que o crime de difamação naquele país era incompatível com a Convenção Americana de Direitos Humanos. Para a Corte, a definição do crime era ambígua e violava o princípio da legalidade, o qual exige que as condutas ilícitas sejam tipificadas em termos precisos. Por conta desta decisão, em 2009 a Argentina descriminalizou a difamação e a calúnia quando as expressões ofensivas se referirem a assuntos de interesse público.

Considerando que os Mémoli foram condenados por um crime hoje inexistente na Argentina, a Corte deveria, ao tomar ciência do caso, aplicar o princípio que pressupõe a incidência da lei mais favorável ao acusado de cometer um crime. Sem dar nenhuma explicação razoável, na contramão da própria jurisprudência, a Corte subverte e valida a condenação penal e todos os seus efeitos.

O direito à liberdade de expressão, aspecto central do caso, foi redefinido pela Corte em termos que parecem frágeis face aos seus antecessores. Por exemplo, para a maioria dos juízes, a má gestão dos bens públicos não representa questão de interesse público, ou, quiçá ainda pior, agora o crime de opinião conta com a benção do mais alto tribunal de direitos humanos do continente. 

Os quatro juízes furtaram-se a questionar a veracidade das denúncias dos Mémoli, o que, conforme sua própria jurisprudência, é o fundamento para verificar se expressões são “ofensivas”. Para a Corte, não há que se falar em violação da liberdade de expressão, e o jornalista não merece proteção.

Catalina Botero, relatora para a Liberdade de Expressão da OEA, argumentou em audiência perante a Corte que a condenação dos Mémoli “gerou inibição e insegurança jurídica”, sustentando também que isso afeta “centenas de jornalistas regionais, os quais são os mais indefesos” .

Felizmente, quiçá por não ser objeto deste processo, permanecem válidas as jurisprudências interamericanas que protegem manifestações críticas sobre funcionários públicos e, a outra, sobre a descriminalização do desacato.

É lamentável que a Corte García-Sayán tenha ignorado sumariamente a jurisprudência construída ante o sacrifício de muitos que se arriscaram para conter os abusos das autoridades e daqueles que gerenciam assuntos de interesse público. 

A Corte privou este continente, onde é costumeiro que juízes sejam intimidados por quem pode fazê-lo, de uma ferramenta-chave na luta contra o abuso de poder e a corrupção.

José Miguel Vivanco
 é diretor executivo da Divisão para as Américas da ONG Human Rights Watch. Originalmente publicado em O Globo, em 11 de novembro de 2013.



link:
http://www.alertatotal.net/2013/11/a-corte-interamericana-diego-garcia.html


Cristina Kirchner deveria ler Mises
por Iván Carrino, quinta-feira, 28 de novembro de 2013
 
 
Dois anos atrás, alguns dias após a vitória de Cristina Fernández de Kirchner na eleição presidencial da Argentina, o governo decidiu impor um novo sistema de controle de capitais estrangeiros rotulado pela imprensa de "cepo" De início, a medida foi uma tentativa de combater a evasão fiscal.  Com o tempo, as medidas foram se intensificando e hoje já está claro que elas fazem parte de um grande esquema intervencionista de controle cambial capitaneado pelo Banco Central argentino.
Em um sistema de taxas de câmbio flexíveis, um Banco Central limita suas atividades apenas ao controle da base monetária.  Ele não se preocupa com a taxa de câmbio.  Consequentemente, os preços das moedas estrangeiras atuam somente como um indicador da eficácia ou da ineficácia da política monetária.  Já quando o Banco Central adota controle de capitais (não confundir controle de capitais com câmbio fixo; são arranjos completamente distintos), ele passa a atuar como um ente que faz um "racionamento de divisas", vendendo dólares a preços arbitrários a determinados grupos privilegiados escolhidos pelo governo.
No caso específico do "cepo" argentino, o Banco Central proíbe a compra de dólares por argentinos que querem manter sua poupança em moeda estrangeira, mas permite que alguns importadores ou algumas pessoas que queiram viajar ao exterior comprem dólares à taxa oficial de câmbio — mas sempre mantendo um controle estrito sobre a quantia transacionada.  Adicionalmente, o BC argentino também vende dólares à taxa oficial àquelas pessoas que utilizam cartões de crédito no exterior, embora lhes cobre um imposto que aumenta a taxa de câmbio em 20%.
O governo justificou a imposição do "cepo" sobre os argentinos alegando que se tratava de uma tentativa de controlar o fluxo de dólares e de evitar uma desvalorização.  No entanto, após dois anos, esse controle de capitais criou ainda mais problemas e não trouxe nenhuma solução. 
Para começar, surgiu um mercado paralelo no qual dólares são transacionados a uma taxa 65% maior do que a taxa de câmbio oficial — valor esse que está bem em linha com a alta inflação de preços que está deteriorando o poder de compra do peso.  Estas transações ocorrem naquilo que passou a ser prosaicamente chamado de mercado do "dólar azul".  Adicionalmente, as reservas internacionais do país já caíram mais de 30% desde outubro de 2011, sendo que, no resto do continente latino, elas continuam crescendo em decorrência da frouxa política monetária adotada pelo Fed.  Finalmente, a balança comercial do país foi reduzida graças ao colapso na taxa de crescimento das exportações.
O gráfico abaixo mostra a discrepância entre a taxa de câmbio oficial (linha verde) e a taxa de câmbio no mercado paralelo (linha azul).
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Mas, então, por que o governo decidiu adotar uma política tão deletéria para a sociedade argentina?  Uma possível resposta é que os burocratas se preocupam apenas com seus interesses de curto prazo.  Aliás, e curiosamente, quanto mais um governo diz estar preocupado com o "bem comum", mais ele está pensando apenas no bem de seus próprios integrantes.  Outra resposta, e essa assumidamente ingênua, é que os políticos argentinos se esqueceram de ler o capítulo XXXI de Ação Humana, de Ludwig von Mises.
A escassez de divisas estrangeiras
Repetidas vezes, os burocratas da Argentina se referiram ao "cepo" como se fosse uma ferramenta vital para "cuidar dos dólares" ou para evitar a escassez de divisas necessárias para investimentos de longo prazo.  No entanto, se eles houvessem lido Mises, eles saberiam que, em um livre mercado, não existe algo como escassez de dólares:
Os governos que se queixam de uma escassez de divisas têm na realidade outras preocupações.  A escassez é o inevitável resultado de suas políticas de controle de preços. Como o governo fixou para a sua moeda um valor acima do mercado, a demanda por divisas excede a oferta.
A redução de US$14 bilhões nas reservas internacionais do Banco Central argentino pode ser explicada pelo simples conceito da oferta e demanda.  À taxa de câmbio determinada pelo governo, vários argentinos querem converter seus pesos em dólares, e poucos querem abrir mão de seus dólares em troca de pesos.  Se um produto é vendido a um preço muito abaixo de seu real preço de mercado, é muito fácil prever que seus estoques irão diminuir rapidamente a menos que os preços subam.  Com as reservas estrangeiras, o princípio é idêntico.
O estrago às exportações
Antes da imposição do controle de capitais estrangeiros, as exportações argentinas cresciam a uma taxa anual de 27%.  No entanto, o ritmo foi reduzido a apenas 3% em setembro de 2013.  Mises explicou por que essa queda iria ocorrer:
Qualquer cidadão que adquirir divisas — procedentes, por exemplo, de uma exportação — é obrigado a vendê-las ao correspondente órgão central, pela taxa de câmbio oficial. Se essa estipulação, que equivale a um imposto de exportação, for efetivamente aplicada, o comércio exterior ou irá diminuir muito ou será completamente abolido. 
Por meio do Banco Central, o governo paga aos exportadores somente 60% do valor de seus produtos vendidos para o exterior.  Se um exportador argentino vender um produto que custa US$100, o Banco Central argentino irá lhe pagar somente $600 pesos quando ele for trocar os dólares por pesos.  No entanto, se o Banco Central respeitasse o preço de mercado do dólar, ele deveria pagar ao exportador $1.000 pesos.  Logo, não deveria ser nada surpreendente que os exportadores estejam sendo profundamente afetados pelo "cepo".
Importações
Em um discurso à Universidade de Harvard, a presidente Cristina Kirchner negou a existência do controle de capitais estrangeiros e, para exemplificar essa sua negativa, ela sugeriu que havia "120 categorias que permitiam aos argentinos adquirir dólares".  Uma delas, alegou, são as importações.  Isso não surpreenderia Mises, que escreveu que:
Por outro lado, o órgão central de controle de câmbio, aferrando-se obstinadamente à ficção de que as taxas de câmbio "na realidade" não subiram e que a taxa oficial de câmbio é uma taxa real, vende divisas aos importadores pela taxa oficial.
Porém, quando um importador paga 6 por algo pelo qual ele na realidade deveria pagar 10, ele está recebendo um considerável subsídio do governo, algo que provavelmente fará as importações aumentarem ao ponto de ameaçar a tão enaltecida "produção doméstica".  E isso é algo que nenhum governo (especialmente um governo intervencionista como o da Argentina) irá tolerar.  Mises observa que:
Consequentemente, as autoridades recorrem a outros artifícios. Ou aumentam as tarifas de importação, ou estabelecem um imposto especial sobre os importadores, ou oneram de alguma forma a compra de divisas.
Caso Mises mencionasse uma das malfadadas políticas do governo Kirchner, as Declaraciones Juradas Anticipadas de Importación (DJAI — Declarações Juramentadas Antecipadas para Importações, um novo obstáculo burocrático para os importadores), poderíamos dar a ele o título de futurólogo.
A inflação é o problema
Como última observação, vale dizer que o motivo para os controles de capitais — bem como o motivo para todo e qualquer controle de preços — é a persistente inflação de preços criada pela política monetária do Banco Central argentino, algo que o governo faz de tudo para ignorar.  Em menos de 4 anos, a oferta monetária quase triplicou.
Porém, como Mises nunca se cansou de alertar, nenhuma intervenção pode acobertar ou alterar "o fato de que uma moeda nacional perdeu parte do seu poder aquisitivo em relação às divisas estrangeiras, ao ouro, e às mercadorias em geral."
Controles de capitais apenas agregam mais problemas aos problemas já existentes.  Se o governo argentino houvesse lido Mises (ou ao menos não o ignorasse deliberadamente), ele veria o encarecimento do dólar como um indicador dos excessos de sua política monetária.  Como corolário, nós argentinos teríamos evitado todos os efeitos distorcivos de um "cepo" e, principalmente, não estaríamos hoje sofrendo com essa vergonhosa inflação de preços, a qual rouba dos argentinos o poder de compra de seu dinheiro, o qual eles honestamente adquiriram por meio de interações pacíficas e voluntárias no mercado.

Cambalache - a história do colapso econômico da Argentina
A nova onda de controle de preços na América Latina



Iván Carrino é analista econômico da Fundación Libertad y Progreso na Argentina e possui mestrado em Economia Austriaca pela Universidad Rey Juan Carlos, de Madri.
 
 
 
 
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A difícil tarefa de deixar as contas do governo em ordem

 


    Política de desoneração do governo tem pressionado as contas públicas do país
    A decisão do Banco Central de elevar na terça-feira a taxa básica de juros para 10% ao ano, que está sendo interpretada por muitos analistas como uma tentativa de controlar a inflação, foi anunciada em um momento que economistas veem com pessimismo a forma como o governo vem gerenciando suas contas.
    A fórmula adotada ainda na década passada e mantida nos últimos anos para manter a estabilidade financeira se baseia no tripé controle da inflação, câmbio flutuante e metas de superávit primário.
    Mas, nos últimos meses, os três elementos têm gerado preocupações. No período de 12 meses até outubro, o IPCA, índice oficial de inflação, dicou em 5,84% ao ano, acima do centro da meta de 4,5% ao ano; o governo tem sido obrigado a comprar títulos públicos e inundar a economia com dólares, o que tem segurado a cotação da moeda americana.
    Mas na política fiscal residem alguns dos principais temores. Para 2013, o governo se comprometeu a entregar um superávit equivalente a 2,3% do PIB, o que representa R$ 108,09 bilhões.
    No meio do ano, o Ministério da Fazenda anunciou que deduziria desse valor investimentos e desonerações (uma medida vista por muitos como uma manobra para driblar as contas), anunciando uma nova meta - R$ 73,03 bilhões.
    De janeiro a outubro, no entanto, a economia foi de apenas R$ 33,43 bilhões. Para especialistas, o governo terá de fazer malabarismos para atingir a meta.
    Para economistas ouvidos pela BBC Brasil, enquanto o desequilíbrio fiscal representa um risco real à estabilidade da economia, ainda há tempo para as autoridades reverterem o quadro, por meio de ajustes.

    Situação 'manejável'

    Para o economista Emerson Marçal, coordenador do Centro de Macroeconomia Aplicada da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, a situação não é a mais agradável, mas está longe de ser uma tragédia.
    "Houve um movimento de deterioração que já era esperado, reflexo de algumas medidas tomadas recentemente que devem reduzir bastante o superávit primário. Mas dizer que a dívida pública está numa trajetória insustentável é muito forte. É uma piora manejável", diz.
    As medidas em questão são a isenção temporária de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos automóveis e de produtos da linha branca, baixada pelo governo nos últimos três anos a fim de estimular o consumo e bater de frente com a crise.
    "O governo tentou usar a politica fiscal para dar um empurrãozinho na economia. Na hora da transição, todo mundo achou que a desaceleração fosse passageira, que o PIB voltaria a crescer na velocidade antes da crise. Não cresceu."
    Emerson Marçal, da FGV
    "O governo tentou usar a política fiscal para dar um empurrãozinho na economia. Na hora da transição, todo mundo achou que a desaceleração fosse passageira, que o PIB voltaria a crescer na velocidade de antes da crise. Não cresceu", diz Marçal.
    Segundo a Receita Federal, entre janeiro e setembro deste ano, o governo deixou de arrecadar R$ 64,3 bilhões com as desonerações.
    Ao mesmo tempo, as despesas do governo também cresceram, apesar das promessas e do esforço para fechar a torneira. Segundo levantamento feito pela ONG Contas Abertas no Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira), os gastos no primeiro semestre atingiram R$ 1,01 trilhão, aumento de 6,6% em relação ao mesmo período no ano anterior.
    "Houve uma deterioração inegável das contas públicas. Nos próximos anos deve haver ajuste. Ou vai se repensar a questão de desoneração, ou vai ter de aumentar imposto e cortar despesa. O governo terá de usar a tesoura", diz o economista.
    "O próximo governo terá de fazer uma correção de rumo", conclui Marçal, independentemente de quem esteja no comando do Planalto após as eleições do ano que vem.

    Longo prazo

    O pesquisador Alvaro Martim Guedes, professor de Administração Pública da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Araraquara, a grande discussão não é se o país vai ou não atingir a meta de superávit.
    "Se não atingirmos a meta do superávit, começa a haver desequilíbrio. Começamos a dar sinais evidentes de que, mesmo no curto prazo, não há controle, o que aumenta a incerteza e retrai a confiança de investidores externos", diz.
    "Se não atingirmos a meta do superávit, começa a haver desequilíbrio. Começamos a dar sinais evidentes que mesmo no curto prazo não há controle, o que aumenta a incerteza e retrai a confiança de investidores externos."
    Alvaro Martim Guedes, da Unesp
    Guedes defende um ajuste rápido nas contas públicas.
    "Quanto mais você posterga, maior é a distância entre o enfrentamento e os resultados. Se o indivíduo tem infecção e é tratado logo, não precisa de muito remédio. Se demora, vai precisar de mais medicamento", diz.
    Guedes diz, no entanto, que ajustar as contas públicas não é suficiente para o país ganhar competitividade, assim como não bastam políticas de incentivo ao consumo para estimular a economia.
    "É preciso uma ruptura. Já temos uma infraestrutura onerosa, o chamado Custo Brasil. Precisamos fazer reformas mais profundas. Hoje temos uma legislação trabalhista ruim, uma legislação tributária que não atende ao federalismo. A coisa vai além do superávit primário", diz.
     

    quinta-feira, 28 de novembro de 2013

    Quem é Quem

        

    A transparência, afinal! 

    Depois de cinco anos de tramitação e uma longa temporada na gaveta, finalmente deputados e senadores aprovaram a PEC do voto aberto nas duas casas. 

    Antes tarde do que nunca! Afinal, é como dizem: “Quem não deve, não teme. 

    Com o fim do anonimato por trás dos votos, os eleitores poderão saber o que pensam e como votam seus representantes. 

    Agora, poderão descobrir se o discurso no palanque corresponde às ações no parlamento. 

    Agora, e só agora, saberão se os eleitos são capacho do governo ou parlamentares independentes; se defendem as causas do povo ou seus próprios interesses; se são patronos da ética ou cúmplices da corrupção.

    Para não ser enganado (mais uma vez) nas próximas eleições, o povo quer saber: 

    Quem vai aposentar o "coitadinho" do Genoíno?

    Quem vai defender os mandatos dos mensaleiros?

    Quem é quem por trás das máscaras da hipocrisia?



     

     


    Cardozo, o "porquinho preguiçoso" da Dilma, quer processar tucanos que questionaram documentos falsos que ele repassou à PF.

    Cardozo é o "porquinho preguiçoso" que constrói casas e denúncias de palha.
     
    José Eduardo Cardozo, mais conhecido como o "porquinho preguiçoso" da Dilma, quer processar os tucanos que mostraram os documentos falsos que ele encaminhou à PF. Leia, abaixo, a matéria do Estadão.
     
    O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou nesta quinta-feira, 28, que irá processar criminalmente e por danos morais as pessoas que lhe dirigiram injúrias. A afirmação refere-se aos encaminhamentos do caso Siemens. Segundo ele, a decisão tem por objetivo a uma proteção do cargo de ministro, que "exige respeito e tratamento digno". "Ofensas a honra jamais", disse o ministro, durante entrevista coletiva.
     
    A reação do ministro é uma resposta às afirmações feitas nesta semana por lideranças do PSDB, que desaprovaram a atitude de Cardozo de encaminhar à Polícia Federal um documento de um ex-diretor da Siemens, que aponta suposto envolvimento de tucanos em uma empresa de consultoria que intermediaria o esquema do cartel da construção do metrô de São Paulo.
     
    Segundo Cardozo, o chamaram de "sonso, membro de quadrilha, vigarista". "Estes serão processados". Ele não deu nomes de quem irá processar, mas disse que, além dos que o ofenderam, também irá processar os que entrarem com processo contra ele por calúnia. "Na política pode haver diferença. Desrespeito jamais", afirmou.
     
    O ministro disse que esteve com a presidente Dilma Rousseff, que lhe deu liberdade quando ele disse que processaria os tucanos. "Ela me deu total liberdade para conduzir esse caso", afirmou. Ainda com relação aos questionamentos sobre a tradução do documento do ex-diretor da Siemens, Cardozo diz que não está descartado que se tenha retirado informações do texto para se enviar a Siemens e não o contrário, como sugerem os tucanos.
     
     
     
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    Lançar as próprias culpas sobre os outros é, no psicopata, um instinto inato e uma das bases do seu poder pessoal. No histérico, é um hábito adquirido, um reflexo defensivo e um instrumento de integração na comunidade protetora.  Nos psicopatas, é uma força. Nos histéricos, um sinal de fraqueza.

    Sendo impossível o socialismo perfeito, suas sucessivas encarnações imperfeitas serão sempre e necessariamente consideradas “direitistas” em comparação com suas versões ideais futuras, de modo que a culpa de seus crimes e misérias terá de ser imputada automaticamente à direita, ao capitalismo, aos malditos liberais e conservadores. Do fundo do Gulag, do cemitério ou do exílio, estes serão sempre os autores do mal que os comunistas fizeram.

    Isso é um dos preceitos mais essenciais e constantes da lógica revolucionária. Ele corresponde, na prática, ao direito ilimitado de delinqüir, de roubar, de matar e de produzir toda sorte de horrores e misérias, com a garantia não só da impunidade mas de uma consciência eternamente limpa, tanto mais pronta a levantar o dedo acusador quanto maiores são as culpas objetivas que carrega.
    É impossível não perceber a identidade cabal entre esse vício estrutural de pensamento e o traço mais característico da mentalidade psicopática, que é a ausência de culpa ou arrependimento, o cinismo perfeito de quem se sente uma vítima inocente no instante mesmo em que se esmera na violência, na mentira e na crueldade.
    Os psicopatas não são doentes mentais nem pessoas incapacitadas. São homens inteligentes e astutos sem consciência moral. São criminosos por vocação. Os únicos sentimentos morais que têm são o culto da própria grandeza e a autopiedade: as duas formas, ativa e passiva, do amor-próprio levado às suas últimas conseqüências.
    Eles não têm sentimentos morais, mas sabem percebê-los e produzi-los nos outros, sobre os quais adquirem assim o poder de um super-ego dominador e manipulador que neutraliza as funções normais da consciência individual e as substitui por cacoetes de percepção, coletivos e uniformes, favoráveis aos objetivos da política psicopática.
    Só por isso não se pode dizer que todos os líderes e intelectuais comunistas sejam psicopatas. Como observou o psiquiatra Andrew Lobaczewski no seu estudo da elite comunista polonesa, um pequeno grupo de psicopatas basta para atrair um vasto círculo de colaboradores e militantes e instilar neles todos os sintomas de uma falsificação histérica da percepção. O histérico não crê naquilo que vê, mas naquilo que diz e repete. Sua experiência direta da realidade é substituída por uma padronização compulsiva que enxerga sempre as coisas pelos mesmos ângulos e não consegue nem imaginar que possam ser vistas de outro modo: a mera tentação de fazê-lo, mesmo por instantes, é reprimida automaticamente ou repelida com horror.
    Só um pequeno círculo no topo do movimento comunista compõe-se de psicopatas autênticos. A maioria, do segundo escalão para baixo, é de histéricos. Erik von Kuenhelt-Leddihin documentou extensamente o papel da histeria na militância esquerdista em geral, mas Lobaczewski descobriu que essa histeria não é “causa sui”: é produto da influência penetrante e quase irresistível que os psicopatas exercem sobre as mentes fracas, trocando a sua percepção natural do mundo e de si mesmas por uma “segunda realidade” -- para usar o termo de Robert Musil – da qual só podem emergir por um salto intuitivo atemorizador e humilhante que lhes custará, ademais, a perda dos laços de solidariedade grupal, base da sua precária subsistência psicológica.  
    Lançar as próprias culpas sobre os outros é, no psicopata, um instinto inato e uma das bases do seu poder pessoal. No histérico, é um hábito adquirido, um reflexo defensivo e um instrumento de integração na comunidade protetora.  Nos psicopatas, é uma força. Nos histéricos, um sinal de fraqueza. Não espanta que os primeiros façam uso dele com astúcia e comedimento, os segundos com total destempero, levando a invencionice até o último limite do ridículo e da alucinação.
    Mas o dr. Lobaczewski vai um pouco mais fundo na análise do fenômeno. Quando a militância orientada pelos psicopatas sobe à condição de poder político e cultural hegemônico, a deformação histérica torna-se o modo dominante de pensar e se alastra por toda a sociedade, infectando até grupos e indivíduos alheios ou hostis ao movimento revolucionário.
    Daí a contaminação da linguagem de comentaristas “de direita” pela mágica histérica de tentar inverter as proporções da realidade mediante a simples inversão das palavras.  Quando proclamam que Lula ou Dilma são “de direita”, os srs. José Nêumanne Pinto e Demétrio Magnoli, homens insuspeitos de colaboração consciente com o “establishment” esquerdista, só provam que foram vítimas inconscientes dessa contaminação. Por definição, todo governo “de transição” para o socialismo é menos socialista, portanto mais direitista, do que o seu sucessor esperado, assim como todo socialismo real é menos socialista e mais “direitista” do que qualquer socialismo ideal. Ver nisso a prova de um direitismo substantivo, transmutando uma diferença de grau numa identidade de essências é um erro lógico tão grosseiro que só faz sentido como mentira psicopática ou macaqueação histérica. O psicopata vive de criar impressões, o histérico de absorvê-las, imitá-las e propagá-las. Os srs. Nêumanne e Magnoli querem dar a impressão de que o petismo é mau. Para isso, absorvem, imitam e propagam o estereótipo verbal criado por psicopatas comunistas para salvar automaticamente a reputação da esquerda após cada novo fiasco, de modo que ela possa repeti-lo de novo e de novo.  Combatem o petismo de hoje fomentando o petismo de amanhã.

    Publicado no Diário do Comércio.



    link:


    http://www.midiasemmascara.org/artigos/movimento-revolucionario/14706--logica-da-histeria.html