Profissional” acusado de mutilar mulheres começa a trabalhar nesta semana pelo Mais Médicos
Ele é irmão de cirurgião descredenciado do programa também por causa de denúncias
Sem ter registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) e investigado por trabalhar ilegalmente no país, Yasser Arafat Salinas Cury, 30 anos, começa a trabalhar esta semana no programa Mais Médicos em Manaus. Ele foi autuado pela Polícia Civil, em fevereiro deste ano, exercendo a profissão em hospital público no município de Anori, no interior do Amazonas. Arafat também é suspeito de participar de pelo menos duas cirurgias em que as pacientes alegam ter sido mutiladas. Em ambos os casos, ele atuava como auxiliar do irmão e ex-deputado federal Carlos Jorge Cury Mansilla, que responde a 15 processos por erros médicos na Justiça do estado. Cury também havia entrado no programa, mas, após denúncia do Correio, no último mês de setembro, foi excluído.
De acordo com a Polícia Civil do Amazonas, Arafat responde em liberdade por atividade médica ilegal no Hospital Darlinda Ribeiro, em Anori — cidade de 18 mil habitantes. A farsa foi descoberta depois de o médico ter sido parado em uma blitz, em fevereiro deste ano. Segundo o boletim de ocorrência, foram encontrados no carro receituários carimbados com o CRM do irmão, Carlos Cury. As assinaturas, entretanto, eram de Arafat.
Depois do incidente, a polícia comunicou à prefeitura, que o exonerou do cargo. Ainda no fim do ano passado, o Conselho Regional de Medicina do Amazonas (Cremam) notificou a polícia que Arafat atuava como cirurgião auxiliar, sem CRM, em uma clínica e havia participado de casos suspeitos de mutilação com Carlos Cury. Uma das pacientes foi a terapeuta Emília Alencar de Souza, 43, que impetrou ação contra Cury e Arafat. “Enquanto Cury me cortava, ele me segurava nos braços. É um falsário como o irmão”, conta.
Fonte: Correio Brasiliense
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