segunda-feira, 3 de junho de 2013

O Brasil do BRICS tomou o trem na direção errada: MERCOSUL

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Gerhard Erich Boehme

“Em cada comunidade devemos ter uma igreja, e ao lado dela uma escola” (Dr. Martin Luther)
A frase, na sua essência ajuda a explicar o sucesso de algumas nações, da Suécia, Dinamarca, Finlândia e Noruega em especial, nações onde os luteranos são a quase totalidade, assim como estão presentes de forma significativa na Alemanha e nos Estados Unidos.
Os Estados Unidos por ter na sua formação étnica a maioria de alemães de origem luterana, acima dos ingleses e irlandeses. Além de ter sido o destino da maioria dos alemães desde o Século XVII, quando para lá foram os luteranos que não aceitaram, isso no Século XIX, que a Igreja Evangélica, como é denominada a Igreja Luterana na Alemanha ficasse subjugada ao Estado, o que acabou ocorrendo no II Reich até o seu final.
Mas não é a educação o fator que mais concorre para o sucesso de uma nação, conferindo ao povo melhor qualidade de vida, justiça e desenvolvimento. Explico.
O Brasil tomou o trem na direção errada, em vez do Mercosul e do BRICS, deveríamos nos concentrar na Aliança do Pacífico, e no ABCDE/TZ como referencial.
Achamos o máximo fazer parte do BRICS, foi e ainda é a tônica do peta¹ e de sua terceirizada, sem contar que redirecionaram o Mercosul ao fracasso, criaram por conta das diretrizes do Foro San Pablo um contencioso com o Paraguay e aceitaram a Venezuela, uma nação que representa atualmente um dos maiores atrasos, juntou-se a Cuba.
BRICS é um grupo de países sem lógica, deveria nos deixar envergonhados. O melhor seria termos os países que tomam parte do ABCDE/TZ como referencial.
A China, a República Popular da China é tida como exemplo, mas está longe de sê-lo. A China, a República Popular da China, desceu ao fundo do poço por conta do socialismo, e entre seu principal líder, do fracasso, tivemos Máo Zédōng, mas quem foi Mao senão aquele que na revolução socialista na China, com um exército revolucionário de mais de um milhão de soldados passou a controlar militar e politicamente mais de noventa milhões de chineses, além das mortes que produziu contra os nacionalistas e a revolução interna, teve também a dominação de outros povos, como o tibetano, mas o mais grave: foi responsável por mais de 50 milhões de mortes, principalmente por fome, ao impor a pureza ideológica com seu "socialismo", com o "Grande Salto para a Frente".
É o país que detém a maior população do planeta, assim como o que tem o maior potencial de crescimento. E depois de tantas mortes por fome, bastou um jogo de ping-pong e Nixon ajudar com a venda de alimentos que a China entendeu que tinha pegado o trem errado, teve que optar por liberalizar sua economia, muito embora não a tenha feito no campo da política. No final do texto explico o porque a China, a República Popular da China não nos deve servir de referencial, quando muito é uma boa parceiro, assim como uma ameaça.
O homem tende para o bem, mas é igualmente capaz do mal; pode transcender o seu interesse imediato e, contudo permanecer ligado a ele. A ordem social será tanto mais sólida, quanto mais tiver em conta este fato e não contrapuser o interesse pessoal ao da sociedade no seu todo, mas procurar modos para a sua coordenação frutuosa. Com efeito, onde o interesse individual é violentamente suprimido, acaba substituído por um pesado sistema de controle burocrático, que esteriliza as fontes da iniciativa e criatividade. Quando os homens julgam possuir o segredo de uma organização social perfeita que torne o mal impossível, consideram também poder usar todos os meios, inclusive a violência e a mentira, para a realizar. A política torna-se então uma «religião secular», que se ilude de poder construir o Paraíso neste mundo. (Karol Józef Wojtyla – Johannes Paulus II)
Acredito que devem se recordar de uma das últimas novelas de sucesso da Rede Globo, seguramente pautada pela ilusão, a “Caminho das Índias”.
Antes da Turquia e da “Carminha e a discriminação espacial”, a Globo nos trouxe um pouco da beleza e da realidade da Índia, país onde tivemos a atuação, em nossa história recente, de uma das pessoas mais fantásticas de toda humanidade há seu tempo. Cito a vida e a obra da "The Nobel Prize in Peace 1979", da Mother Teresa, a Irmã Agnes Gonxha Bojaxhiu, conhecida entre nós brasileiros pelo nome de Madre Tereza de Calcutá.
"A oração faz nos ter um coração puro. E um coração puro é capaz de ver a Deus. Se descobrirmos Deus, seremos capazes de amar, de amar não com palavras, mas com obras". (Agnes Gonxha Bojaxhiu - Madre Tereza de Calcutá - The Nobel Prize in Peace 1979)
A questão da miséria na Índia chocava. Mas temos que refletir sobre o que vemos, não na novela, mas na vida real. Imagine um país com mais de 1,3 bilhão de pessoas em um território que não chega a 40% do tamanho do nosso?
No Brasil temos 90 milhões em ação, conforme o jingle dOs Incríveis, de 1970, e hoje temos somados a eles mais de 100 milhões parados, acreditando que o Estado possa resolver seus problemas.
O que estava e está errado no que vemos na Índia?
No primeiro momento podemos dizer que são os empresários de lá, que lucram com a exploração da mão de obra, outros dirão que a culpa está nos clientes, que com alto poder aquisitivo deveriam, em vez de gastar tanto, auxiliar na renda dos mais pobres. Outros ainda dirão que o problema está com os trabalhadores que não se articulam, e lutam pelos seus direitos. Alguns dirão que é a religião, outros a baixa escolaridade, usw..
Nada mais falso. Os indianos são mal remunerados e trabalham em condições precárias devido ao mercado de trabalho, desfavorável a eles. É duro dizer isso, mas é a realidade. De igual forma isto também ocorre no Brasil. Seguramente existem outros fatores.
- Sobram indianos sem capacitação alguma.
E eles estão ainda em uma situação pior que a nossa em termos de alfabetização, mas lá o ensino é parte da estratégia dos religiosos e também do Estado para desenvolver o país, enquanto que no Brasil até mesmo a escolha do Ministro da Educação na época da novela, face ao seu curriculum, o objetivo é a doutrinação, estamos nos afastando da liberdade, de dar garantias ao direito de propriedade, do estado de direito e da economia de mercado, em resumo, nos afastando da possibilidade de acelerarmos o nosso desenvolvimento e de promover a justiça, que não necessita do apêndice social, já que está implícita sua aplicação na sociedade.
E o que é pior, ainda na época da novela não aproveitamos uma conjuntura internacional que era favorável à Índia, à China, a República Popular da China e ao Brasil. E não vou fazer comparações com o Chile, seria covardia, em termos de educação, de liberdade, usw.. Os chilenos tiveram recentemente um governo socialista, que manteve todas as garantias de liberdade anteriormente conquistadas, e agora possuem um dos governos mais liberais das Américas, com forte investimento na educação e na garantia da liberdade econômica.
Isso não foi feito na Rússia e na Ucrânia, assim como em muitas novas repúblicas da antiga União Soviética, lá criaram um estado paralelo que é essencialmente corrupto. O antigo poder socialista de delação foi convertido no poder de infiltração, destruindo as instituições democráticas já no seu berço após a queda do socialismo.
O que estava e está errado no que vemos na Rússia?
Vladimir Vladimirovitch Putin, umpersonalidade que nos lembra o estilo de um José Dirceu, é o dono do poder desde que deixou de ser o Diretor do Serviço de Segurança Nacional da Federação Russa em 9 de agosto de 1999, é o melhor exemplo, foi ex-agente dos serviços secretos soviético e russo, da KGB e da FSB, respectivamente, uma rede de tráfico de poder e influência desde o fiscal do quarteirão até a infiltração e subversão em centenas de países, até mesmo com um braço no Corinthians Paulista durante muitos anos. Putin desde 1999 alterna-se nos cargos de Presidente e Primeiro-Ministro, sempre no centro das decisões de um Estado centralizador e corrupto, mas agora inserido no livre mercado. Inserido, mas não aberto ao livre mercado. Tal qual o Brasil.
A Índia aos poucos abandona o socialismo e se insere na economia de mercado, mas encontra o atraso na mentalidade do indiano o seu principal entrave.
O que estava e está errado no que vemos na África do Sul?
Além do passivo educacional e cultural, que ainda afastam, principalmente as populações negras, da liberdade, mas ela está no mínimo umas 20 posições a frente do Brasil em termos de liberdade. Nem mesmo lidera a África, está atrás de Cabo Verde, já que Cabo Verde é o segundo país africano ao sul do Sahara com mais liberdade econômica atrás do Botswana, segundo um estudo do "Wall Street Journal" e da "Heritage Foundation" dos Estados Unidos. 
O índice de "Liberdade Econômica", elaborado pelo jornal e pela instituição norte-americana, é um indicador construído com base em fatores que mais influenciam um enquadramento institucional favorável ao crescimento econômico e desenvolvimento de um país.
Ele procura estabelecer uma correlação positiva entre liberdade econômica e prosperidade, constituindo igualmente um indicador de referência e a mais profunda fonte de informação para investidores, executivos políticos e acadêmicos.
Na classificação de 2012 para África Cabo Verde integra o grupo restrito dos países "majoritariamente livres", que inclui Botswana, África do Sul, Rwanda, Mauritius e Uganda.
A nível mundial, Cabo Verde passou do 110º lugar que ocupava em 2001 para a 46ª posição em 2006 e regrediu para 66ª posição num universo de 161 países.
E a China, a República Popular da China? A China não é referencial para ninguém.
O MERCOSUL está fadado ao fracasso, é agora movido a ideologia (socialismo del siglo XXI) cujo ato de auto extinção foi o golpe da expulsão do Paraguay para admissão da República Bolivariana de Venezuela.
O problema agora é que o Brasil não está no Pacífico, quem sabe assim poderia integrar a Aliança do Pacífica.
Agora ficará evidente como a liberdade é que faz a diferença, teremos não apenas o Chile como referencial, mas um grupo de países que optaram pela liberdade e estão assim adquirindo a capacidade de criar uma zona de livre comércio.
Tomam parte México, Peru, Colômbia e Chile, com uma população equivalente a do Brasil e 33% do comércio da região. A Aliança do Pacífico é, por enquanto, um projeto, ainda que em avançada negociação, apoiado por entusiasmada declaração de intenções de engajados chefes de Estado.
Será formada por países que estão optando pela liberdade, todos com um desempenho melhor que a Venezuela, Brasil, Argentina e Bolívia, exceto o Uruguay, ainda sob a esfera da influência do Foro San Pablo, mas sem abandonar o compromisso com a liberdade, que foi o caso do Brasil, ou melhor que nunca foi o caso do Brasil, ao menos na história republicana.
E já assusta os empresários brasileiros, como se já não nos bastassem as ameaças internas de uma incompetência sem limites colocada a prova pelo peta¹ e sua terceirizada.
A Aliança do Pacífico deve nos servir de referencial, pois só não enxerga quem não quer, pois podemos ver na iniciativa aspectos que faltam na política comercial brasileira. Enquanto o Mercosul empaca em uma agenda de acesso a mercados típica do século passado, andinos e o México buscam seu lugar nas cadeias globais de produção.
E temos ainda a Costa Rica, sempre um referencial.
E o que assistimos, o Brasil perdendo liderança, deixa-se, por conta de uma subjugação política-ideológica, os brasileiros sendo comandados por Cuba, que inclusive quer nos impor mais de 6 mil “médicus”, como se precisássemos de fiscais de quarteirão.
Não sou economista, sou engenheiro (UFRJ) e administrador (UFPR), o que por certo nos dá outra visão do mundo. E como brasileiro atualmente sou subversivo.
Explicar o desenvolvimento de uma nação é relativamente fácil, é o caso das outras Chinas, de Formosa - República da China (Taiwan), de Singapura, de Hong Kong e de Macau, as duas últimas atualmente Regiões Administrativas Especiais da República Popular da China, isso desde 20 de dezembro de 1999. Macau e Hong Kong possuem administrações próprias, moedas próprias e uma economia liberal, razão do desenvolvimento. Macau inclusive faz uso da moeda do Tio Patinhas, a pataca.
Singapura deve configurar na relação, pois possui uma população formada por mais de 70% de chineses, dos vários grupos linguísticos chineses. Singapura é hoje um dos países mais desenvolvidos, com melhor qualidade de vida e seguros do mundo, e atente para importância desta informação. De igual modo o são Macau, Hong Kong e Taiwan.
Entender a China é difícil, pois de um lado temos nações que se destacam em termos da fiel observação à democracia, ao estado de direito e ao livre mercado, que são tendências mundiais para se obter o desenvolvimento, os indicadores de liberdade estão ai para provar isso, mas eles não são utilizados pelos nossos economistas governamentais e muito menos ensinados nas nossas escolas de economia. Mas temos a China, a República Popular da China, a qual está longe de ser uma democracia, uma nação onde se observa fielmente o estado de direito e o livre mercado.
Desde que iniciou suas reformas em 1978 o progresso da economia chinesa tem sido extraordinário. Nos últimos 35 anos seu produto interno bruto se expandiu a 9% por ano, o crescimento de seu comércio exterior cresceu 15% ao ano desde 1978 e o superávit comercial com os Estados Unidos é agora muito maior que o do Japão somado ao da Alemanha. O extraordinário crescimento sustentado da economia chinesa por mais de três décadas é, sem lugar a dúvidas, uma das maiores transformações da economia e da política internacional.
A China, a República Popular da China se caracteriza atualmente:
a) A apropriação da tecnologia e conhecimento mundial a uma velocidade assustadora, mas isso não é citado pelos economistas governamentais e muito menos pelos sociólogos no Brasil.
b) A atenção das economias para o crescimento chinês e seu potencial, atraindo investimentos de grandes grupos transnacionais, como exemplo a Volkswagen¹, hoje o maior conglomerado automobilístico na China, na República Popular da China, e no mundo.
c) Alto investimento em educação fundamental.
d) A “vantagem comparativa” enormes reservas de mão de obra barata a converteu num centro, por excelência, da produção manufatureira a nível mundial, sendo considerada como a “oficina do mundo” como se denominava a Inglaterra depois da Revolução Industrial;
e) Ausência de direitos civis e de reivindicação. Baixa ou praticamente nula atividade sindical, onde as relações de trabalho são compensadas pelas partes ou pelo consenso entre licenciadores e fabricantes, onde normas como a SA 8000, AA 1000 e a ISO 26000 se destacam. Mas é importante citar que nem sempre uma legislação trabalhista traz vantagens, pois em todo mundo tem sido um dos maiores entraves ao desenvolvimento devido a baixa flexibilização e elevada resistência a mudanças, como exemplo a legislação trabalhista junto as montadoras tradicionais nos Estados Unidos, na indústria em geral na França, ou ainda pior, a legislação trabalhista brasileira que ainda está pautada na legislação fascista italiana do início do século passado e que aqui joga na informalidade mais da metade dos trabalhadores brasileiros, mas isso não é citado pelos economistas e muito menos pelos sociólogos no Brasil.
f) Baixa burocracia governamental, mas isso não é citado pelos economistas e muito menos pelos sociólogos no Brasil.
g) Alto investimento em tecnologia militar, que é e sempre foi, em todo mundo, a locomotiva do desenvolvimento científico e tecnológico, mas isso não é citado pelos economistas e muito menos pelos sociólogos no Brasil.
h) Alto investimento em infraestrutura.
i) Uma economia com excessiva dependência de um modelo industrial e de exportações o qual requer uma produção em escala crescente.
j) Elevados impactos ambientais, com a geração de passivos ambientais incalculáveis, pois a fim de fazer avançar o desenvolvimento nacional por trilhas bem delineadas, a China, a República Popular da China está dando mais atenção a um modelo de desenvolvimento rápido, a qualquer custo, mas isso não é citado pelos economistas e muito menos pelos sociólogos no Brasil.
k) Concessão de crédito abundante no mercado internacional, já que detém enormes reservas que o governo chinês vem acumulando com sucesso aliado a um processo de desvalorização do yuan, mas isso também não é citado pelos economistas e muito menos pelos sociólogos no Brasil.
¹ A Volkswagen é hoje a maior montadora mundial, superando a GM. A Volkswagen Aktiengesellschaft ou somente Volkswagen AG tem como seu principal acionista a família Porshe, o estado da Baixa Saxônia e o Catar (Qatar) e uma infinidade de investidores, e ela, a Volkswagen, é dona das seguintes marcas e organizações, que somam mais de 340 organizações em todo o mundo:

* Audi
* Bentley Motors – a marca Rolls-Royce pertence ao grupo alemão BMW
* Bugatti
* Lamborghini
* Porsche
* Ducati
* SEAT
* Suzuki Motor
* Škoda
* Scania
* MAN
A Volkswagen segue firme e forte em sua meta de manter-se como a maior fabricante de automóveis do mundo. Das dez novas fábricas em construção no mundo, sete estão na China, o que está a exigir um investimento superior a R$ 50 bilhões. Portanto serão 19 fábricas na China, nos próximos anos que com certeza contribuirão para manter a atual participação da empresa no mercado chinês.
A título de curiosidade, no Brasil são apenas 6 fábricas da Volkswagen, embora tenha sido a primeira a se instalar de fato no Brasil, isso contando com as fábricas da Scania e da MAN, assim como a fábrica de motores em São Carlos/SP.
O país é uma máquina de produzir como nunca se viu outra igual. Uma máquina que mistura características do comunismo, o que agrada e muito os que nutrem simpatias pelo socialismo e pela elevada intervenção na economia por parte dos burocratas em Brasília e do capitalismo, o que os desagrada e muito. Mistura, portanto, baixos salários, partido único, ausência de movimentos sindicais, com a busca pela produtividade, meritocracia, capital abundante, atração de estrangeiros e investimento em capital humano.


Gerhard Erich Boehme é Engenheiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário