sábado, 16 de março de 2013

Estudante expulsa acusa escola adventista de homofobia

Arianne Pacheco Rodrigues
Arianne disse ter pedido outra
com chance, mas a escola negou
com atualização

Arianne Pacheco Rodrigues (foto), 19, está acusando o Instituto Adventista Brasil Central — uma escola interna em Planalmira (GO) — de tê-la expulsada em novembro de 2010 por motivo homofóbico.

Marilda Pacheco, a mãe da estudante, está processando a escola com o pedido de indenização de R$ 50 mil por danos morais. A primeira audiência na Justiça ocorreu na semana passada.

A jovem contou que a punição foi decidida por uma comissão disciplinar que analisou a troca de cartas entre ela e outra garota, sua namorada na época. Na ata da reunião da comissão consta que a causa da expulsão das duas alunas foi “postura homossexual reincidente”.

O pastor Weslei Zukowski (na foto abaixo), diretor da escola, negou ter havido homofobia e disse que a expulsão ocorreu em consequência de “intimidade sexual” (contato físico), o que, disse, é expressamente proibido pelo regulamento do estabelecimento.

Conselho vai processar escola religiosa acusada de homofobia
4 de junho de 2012

Ata da expulsão diz: "postura
 homossexual reincidente"
Arianne disse que é mentira porque ela não teve com a namorada qualquer contato físico dentro da escola. Zukowski afirmou ao Fantástico de ontem (3) que as provas da escola estão baseadas no relato de colegas das duas expulsas.

A jovem contou que na época pediu uma nova chance para a escola, que se manteve inflexível. Abalada, ela foi morar com sua mãe em Orlando, nos Estados Unidos. Disse que não quer voltar para o Brasil.

Marilda afirmou que tentou evitar a expulsão da filha, mas ela ouviu de responsáveis pela escola que, para eles, o homossexualismo “é um crime tão sério como roubar ou matar”.

Ela informou que decidiu recorrer à Justiça para evitar que outras pessoas sejam vítimas das torturas da escola, as quais são “dignas da Idade Média, da época da Inquisição”.

Escola diz em nota que não visa reprimir

Nota oficial que a assessoria de imprensa do Instituto Adventista Brasil Central enviou a este site reafirmou que Arianne Pacheco Rodrigues teve contato físico com sua namorada, embora não cite o nome dela. Diz, também, que as normas do estabelecimento “não visam reprimir”. “Ao contrário, são um suporte essencial para a vida de tantos jovens em comunidade dentro de uma instituição de ensino.”

Segue a íntegra da nota

Weslei Zukowski, diretor de escola adventista
Pastor Zukowski diz que 
aluna infringiu regra 
 "O Instituto Adventista Brasil Central (IABC) é um colégio que oferece educação em regime de externato, em que os alunos comparecem às aulas e depois retornam aos seus lares; e, também, internato, em que os alunos residem em alojamento na escola. Os pais buscam o Instituto por ser uma escola conhecida por seus altos valores morais e pela educação integral que oferece aos alunos, fornecendo uma experiência educativa única na vida deles.

O colégio é responsável pela educação, integridade física e moral de todos os seus alunos, de modo que a observação de normas de conduta protege toda a coletividade estudantil, já que normas são para organizar e proteger a sociedade.

De acordo com o item 8 das Normas Internas da Instituição Adventista, são vedadas ao aluno, entre outras condutas:

“Furto; uso ou porte de cigarro, bebida alcoólica, droga ou armas; ato sexual; certos tipos de agressões físicas, verbais e outras, conforme considere a Comissão para Desenvolvimento Estudantil.”

Tais regras visam à segurança dos próprios alunos, sendo aceitas por eles e por seus pais quando se candidatam a uma vaga na escola. Dessa forma, a instituição de ensino busca impedir a propagação de situações que são prejudiciais à saúde e à moral no ambiente de estudo.

A aluna citada em reportagem de TV conhecia as regras disciplinares internas e sempre soube das permissões e proibições a que todos os alunos estão submetidos no ambiente escolar, já que estudava havia quatro anos na instituição e já tinha passado algumas vezes pela comissão disciplinar.

A letra “h” do subitem 1.1, do item 1 dos Itens Gerais, determina que:
“h. Lembre-se de que em seu namoro (que só ocorrerá com a permissão dos pais) não é permitido contato físico, seja nas dependências da escola ou em atividades externas em que você a esteja representando.”

A aluna tinha absoluta ciência de que seu comportamento contrariava diretamente as regras e as normas da instituição de ensino. O contato físico no namoro entre dois alunos da escola é considerado falta grave pelas normas dela, acarretando a rescisão do contrato de prestação de serviços educacionais. Essa iniciativa não é incomum na instituição, pois preza pelos altos valores morais, sendo essa uma característica bastante ressaltada pelos pais que confiam seus filhos à escola. Essa iniciativa não é incomum na instituição, e independe de opção sexual conforme destacado acima, pois preza pelos altos valores morais e desejo dos pais, sendo essa uma característica bastante ressaltada pelos pais que confiam seus filhos à escola.

Destaca-se, finalmente, que as normas não visam reprimir. Ao contrário, são um suporte essencial para a vida de tantos jovens em comunidade dentro de uma instituição de ensino, mantendo-os em harmonia enquanto desenvolvem-se acadêmica e socialmente."

Caroline Carnieto
Assessoria de Imprensa

Instituto Adventista Brasil Central
Escola religiosa fica no interior de  Goiás
Com informação do Fantástico.

Homofóbico chafurda no lamaçal de ódio, afirma ministro do STF.
julho de 2011


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