A CPI da CPI?
Artigo no Alerta
Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Sarkis
A VEJA desta
semana nos traz mais uma ‘aberração’.
Os inquiridos da
CPI da Petrobrás receberam previamente as perguntas que lhes seriam feitas
pelos senadores.
Antes de mais nada
vamos divagar sobre o instituto da representação política.
Deputado
é aquele que representa o povo, aquele que é escolhido pelo voto para
atuar nas câmaras federal e estaduais, e com o nome de vereador nas
municipais, para promover as mudanças legislativas e a fiscalização da
aplicação das leis no âmbito das políticas públicas.
Isto quer dizer que
o DEPUTADO me representa.
Senador é aquele
escolhido pelo voto popular para representar os interesses da república.
O exercício do
mandato do senador é direcionado para a defesa da república e dos interesses
republicanos.
Ele legisla e
fiscaliza como faz o deputado, mas com a visão da coisa pública e dos
interesses federativos.
Isto quer dizer que
o SENADOR representa a República.
Isto tudo é a
teoria, pois já estamos cansados de ver que deputado não representa povo e
senador não representa a república.
O pior disto tudo?
Eles são fiscais
deles mesmos.
A nós, povo, só nos
cabe não elegê-los na próxima eleição.
Nosso voto é de
confiança, mas a quebra da confiança não os atinge.
E quando a
patifaria não encontra freios dá no que estamos vivendo.
Tem gente que já
aceita ter militares no poder, como se eles fossem a salvação.
Tem gente que
aceita que as liberdades sejam diminuídas para que tenhamos respeito.
É bom que pensemos
no que isto significa para não trabalharmos, novamente, para trocar as moscas.
A podridão é
estrutural.
O fedor não é
causado pelas moscas.
Mosca é
consequência.
Consequência de uma
mentalidade subserviente, em que o patrão (o povo) deve bajular seus empregados
(políticos) para conseguir que eles ‘façam de conta que trabalham’ em prol de
benefícios coletivos.
Esses que foram
citados por VEJA nesta semana devem ser denunciados ao Conselho de Ética por
quebra dos deveres da representação para os quais foram eleitos.
Um cidadão que faz
o que estes representantes da República fizeram não merece continuar com o
munus público de representante, muito menos ser chamado de excelência.
Quem vai ter a
coragem de quebrar o corporativismo que blinda qualquer deles?
Certamente isto não
partirá dos que detém a competência e a obrigação.
Teremos nós, o
povo, que fazer nossas vozes serem ouvidas.
Certo que não
escolhemos santos para nos representar, afinal nem nós os somos, mas também não
precisa exagerar.
Um pouco de
dignidade sempre cai bem.
Jorge Sarkis é Advogado.
link:
http://www.alertatotal.net/2014/08/a-cpi-da-cpi.html
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