THIAGO SANTOS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Mesmo com baixos níveis de inadimplência no setor de crédito imobiliário e com uma legislação que, desde 2005, facilita a retomada do imóvel no caso de calote, bancos e construtoras estão mais propensos a renegociar dívidas, afirmam especialistas.
Fundos imobilários valorizam mais que a Bovespa COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Mesmo com baixos níveis de inadimplência no setor de crédito imobiliário e com uma legislação que, desde 2005, facilita a retomada do imóvel no caso de calote, bancos e construtoras estão mais propensos a renegociar dívidas, afirmam especialistas.
A maior concorrência entre as instituições financeiras e os altos estoques das construtoras são os principais motivos apontados.
Como o financiamento imobiliário é uma linha que fideliza o cliente ao banco por um longo período com baixo risco, desenvolver esse nicho passou a ser interesse dos principais bancos na busca por uma carteira de crédito mais qualificada.
Por outro lado, as construtoras precisam vender os imóveis que lançaram.
Nesse cenário, renegociar as dívidas de clientes ganhou mais relevância como estratégia das empresas.
Flávio Calife, economista da Boa Vista Serviços, do setor de crédito, destaca que a perda do cliente não é interessante para o banco.
"O consumidor com um financiamento é um cliente de longo prazo."
Em relação às construtoras, muitas já contratam escritórios de advocacia especializados em mediação.
A advogada Carla Boin, do escritório BASV, realiza esse trabalho para quatro grandes empresas do setor em São Paulo e afirma que, para os casos que já atendeu, em 70% houve acordo sem necessidade de processo judicial.
O quadro abaixo traz detalhes sobre as opções disponíveis para o consumidor renegociar o financiamento.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
PRINCIPAIS PROBLEMAS
Entre as razões mais comuns de inadimplência no segmento imobiliário, afirma a advogada, estão: falta de planejamento financeiro, separações, desemprego e investidores -pessoas que compraram para revenda- que não conseguem arcar com as prestações. "Nesse último caso temos índices maiores de processos."
As soluções mais frequentes são um novo parcelamento da dívida e a rescisão do contrato, quando não há possibilidade de recuperação da renda. Nesse caso, o imóvel volta para o banco ou para a construtora, conforme o contrato estabelecido.
Segundo relatório do Banco Central, em janeiro deste ano a inadimplência em contratos imobiliários ficou em 1,9%. Para o crédito pessoal, em 4,7%, e, para bens duráveis, o nível chegou a 9,9%.
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