quarta-feira, 11 de julho de 2012

Do Portal Terra, hoje:
 
Kassab distorce os fatos,para Kátia ficar contra Serra.....
Danado hein....

Após as duras críticas da senadora Kátia Abreu (PSD-TO) ao apoio de seu partido ao PT em Belo Horizonte, afirmando que o presidente do PSD Gilberto Kassab teria agido de forma "arbitrária e clandestina", o prefeito de São Paulo minimizou as declarações da vice-presidente da legenda. De acordo com Kassab, só "o tempo irá dizer quem está certo". 

"É normal ter divergências. Tenho respeito pela senadora Kátia Abreu, que me comunicou antecipadamente que era contra a aliança. Ela tem todo direito e sua divergência não diminui em nada a admiração e respeito que tenho por ela. Ela discordou do nosso apoio ao Serra em São Paulo e discordou em relação a Minas Gerais, mas sempre com autenticidade e transparência. Não será a primeira divergência e nem a última. Isso é próprio da democracia o tempo vai mostrar se ela está certa ou o partido", afirmou Kassab. 

Kátia Abreu jamais discordou do apoio de Kassab para José Serra. Abaixo entrevista dada ao Estadão em 3 de março de 2012, quando a senadora já contestava, isso sim, os métodos de Kassab. Não foi por falta de aviso. Era uma dissidência anunciada.

"As articulações do prefeito Gilberto Kassab, que levaram o PSD a abdicar de uma aliança com o PT para apoiar o PSDB, não foram absorvidas pacificamente pelo partido. A senadora Kátia Abreu (TO), uma das lideranças nacionais mais expressivas da legenda, se disse surpreendida nos dois momentos: no ensaio de Kassab para apoiar o pré-candidato do PT, Fernando Haddad, e na guinada definitiva do prefeito para a candidatura de José Serra (PSDB). 

Inconformada com a falta de diálogo no partido, a senadora defende o envolvimento do diretório nacional nas negociações de alianças. O recente discurso do ex-governador José Serra, afirmando a nacionalização da campanha paulistana, foi na contramão da garantia dada por Kassab de que o acordo é restrito à eleição municipal. 

Mesmo assim, a garantia foi posterior, reclama a senadora, e não considerou o apoio do PSDB à frente partidária que contesta a reivindicação do PSD por tempo de propaganda eleitoral gratuita proporcional à sua bancada. "O comportamento do PSDB não é de aliado, mas de inimigo", diz ela.
O tempo de TV é o que mais incomoda o PSD por ser decisivo para a consolidação da legenda não só nessas eleições municipais, como também em 2014. O partido teme que a "desfeita" ao PT produza a adesão governista à frente de oposição contra a legenda no TSE.

Na avaliação de Kátia Abreu, ao desfazer um acordo de sua própria iniciativa, o prefeito comprometeu o discurso de independência do partido com relação ao seu projeto nacional .Cuidadosa no tratamento pessoal a Kassab e Serra ela disse ao Estado considerar que o partido está sendo conduzido de forma individual, priorizando os interesses paulistas em detrimento do resto. 

A sra. se diz insatisfeita com a aliança que o prefeito Gilberto Kassab promoveu com o PSDB em São Paulo. Por quê?
Por ser São Paulo o centro político mais importante do País, o que lá se decide afeta as demais bases do partido. Por isso, a aliança com o PSDB, na sequência de uma articulação idêntica com o seu antípoda, o PT paulista, transbordou o âmbito da política municipal. E poderia estar precipitando definições sobre o futuro político do partido. 

Como assim?
O que ali ocorrer, na eleição, será decisivo para a sucessão presidencial de 2014. Isso, portanto, não é questão apenas da seção paulistana do PSD. Envolve o projeto nacional do partido.

E que projeto é esse?

O PSD surgiu com o propósito de mudar paradigmas da política que consideramos anacrônicos e nocivos. Um deles: partidos com donos, que decidem à revelia dos filiados. O PSD se comprometeu com a democracia interna; ouvir a militância, não fazer política com fatos consumados. Outro fundamento: não ser sistematicamente a favor ou contra. Definir apoios tendo em vista princípios programáticos. Somos um partido defensor da economia de mercado, do Estado democrático de direito e da autonomia do indivíduo perante o Estado. O que favorecer nosso ideário terá nosso apoio, seja qual for o governo. Nossa missão na política é nos tornarmos fator de moderação, impedindo que seja ocupada pelo radicalismo ideológico, de direita ou de esquerda, o que implica fortalecer o centro.

Mas a aliança com José Serra não fortalece isso, na medida em que junta forças de centro-esquerda e centro-direita?
Não se trata de nomes. O Serra é um dos nomes mais qualificados da política nacional, possivelmente o melhor de sua geração. Ocorre que, em São Paulo, estabeleceu-se, há anos, uma bipolaridade radical, entre tucanos e petistas. E, ao apoiar um dos lados, após flertar com o lado oposto, o PSD associou-se ao ambiente de radicalismo, deixando de ser um fator moderador. E há mais: fez isso sem levar em conta o compromisso com a democracia partidária.

Isso a indispõe com Kassab?
De modo algum. Estou praticando a democracia interna, com questionamentos leais. O prefeito é um democrata, mas, certamente envolvido com os desafios da política paulista, não avaliou sua repercussão sobre as demais seções do partido. A política local é importante e tem suas particularidades, mas não deve perder de vista a nacional. Quanto mais importante a seção partidária, maior sua responsabilidade. O PSD nacional, por exemplo, enfrenta neste momento uma articulação antidemocrática e absurda, que consiste em tentar suprimir-lhe na Justiça o tempo de TV na campanha. E quem lidera esse movimento? O PSDB. Não me consta que a aliança estabelecida em SP incluiu a revogação desse ato hostil. Pior: pelos ressentimentos que pode ter causado no PT, frustrando uma aliança proposta pelo próprio PSD, estimulará a adesão governista à iniciativa truculenta. 

Pedirá reavaliação da aliança?
Quero que diretório nacional seja ouvido e esclarecido a respeito dessas questões que aqui resumidamente coloquei."

Nenhum comentário:

Postar um comentário