BOLIVARIANISMO DERROTADO: Catástrofe eleitoral sepulta sonho de “reeleição infinita” de Cristina Kirchner na Argentina
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Cristina vota em Río Gallegos, cidade natal do falecido marido, Néstor Kirchner, na Patagônia: maior derrota em uma década (Foto: AFP)
Antes, uma observação: como falsa democrata que é, Cristina Kirchner relutou em falar em “derrota”, sobretudo em relação ao fato de que quase metade dos votos no coração da Argentina, a província de Buenos Aires, e ressaltou que ainda é “a primeira força” eleitoral no país.
Outro adendo: “Houve uma onda nacional de votos contra o governo Kirchner”, disse à agência France Press o sociólogo Rosendo Fraga, da consultoria Nueva Mayoría. Na Argentina “três em cada quatro pessoas votaram na oposição, embora esta esteja muito dividida”, ressaltou Fraga.
Vamos lá:
PRIMÁRIAS ENTERRAM SONHO DE “ELEIÇÃO INFINITA” DE CRISTINA
Do site de VEJA
Com a pior derrota eleitoral em uma década, foi por água abaixo o plano “Cristina eterna”, ou a pretensão da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, de se reeleger “infinitamente”, como seus próprios aliados admitiram na segunda-feira, após as primárias de domingo, que confirmaram o forte retrocesso do governo no país.
Em apenas dois anos, o kirchnerismo perdeu quatro milhões de votos, informou o jornal Clarín nesta terça-feira. Como a derrota deve se repetir nas eleições parlamentares de outubro, Cristina não conseguirá maioria simples na Câmara de Deputados nem no Senado, o que a impedirá de mudar a Constituição e tentar novos mandatos.
“Ficou claro, definitivamente, que não haverá chances de mudança constitucional para permitir uma segunda reeleição”, disse na segunda-feira o candidato a deputado kirchnerista Ricardo Foster.
Somando todos os aliados do governo de Cristina Kirchner, o total de votos nacionais para deputados foi de quase 6,8 milhões de votos, pouco menos de 30% do total, seguido pela oposição, que conseguiu 25,7%, e de socialistas e radicais, com quase 24%.
Em 2011, a Frente para a Vitória, o partido de Cristina, havia alcançado 52% dos votos para deputados nacionais, ou seja, 10,7 milhões de votos. Comparando as duas eleições, o kirchnerismo perdeu 3 951 120 milhões de votos, no pior resultado da década para o governo.
A metade desses votos foi perdida na província de Buenos Aires, que aglutina quase 38% do eleitorado nacional, mas o governo também caiu em 13 dos 24 distritos eleitorais do país. Cristina perdeu votos até mesmo no reduto kirchnerista de Santa Cruz, que era sua única expectativa de vitória, segundo o Clarín. Foi a primeira vez em 22 anos que o kircherismo perdeu uma eleição na província natal do falecido ex-presidente Nestor Kirchner.
O governo de Cristina sentiu com pesar o gosto amargo da sua pior derrota em dez anos, um resultado que não era esperado em suas piores projeções, de acordo com o jornal La Nación.
Na noite de segunda-feira, à espera dos resultados, Cristina se isolou em uma suíte de hotel com seus filhos, Máximo e Florencia, sua irmã Giselle, sua mãe Ofelia e sua cunhada Alicia. Os únicos que podiam entrar na suíte eram os secretários da Presidência, Carlos Zanini e Oscar Parrili.
As primárias abertas, impostas por lei em 2009, são celebradas pela segunda vez na Argentina, mas, embora tenham sido criadas para escolher candidatos, nesta ocasião a maioria das forças políticas apresentaram candidatos únicos.
O resultado serviu para medir a tendência de apoio aos partidos diante das legislativas de 27 de outubro, quando serão renovadas a metade da Câmara de Deputados de 257 assentos e um terço do Senado de 72
integrantes, ambos dominados atualmente pela governista Frente para a Vitória (peronistas e aliados).
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