quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

23/02/2015
 às 17:26 \ Política & Cia

Imagem de Dilma é usada no exterior em propaganda de regime para emagrecer

O cartaz do evento
O CARTAZ DO EVENTO — O título principal diz : “De gordo a magro” e, logo abaixo: “Se pode, se deve e que bem que faz! Para baixar de peso, o impossível não existe”. Em seguida, o dr. Máximo Ravenna é apresentado como “o especialista número 1 da Argentina”. Abaixo, “O Guru de famosas personalidades”, com as fotos da apresentadora de TV argentina Susana Giménez e da presidente Dilma Rousseff
O médico e psiquiatra argentino Máximo Ravenna, criador de um método de emagrecimento em voga no Brasil e em vários países estrangeiros, está usando a imagem da presidente Dilma Rousseff para a propaganda de um evento que realizará no próximo dia 4 de março num resort em Encarnación, no Paraguai, às margens do Rio Paraguai, o AWA Resort Hotel.
A promoção do evento está fazendo circular um cartaz que apresenta o dr. Máximo como “O guru de famosas personalidades”, com as fotos da presidente e, ao lado, da apresentadora de TV mais conhecida da Argentina, Susana Giménez — algo equivalente ao que foi, no Brasil, a falecida Hebe Camargo, com o acréscimo de que, na juventude, Giménez foi vedete de sucesso no teatro, atriz de televisão e mulher de um campeão mundial de box.
Não se sabe se a presidente autorizou o uso de sua imagem, embora ele esteja notoriamente satisfeita com os resultados da assessoria de Ravena: boa parte dos alegados 13 quilos que Dilma pretendia perder já se foi. A presidente aumentou muito de peso ao longo da campanha eleitoral do ano passado, por alimentação inadequada e fora de hora, falta de caminhadas e excesso de stress.
Ravenna não criou uma “dieta”, mas um método de emagrecimento. Ele consiste, como explica o próprio site da clínica, em “uma terapia interdisciplinar de emagrecimento que trabalha o vínculo alimentar, modificando a maneira do paciente  relacionar-se com a comida”. Ou seja, o método inclui, sim, uma dieta, mas os pacientes são acompanhados permanentemente por uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, psicólogos, nutricionistas, professores de educação física e outros especialistas.
Os pacientes passam por todos os membros da equipe, com periodicidade variada, e são submetidos periodicamente a exames, especialmente de sangue.
As clínicas são equipadas com instalações para psicoterapia de grupo, sala para atividades físicas ou dança, restaurante e outras. Os pacientes que desejaram podem almoçar e jantar ali, ou comprar e levar para casa alimentos adequados a seu programa de redução de peso.
O núcleo central do que o médico denomina “terapia” não se cinge, portanto, a calorias, embora elas naturalmente importem. Trata-se, sobretudo, da abordagem psicológica do problema, feita em grupos e que o paciente deve frequentar pelo menos três vezes por semana. Isto porque “modificar a maneira do paciente relacionar-se coma comida” é entendido como tratar a compulsão — a qual estaria no âmago da questão de comer em demasia.
Ou seja, o ideal, para o método funcionar — e o êxito tem sido comprovadamente muito grande, com pessoas perdendo até 70 0u mais quilos, sem cirurgia, sem o uso de medicamentos e, melhor do que isso, mantendo-se no peso adequado — é a FREQUÊNCIA à clínica.
Embora haja uma clínica Ravenna em Brasília, de alguma forma o dr. Máximo está conseguindo contornar este ponto — a terapia de grupo –, praticamente impossível de encaixar na agenda da presidente, sem contar a questão da privacidade decorrente da ocupante de um cargo desta envergadura.
Quem sabe, na palestra de abertura que fará no evento no Paraguai, o dr. Ravenna não faça alguma revelação a respeito?


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