segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Portugal aprova plano de cidadania para judeus sefarditas perseguidos pela Inquisição

Barry Hatton
LISBOA, Portugal (AP) — Cinco séculos depois de condenar milhares de judeus à morte na fogueira, forçando-os a se converter para o catolicismo ou expulsá-los, Portugal está concedendo direitos de cidadania para seus descendentes como parte de uma tentativa de indenizar,
Na quinta-feira o governo português aprovou uma lei que oferece cidadania dupla para os descendentes dos judeus sefarditas — o termo comumente usado para os judeus que viviam na península ibérica.
Como no caso da Espanha, Portugal diz que sua única razão para conceder cidadania é corrigir um erro histórico.
“Não existe possibilidade de mudar o que foi feito no passado,” disse Paula Teixeira da Cruz, ministra da Justiça de Portugal. “Eu diria que é a atribuição de um direito.”
A lei é o passo mais recente dos esforços modernos de Portugal de corrigir o tratamento cruel que Portugal dava aos judeus, cujos números eram dezenas de milhares, mas foram reduzidos a apenas cerca de 1.000 hoje.
Em 1988, o então presidente Mario Soares se reuniu com a comunidade judaica de Portugal e pediu desculpas oficiais pela Inquisição. Em 2000, o líder da Igreja Católica em Portugal pediu desculpas públicas pelo sofrimento que a Igreja Católico impôs aos judeus, e em 2008 um monumento aos mortos foi erigido diante da igreja de São Domingos, onde começou o massacre de milhares de judeus em 1506.
José Ribeiro e Castro, um legislador que teve participação na elaboração da nova lei, vê a perseguição aos judeus sefarditas como uma “mancha” na história de Portugal.
“Desejávamos que nunca tivesse ocorrido,” disse Castro. “Mas considerando que realmente aconteceu, e que dá para se corrigir, achamos que temos de fazer isso.”
“Vemos isso como um ato de justiça,” disse acerca da nova lei Michael Rothwell, representante da Comunidade Judaica de Oporto. Ele a descreveu como “outro importante passo para uma reconciliação com o passado.”
A Inquisição de Portugal, estabelecida em 1536, talvez tenha sido mais cruel do que a Inquisição da Espanha, perseguindo, torturando e queimando na fogueira dezenas de milhares de judeus.
Traduzido por Julio Severo do artigo da Associated Press: Portugal approves citizenship plan for Sephardic Jews
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