domingo, 27 de janeiro de 2013


Ao menos 233 morrem em incêndio em casa noturna de Santa Maria (RS); veja lista com todos os mortos Do UOL, em Porto Alegre e São Paulo

  • Germano Roratto/Agência RBS
    Incêndio de grande proporção atinge a boate Kiss, no centro de Santa Maria (RS) Incêndio de grande proporção atinge a boate Kiss, no centro de Santa Maria (RS)
O incêndio em uma boate deixou ao menos 233 mortos --sendo 120 homens e 113 mulheres-- e mais de 100 feridos em Santa Maria (a 286 km de Porto Alegre), na região central do Rio Grande do Sul, segundo o Corpo de Bombeiros. O fogo começou por volta das 2h deste domingo (27). Inicialmente, os bombeiros divulgaram  que o número de mortos era 245 mas, após uma recontagem, a quantidade foi revista. Trata-se do segundo incêndio mais mortal e a quinta maior tragédia da história do Brasil.
  • Arte UOL Localização de Santa Maria, região central do RS
A Secretaria de Segurança Pública divulgou uma lista provisória com todos os mortos na tragédia, veja aqui.
A Prefeitura de Santa Maria decretou luto oficial de 30 dias, e o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, decretou luto oficial de sete dias no Estado.
Em entrevista à rádio Gaúcha, o delegado Sandro Luís Meinerz, titular da 3ª Delegacia de Polícia de Santa Maria, disse que, a princípio, as pessoas não morreram queimadas, mas asfixiadas pela fumaça por não terem conseguido sair do local.
"Estamos retirando os corpos do local e tomando as providências necessárias para o início das investigações. Não se sabe ainda o número exato de corpos. Mas, em princípio, não há nenhum corpo em situação precária que possa prejudicar a identificação. As pessoas não conseguiram sair. A saída parece pequena para o número de pessoas que estava lá dentro, e o pânico acabou gerando essa situação", contou.
A boate possui apenas uma saída, o que gerou tumulto na hora da fuga das chamas. Os bombeiros tiveram que abrir um buraco na parede externa para auxiliar no salvamento.

Terminamos o rescaldo no local e estamos fazendo a remoção dos corpos", disse o comandante dos Bombeiros de Santa Maria, Moisés da Silva Fux, à rádio Gaúcha.
"A maior parte dessas pessoas morreu asfixiada. Elas entraram em pânico e acabaram pisoteando umas às outras. O principal fator [para as mortes] foi a asfixia. O isopor gera uma fumaça muito tóxica", afirmou o comandante-geral do Bombeiros do Rio Grande do Sul, coronel Guido de Melo.
Conforme um segurança que trabalhava na boate no momento do incêndio, entre mil e 2.000 pessoas deveriam estar no local durante o incidente, e a maioria era adolescente.

  • Causas
  • Informações preliminares dão conta de que o fogo teve início com um sinalizador utilizado no show de uma banda. Faíscas teriam atingido o teto da boate Kiss, na rua dos Andradas, e incendiado a espuma de isolamento acústico.
    A quadra do Centro Desportivo Municipal está isolada, pois o local está recebendo corpos para serem identificados pela perícia. Ao menos cinco pessoas que receberam atendimento morreram.
    Os bombeiros estão sendo auxiliados por militares da Base Aérea de Santa Maria, por agentes da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Rodoviária Estadual, pela Brigada Militar (o equivalente à Polícia Militar gaúcha), além do auxílio de ambulâncias de urgência de hospitais e clínicas.
    Tarso Genro (PT), governador do Rio Grande do Sul, lamentou a tragédia e, via Twitter, disse que se encaminharia para a cidade.
     

     
     
    Rio Grande do Sul
    O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, decretou luto oficial de sete dias em homenagem às vítimas. "Estamos empenhados em dar apoio necessário para que tenhamos, inclusive, levantamento de provas de inquérito de alto nível, para que a gente possa esclarecer as causas deste evento", declarou.
    Tarso Genro disse que esta é uma tragédia brutal. "É momento de compartilharmos a dor e a nossa solidariedade a todas as famílias. É um momento muito duro. Tem que ter competência e solidariedade para trabalhar bem".

Perícia busca sinalizador e extintores de boate da tragédia de Santa Maria Do UOL, em São Paulo

O delegado Sandro Meinerz, 3ª Delegacia de Polícia de Santa Maria (RS), informou que a polícia técnica já atua no interior da boate Kiss e procura vestígios para explicar o início do incêndio que vitimou mais de duas centenas de jovens.
"Estamos procurando o sinalizador que muitos sobreviventes apontam como o iniciador do fogo", afirmou Meinerz.
Ele também disse que os extintores da casa já foram localizados e serão periciados para saber se estavam na validade ou se apresentavam algum defeito, o que também foi testemunhado por pessoas que estavam na casa na hora da fatalidade.
Era um ambiente muito fechado e com portas que davam pouca vazão para o público", analisou o delegado.
Segundo Meinerz, um dos proprietários da boate deu depoimento, e a polícia espera contar com as declarações de outro dono e mais os gerentes para dar continuidade às investigações. Ele afirmou que um dos músicos da banda Gurizada Fandangueira, cujo show pirotécnico teria iniciado o incêndio, também foi ouvido.
De acordo com o major Cleberson Bastianello, comandante do 2º Batalhão da Brigada Militar do BOE (Batalhão de Operações Especiais) de Santa Maria, até o final da tarde de domingo a lista de mortos chega a 233 pessoas.
O titular da 3ª Delegacia de Polícia de Santa Maria disse as pessoas morreram asfixiadas pela fumaça por não terem conseguido sair do local.



Oito militares estão entre os mortos em boate de Santa Maria
 

Do UOL, em São Paulo
O Comando da 3ª Divisão de Exército confirmou a morte de oito militares na tragédia registrada na boate Kiss, em Santa Maria. Dos oito identificados, quatro já haviam sido incluídos na primeira lista de mortos divulgada perto das 18h pelo governo gaúcho. Estes são os nomes e as patentes:

Brady Adrian Silveira – 2° Tenente

Daniela Dias de Matos – Capitã Médica

Diego Silvestre – 3° Sargento

Leonardo de Lima Machado – Soldado

Leonardo Machado de Lacerda – 1° Tenente

Lucas Leite Teixeira – Cabo

Luciano Taglia Pietra Espiridião – Soldado

Rogério Floriano Cardoso – Cabo




Um dos donos da boate Kiss não foi localizado Em São Paulo

O delegado Sandro Meinerz, um dos responsáveis pela investigação do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), que vitimou 233 pessoas na madrugada de hoje, informou há pouco que um dos três proprietários do estabelecimento ainda não foi localizado pela Polícia para dar depoimento e outro já foi ouvido. "Um deles foi ouvido, e outro desapareceu", disse o delegado, sem detalhar o teor do depoimento.
Meinerz afirmou ainda que um dos integrantes da banda que tocava no estabelecimento - cuja apresentação supostamente teria dado origem ao incêndio, durante espetáculo de pirotecnia - foi ouvido pelos policiais que investigam o caso. Ele não forneceu detalhes desse depoimento porque não acompanhou o testemunho do músico. Outro membro da banda morreu no incêndio.



Banda poderá responder por homicídio culposo

Em Santa Maria (RS)


    O delegado Sandro Meinerz, um dos responsáveis pela investigação do incêndio ocorrido na boate Kiss, em Santa Maria (RS), que vitimou 233 pessoas, afirmou há pouco que os integrantes da banda que tocava no local e cujo uso de fogos de artifício indoor podem ter dado origem ao incêndio podem ser indiciados por homicídio culposo - quando não há intenção de matar.
    "Doloso não, culposo sim. É culpa de quem usou a pirotecnia. A banda sim (poderá ser indiciada), porque a atuação deles é que deu vazão ao incêndio e é preciso checar se eles podiam fazer aquilo ou não", afirmou o delegado em entrevista à Agência Estado.
    Segundo Meinerz a faísca do sinalizador utilizado no palco pela banda foi puxada pelo exaustor da boate e isso causou o incêndio por cima da espuma, o que pode ter gerado fumaça tóxica. O delegado não informou se os integrantes da banda já foram ouvidos pela Polícia.
    Meinerz disse ainda que nenhum dos três proprietários da boate Kiss foram ouvidos, mas que já foi feito contato com um deles pelo telefone. "Foi feito contato com um deles. São três proprietários, mas queremos saber se há uma coincidência do que consta documentalmente com o que efetivamente acontece. A gente sabe que nesse meio há proprietários que usam nomes de terceiros (no negócio)", comentou o delegado, que ressaltou que os donos não devem ser indiciados em homicídio doloso - quando há intenção de matar -, mas sim por homicídio culposo.

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