quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Mercado especula que Veja revelará megaescândalo na Petrobrás comprometendo Lula, Mantega e Gabrielli

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Por Jorge Serrão
serrao@alertatotal.net
Tudo que está por trás da compra de uma refinaria tecnologicamente ultrapassada pela Petrobrás, em Pasadena (Texas, EUA), virá à tona em uma reportagem da próxima edição da revista Veja, sexta-feira que vem. O mercado financeiro já aguarda a divulgação de detalhes sobre o escândalo – que pode manchar a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aprofundar problemas políticos que a Presidenta Dilma Rousseff já enfrenta na empresa. Mensalão e Rosegate parecerão fichinha perto do “Petrobrasgate”.

Lula entra na dança por causa de personagens ligadíssimos a ele e que serão alvos por ligação com o escândalo. O caso Pasadena mexe com Guido Mantega (ministro da Fazenda e presidente do Conselho de Administração da Petrobrás), José Sérgio Gabrielli (ex-presidente da estatal de economia mista), Almir Guilherme Barbassa (diretor financeiro da empresa e presidente do braço internacional PFICo – Petrobras International Finance Co - que é uma das grandes caixas-pretas no sistema Petrobrás), além de Nestor Cerveró (Diretor financeiro da BR Distribuidora) e Alberto Feilhaber (que foi empregado da Petrobrás durante 20 anos e que agora é vice-presidente da Astra Oil - segundo ficha dele no Linkedin).

Exemplo hediondo de “privataria petralha”, em uma negociata que deve gerar um prejuízo de até US$ 1 bilhão à Petrobrás e seus acionistas, o caso já é investigado pelo Tribunal de Contas da União e tem tudo para se transformar em uma ação judicial em Nova York – movida por investidores internacionais. O ato lesivo de desgovernança corporativa já foi motivo de questionamentos de acionistas ao Conselho de Administração da companhia.

O caso Pasadena tem tudo para acabar investigado pelo Ministério Público Federal – que já estuda um processo para investigar indícios concretos de superfaturamentos na maioria dos contratos firmados na gestão Gabrielli. Os inchaços contratuais seriam as verdadeiras causas do aumento de prejuízos, perda de eficiência produtiva e consequente queda nos lucros da estatal de economia mista – que perde cada vez mais valor de mercado. Estima-se que os rombos na Petrobrás cheguem a R$ 10 bilhões.

Os maiores alvos de superfaturamento que o MPF vai investigar são os contratos para refinaria Abreu e Lima (Rnest/PE), para o Comperj de Itaboraí, e para os questionáveis projetos de refinarias premium no Ceará e Maranhão. Também entram na investigação a lesiva compra de uma refinaria tecnologicamente ultrapassada em Pasadena (Texas, EUA) e o escândalo Gemini - uma sociedade por meio da qual o governo brasileiro entregou o cartório de produção e comercialização de gás natural liquefeito (GNL) a uma transnacional dos EUA).

Dilma quer sangue?

A negociata foi fechada em 2006 na gestão de Gabrielli, quando a então chefe da Casa Civil de Lula da Silva, Dilma Rousseff, presidia o CA da Petrobrás, e foi obrigada a engolir a operação que não a agradou.

Na época, Dilma teria sido contra a operação feita por Gabrielli, mas a reclamação dela de nada adiantou, já que o presidente da empresa era (e continua sendo) homem de super-confiança do chefão Lula.

Esse foi um dos motivos que fez Dilma, quando assumiu o Planalto, substituir Gabrielli por Graça Foster – que agora tem um bilionário prejuízo para resolver.

Resumo da negociata

Em janeiro de 2005, a empresa belga Astra Oil comprou a Pasadena Refining System Inc por US$ 42,5 milhões.

Em 2006, os belgas venderam 50% das ações da empresa para a Petrobrás por US$ 360 milhões.

Como a refinaria, defasada tecnologicamente, não tinha como processar o pesado petróleo brasileiro, belgas e brasileiros fizeram um contrato para dividir o megainvestimento de US$ 1,5 bilhão.

Conflito programado?

Se houvesse distrato, uma das partes teria de reembolsar a outra.

Em 2008, como houve briga, os belgas acionaram a Petrobrás a pagar U$ 700 milhões.

Perdendo a causa, a Petrobrás se viu obrigada a torrar US$ 839 milhões para assumir o controle da Pasadena.

Como se livrar do problema?

Na gestão Graça Foster, a Petrobras tomou a sábia decisão de se livrar do mico texano – negócio articulado por Gabrielli e tocado por seu diretor financeiro Almir Barbassa (tão poderoso que continua no mesmo cargo na gestão Graça).

Colocada à venda, dentro da política de negociação de ativos para reduzir prejuízos, a Pasadena recebeu uma única e ridícula oferta de compra de US$ 180 milhões feita pela transnacional Valero, sediada nos EUA.

Como as operações temerárias de Gabrielli-Barbassa-Cerveró torraram US$ 1,199 bilhão da Petrobrás, se a venda for bem sucedida, a estatal de economia mista tupiniquim amargará quase R$ 1 bilhão em perdas – o que vai afetar a péssima remuneração dos irados investidores nacionais e internacionais.

Outro problema moribundo

A morte do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que deve ser anunciada na hora que for conveniente aos socialistas bolivarianos, pode gerar ainda mais problemas para a Petrobrás.

Petrobrás (com 60%) e a PDVSA (com 40%) firmaram um acordo, em 2005, para a construção, em Pernambuco, da Refinaria Abreu e Lima, projetada para processar óleo venezuelano e óleo do Campo de Marlim, na Bacia de Campos, em partes iguais.

Problemaço é que a Venezuela não pôs um centavo na obra, que começou em 2007 com previsão de custar R$ 4,75 bilhões, mas que só deve terminar gastando 10 vezes mais que a estimativa inicial.

“Cheque” em branco?

Chefes de cartórios judiciais de São Paulo estão revoltados.

Recusam-se a assinar “uma folha em branco” passada em apoio e desagravo ao presidente do Tribunal de Justiça, Ivan Sartori.

A disposição de chutar o balde é tanta que já tem cartorário ameaçando reclamar ao Conselho Nacional de Justiça – presidido pelo Joaquim Barbosa.

Pegou pesado no Oscar

Nada mais justo que dar o Oscar de melhor filme para o sensacional triller político “Argo” – dirigido e estrelado por Ben Affleck.

Mas a turma da Academia de Hollywood exagerou na dose ao escalar a primeira-dama dos EUA, Michelle Obama, para anunciar, ao vivo, da Casa Branca, o título do vencedor.

Afinal, “Argo” ridiculariza os iranianos ao reencenar um fato histórico real, ocorrido em 1979: a operação de salvamento, feita pela CIA, de seis funcionários da embaixada dos EUA que se refugiaram na casa do embaixador do Canadá, em Teerã.

“Argo” foi o nome dado a uma fictícia produção de ficção científica (promovida pelo agente da CIA Tony Mendez) que usou os reféns como atores, com identidades falsas, para escapar do Irã em um voo da Swissair.

Pegou leve no Oscar

Se jogou pesado pró-política externa dos EUA, premiando o ficcional “Argo”, a Academia de Hollywood pegou bem leve politicamente na hora de escolher o “melhor documentário”.

Focado em um tema light, sobre o desaparecimento de um músico que fez sucesso na África do Sul, “Searching for Sugar Man” levou a estatueta.

Ganhou de filmes com temática comprometedora para as instituições norte-americanas, como os concorrentes “The Invisible War” (sobre a impunidade em casos comprovados de crimes sexuais nas Forças Armadas dos EUA) e “The Gatekeepers” (no qual seis ex-chefes da agência antiterrorismo de Israel Shin Bet falam duras verdades sobre a violência entre israelenses e palestinos).    

Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.

O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva. Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.
A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Em nome da ética democrática, solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas. Nada custa um aviso sobre a livre publicação, para nosso simples conhecimento.

© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 25 de Fevereiro de 2013.

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