segunda-feira, 29 de outubro de 2012

SEM O DEBATE POLÍTICO E IDEOLÓGICO ELEIÇÕES NÃO ALTERAM O CAMINHO DO BRASIL PARA UM AUTORITARISMO CONSENTIDO

Numa visão geral dos resultados desse segundo turno que destaca grandes colégios eleitorais constata-se que o PT, individualmente, mostrou que não está com essa bola toda e que Lula não é Deus, como quer Marta Suplicy. Mesmo assim, o fato de vencer em São Paulo reforça o cacife petista nos dois sentidos: o político e o outro...

Na região Norte e Nordeste, tradicional reduto lulístico e onde se afirmava que a bolsa família decidia eleição, viu-se o PT perder em Salvador. Em Manaus o PSDB deu um banho de votos.

Aqui em Santa Catarina, o PSDB venceu em Blumenau, uma das principais cidades catarineses de alta densidade econômica, enquanto no maior colégio eleitoral, Joinville, o PT foi apeado do poder.

E m Florianópolis venceu Cesar Souza Júnior numa grande coligação que incluia o PSDB. Seu oponente do PMDB, Gean Loureiro, teve o apoio ostensivo do PT, PCdoB e demais satélites do petismo.  O vice-presidente da Dilma esteve em Florianópolis dando força federal para o Loureiro. 

Houve portanto um pulverização de votos que permitiram o crescimento do PSB, por exemplo, enquanto o PSDB - tirante a jóia da coroa, São Paulo, saiu-se bem nacionalmente.

Entretanto, o sistema partidário no Brasil da atualidade é uma geléia geral. Face a este fato é impossível prever de antemão qual o impacto que o resultado destas eleições municipais terão no âmbito nacional para 2014. 

Pelos dados da atualidade nada indica que a denominada base aliada que sustenta o governo do PT sairá enfraquecida, haja vista que a maioria dos partidos continuará ao lado do governo. Esse presidencialismo imperial que pode tudo turbina o patrimonialismo e o populismo permanece intacto. O comportamento de governadores e prefeitos é inclinar-se em direção ao governo federal. Qualquer governo.

Isto decorre basicamente de um fato: a ausência do debate político. Esse aspecto se confirma analisando-se o marketing eleitoral das campanhas. A maioria dos candidatos, se não a totalidade, preferiu abandonar a sigla de seu partido nas peças de propaganda. Siglas apareciam apenas para atender dispositivo legal.

Os próprios partidos esquerdistas mais ideológicos também trataram de escamotear suas siglas de foice e martelo. Isso leva ao que eu denomino de geléia geral ideológica e partidária.

Comprova-se o que afirmo ao ver-se, por exemplo, como se fere a campanha eleitoral presidencial americana, onde os partidos Democrata e Republicano separam-se radicalmente na oferta de soluções de problemas e, principalmente, sobre o tamanho que o Estado deve ter.

Essa ausência da política no debate político obscurece o essencial, além do que sequestra do eleitorado a possibilidade efetiva de estabelecer diferenças ao votar nesse ou naquele candidato. Sem a definição clara dos objetivos de cada partido todos se parecem absolutamente iguais, o que leva à apatia geral. Tanto é que é comum se ouvir que tudo é a mesma coisa, quando na verdade não é, ou melhor, não deveria ser.

O que se tem hoje no Brasil é um partido, o PT, de vertente comunista, que postula em seu programa partidário a transformação do Brasil numa República Socialista. Todavia a estratégia petista é escamotear isso do eleitorado pela maquiagem do marketing político por um lado e, por outro, na adoção de ações baseadas no "pensamento politicamente correto". 

Grande parte dessas ações vão paulatinamente corroendo a liberdade idividual. Uma vez consumada a perda da liberdade individual passa-se a viver numa ditadura. Seria algo mais ou menos como uma "ditadura consentida", pela substituição básica do conceito de democracia que passaria a ser o designativo de "centralismo democrático".

Isto já está ocorrendo em grande medida pelo aparelhamento levado a efeito pelo PT de todas as instâncias do poder do Estado. Mas é no âmbito da cultura que essa ação voltada a subversão de valores morais e éticos e semântico, em proveito do poder permamente pelo partido, é mais solerte. A produção cultural vai sendo atacada em várias frentes: a primeira delas é a educação, porquanto é nas escolas que vai sendo feita a lavagem cerebral dos jovens, abduzindo seus cérebros que passam a pensar de acordo com as diretrizes comunistas ditaddas pelo partido. 

O outro instrumento para promover a lavagem cerebral em grande escala é o controle da mídia, ou seja, os veiculos de comunicação de massa: televisão, rádio e imprensa e, mais recentemente a internet que já está interligando todas essas mídias.

No caso a grande mídia, a ação dos comunistas do século XXI trabalham em duas frentes. Uma delas é conseguir transformar em lei o controle da mídia pelo Estado, o que ainda não conseguiram. No entanto têm logrado esse controle em grande escala na medida em que os jornalistas mais jovens, egressos dos cursos de comunicação, entram nas redações de cabeça feita. Isto já é uma realidade que pode ser comprovada pela análise do conteúdo da grande mídia. 

O que estou alinhando de forma breve neste artigo é o que está acontecendo no Brasil na atualidade. É essa realidade que tem de entrar no debate político de forma clara e objetiva. Caso prevaleça a leniência e até mesmo oportunismo dos partido que se dizem de oposição a democracia e a liberdade irão irremediavelmente para o brejo.

Retomando o que frisei anteriormente, há portanto que separar o joio do trigo. Tem que ficar claro que democracia só existe num Estado de Direito Democrático sob o império da lei, ou seja, da Constituição do Estado, a Carta Magna, à qual qual todas as leis devem estar em consonância com ela.

Quem está eventualmente lendo este artigo pensará: mas isso não tem nada ver com eleição municipal. Errado. Tem tudo a ver. Esta é a questão principal que ao PT e seus satélites comunistas não interessa que seja debatida.

E acreditem: o PSDB perdeu a eleição em São Paulo exatamente por causa disso. Não faz oposição. E para fazer oposição tem de trazer a questão política para o debate. 

Quem na verdade trabalhou com a política foi exatamente o PT, que continua pregando a luta de classes. O comunismo caiu com o Muro de Berlim no que respeita à sua antiga forma de ação. O comunismo do século XXI mantém intacto o conceito de luta de classes não no que concerne à luta cruenta. Apenas como ferramenta para exarcerbar o ressentimento e com isso criar uma falsa ilusão de que é possível se encontrar ali na frente a porta do paraíso que na verdade é uma fantástica prisão. Uma prisão de consciências. 

E para concluir: reparem que este tipo de análise não se vê na grande imprensa brasileira, já que ela também já não mais debate nem analisa o essencial. Se encontarem algo parecido fica dentro das escassas exceções que confirmam a regra.

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