terça-feira, 11 de agosto de 2015


Esquerda é isso mesmo: fingir solidariedade. Ou: Hipocrisia esquenta!

Regina Casé, do Esquenta
Como demonstrei em Esquerda Caviar, os “progressistas” monopolizam as virtudes e as boas intenções nos discursos, mas agem de forma um tanto diferente na prática. Os gananciosos são sempre os outros. Eles são abnegados, altruístas, só pensam nos mais pobres e, claro, desejam fazer “justiça social”… com o recurso alheio. A solidariedade, que deve ser voluntária para ter valor moral, costuma ser pregada de forma compulsória pela esquerda, via estado (coerção). Mas na hora de ela mesma ajudar os carentes…
Vejam essa notícia, por exemplo:
Todo mundo sabe que a TV é uma fábrica de ilusões, mas o “Esquenta”, da TV Globo, parece ter levado o dito a sério.
Uma convidada de uma gravação sobre adoção desabafou: “No início, a produção entregou brinquedos para as crianças, somente para fingir que os levamos para fazer a doação. Depois, pediram para devolvermos os brinquedos colocando-os em um baú”.
Ou seja: as crianças tiveram os brinquedos tomados pela produção.
Procurada, a Globo responde: “Foi pedido que levassem um brinquedo para doação a uma instituição de caridade. Àqueles que não puderam ajudar, a produção cedeu gentilmente brinquedos para o ato simbólico da doação”.
Doação para inglês ver! O sorriso das crianças pobres, pelo visto, tem valor apenas diante das câmeras da TV. Depois, que vão embora chorando sem o brinquedo, pois o público já está ligado em outra cena comovente qualquer, em mais algum simulacro de solidariedade que rende milhões ao beautiful people. Vida que segue.
Algo parecido com o que fez a presidente Dilma em campanha, ao visitar uma moradora de uma vila pobre, a Dona Marinalva, que ganhou dentaduras novas só para sorrir para os eleitores ludibriados, enquanto seus vizinhos continuavam na total miséria, sem nada do que fora prometido.
O que seria da elite sensacionalista sem os miseráveis? O que seria da esquerda caviar sem seus mascotes pobres para mostrar ao grande público, “provando” como são bondosos, caridosos, abnegados? Depois que acaba o programa, que as curtidas do Facebook já vieram, que os votos já foram computados, os pobres podem seguir suas vidas miseráveis em paz, até a próxima aparição útil.
Se algumas pessoas lucram tanto com a pobreza, se a miséria alheia chega a ser seu ganha-pão até, então por que vão defender medidas, como as liberais, que efetivamente reduzem a pobreza, não é mesmo?
Nota do blog: a produção do programa me ligou para prestar esclarecimentos, e se defendeu dizendo que todos foram devidamente avisados de que os brinquedos deveriam ser trazidos de casa e que seriam doados para uma instituição de caridade. Não eram para as crianças no programa, mas para serem colocados num baú e depois doados. Teria ocorrido, então, algum erro de comunicação ou interpretação, pois em momento algum foi dito que os brinquedos eram para aquelas crianças do programa. Os que foram cedidos pela produção, segundo a Globo, acabaram doados também para essa instituição de caridade, o que derruba a tese de solidariedade fingida. O programa simplesmente contribuiu com os brinquedos que faltavam, pois nem todos trouxeram de casa. Mas seu destino final foi, de fato, a caridade para crianças pobres, segundo a produção.
Rodrigo Constantino

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