domingo, 23 de setembro de 2012

Operadoras de cartões de crédito, que abusam da usura, tentam seduzir quem os critica nas redes sociais

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Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

As operadoras de cartão de crédito iniciaram uma contra-ofensiva, via telemarketing ativo, para tentar seduzir clientes que insistem em fazer críticas a elas nas redes sociais – principalmente o Twitter e o Facebook. Bem treinadas atendentes prometem “vantagens” aos usuários de cartões, para que eles parem ou ao menos diminuam a quantidade insistente de protestos na internet – o que mancha a imagem das operadoras.

Tal ação de marketing pode ser encarada como um constrangimento ilegal ao consumidor. O mais terrível é constatar como as instituições financeiras ou afins – as mais lucrativas do planeta Terra – utilizam as poderosas ferramentas de Gestão de Relacionamento com o Consumidor. Os analistas bem treinados e seus software promovem uma espécie de policiamento nas redes sociais, selecionando os críticos mais ferozes e persistentes. Depois, usam a máquina “BBB-riana” para tentar dar um cala bora no consumidor insatisfeito com a usura.

Os juros médios do cartão de crédito têm se mantido criminosamente inalterados em taxas anuais de 238,30%, desde fevereiro de 2010. Os brasileiros otários que usam o “dinheiro de plástico” são obrigados a pagar a maior usura média do planeta. Mais grave que isto é a omissão das autoridades. O Banco Central alega não ter poder de fiscalização sobre as operadoras, por elas não serem bancos, embora opera operem sob a proteção deles. Apesar das inúmeras denúncias de órgãos e Ongs de defesa do consumidor, o Ministério Público não adota uma postura mais ofensiva para acionar a Justiça contra os abusos.

Indiretamente, as operadoras jogam a culpa nos bancos parceiros. As principais bandeiras de cartão culpam os emissores dos cartões pela usura. Mastercard e Visa esclarecem que as instituições financeiras, redes varejistas e outros são quem definem as taxas de juros. A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) se omite sobre tal versão. O BC do B e o Ministério Público vão na mesma balada, como se nada tivessem a ver com o combate à usura – um crime contra a economia popular.

O Banco Central só se limita a informar que a inadimplência (atrasos de mais de 90 dias) no cartão de crédito atingiu 28,10% em julho. O volume movimentado no rotativo dos cartões em julho era de R$ 37 bilhões. A usurária taxa de 238,30% transforma em um inferno a vida de quem, por algum motivo, deixa de quitar totalmente a fatura mensal do cartão. Embora o BC do B venha baixando a taxa básica de juros (a Selic), as gestoras de cartões não fazem o mesmo.

A Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) alega que 50% do faturamento dos cartões no Brasil vêm do parcelamento sem juros. A entidade também argumenta que os juros só incidem quando a pessoa atrasa o pagamento ou opta por pagar o valor mínimo. Na visão cor de rosa da Abecs, quem está com a fatura em dia pode ter até 40 dias de financiamento sem custo. O crédito rotativo representa menos de 2% do volume total do crédito para pessoa física.

Os bancos promovem a armadilha consumista. São eles quem insistem, via marketing direto, para que seus correntistas tenham cartões de crédito e façam o máximo de operações de compra com eles. A desgraça é quando o consumidor tem algum problema financeiro e não consegue pagar a fatura mensal integralmente. Quem comete a bobagem ou é forçado pela própria realidade a pagar apenas a taxa mínima da fatura, com os juros atuais, a dívida dobra a cada seis meses e meio.

Censura ilegal na Internet

Quem tenta passar ou repassar e-mails com o título “A casa do Lula já começou a cair...” sofre uma espécie de censura promovida por alguns provedores brasileiros.

Foi o que constatou ontem um desembargador de São Paulo, que recebeu de seu provedor de e-mail a informação extra-oficial de que mensagens críticas estão sofrendo um “sobrestamento” pelo sistema de monitoramento da Presidência da República:

“O que se tem falado sobre ditadura civil, é verdade. Não representa exagero. É de se entender que a situação política e pública do país é grave!”

Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.

O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva.

Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.

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© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 20 de Setembro de 2012.

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