Obra do Santander mantém trabalhador em condição precária em Campinas (SP)
Eduardo Schiavoni
Do UOL, em Americana (SP)
Do UOL, em Americana (SP)
O MPT (Ministério Público do Trabalho) encontrou, na manhã desta sexta-feira (8), 50 trabalhadores em condições precárias em uma obra do banco Santander, no distrito de Barão Geraldo, em Campinas (93 km de São Paulo). Entre as irregularidades, estão a falta de banheiros, acomodações insuficientes e colchões sem roupa de cama. Além disso, uma caixa de energia foi localizada sem a tampa protetora, o que poderia resultar em curto-circuito, risco de descarga elétrica e incêndio.
No local, que já sofreu outras intervenções do MPT, será instalado o Data Center da instituição financeira. Os trabalhadores ficavam em duas casas construídas no terreno. Havia no local apenas dois banheiros com chuveiros --um para cada 25 operários.
De acordo com o MPT, em alguns casos, dez pessoas dividiam o mesmo quarto. Nos cômodos havia sujeira, resto de comidas e bebidas, fios desencapados e vasos sanitários entupidos. Os trabalhadores afirmaram que também não recebiam produtos de higiene pessoal.
De acordo com o MPT, o problema já havia sido constatado na quarta-feira (6), quando houve outra fiscalização no local. Na ocasião, o MPT expediu uma ordem para a retirada dos operários do local e assinou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com a empreiteira Machado & Machado, que se responsabilizou a regularizar a situação até ontem.
Por isso, empresa e o banco Santander serão autuados pelo descumprimento. Na vistoria de hoje, foram encontrados sete colaboradores, sendo seis do Nordeste e um de Hortolândia (região metropolitana de Campinas). Eles estavam na cidade há quatro meses. Os outros trabalhadores estavam na obra.
O promotor do MPT Nei Vieira afirmou que eles já deviam ter deixado o alojamento e recebido todos os vencimentos e benefícios da rescisão de contrato.
"Nós resolvemos vamos à obra para verificar porque esses trabalhadores ainda não foram resgastados. Nosso objetivo agora é que esses trabalhadores saiam dessa situação", afirmou.
A assessoria de imprensa do banco Santander informou, por meio de nota oficial, que não tolera esse tipo de conduta e que já contatou a empresa responsável pelo construção "para que a mesma adote imediatas providencias com os terceiros por ela contratados para o cumprimento das regras legais".
A reportagem tentou entrar em contato com a Machado & Machado, por meio de telefone fixo, mas ninguém atendeu e não houve retorno.
Segundo o MPT, o engenheiro descumpriu um embargo administrativo do Ministério do Trabalho, que havia interditado equipamentos da obra onde 800 pessoas trabalham para construir o futuro Data Center do banco.
Procuradores do MPT e auditores do Ministério do Trabalho flagraram a utilização de andaimes, gruas e empilhadeiras que representavam risco aos trabalhadores.
O MPT constatou também falta de uso de equipamentos de proteção, ausência de proteções contra quedas, desorganização no canteiro e falta de isolamento da área onde há movimentação de cargas por equipamento de transporte.
Ainda de acordo com o MPT, "dezenas de infrações à segurança e medicina do trabalho foram constatadas, as quais, inclusive, motivaram acidentes graves, como do trabalhador que quebrou a perna ao cair de um andaime na semana passada, ficando com duas fraturas expostas".
A obra, na ocasião, era tocada pela empresa espanhola Acciona, que foi dispensada pelo banco depois de receber pelo menos 50 multas por causa das irregularidades.
No local, que já sofreu outras intervenções do MPT, será instalado o Data Center da instituição financeira. Os trabalhadores ficavam em duas casas construídas no terreno. Havia no local apenas dois banheiros com chuveiros --um para cada 25 operários.
De acordo com o MPT, o problema já havia sido constatado na quarta-feira (6), quando houve outra fiscalização no local. Na ocasião, o MPT expediu uma ordem para a retirada dos operários do local e assinou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com a empreiteira Machado & Machado, que se responsabilizou a regularizar a situação até ontem.
Por isso, empresa e o banco Santander serão autuados pelo descumprimento. Na vistoria de hoje, foram encontrados sete colaboradores, sendo seis do Nordeste e um de Hortolândia (região metropolitana de Campinas). Eles estavam na cidade há quatro meses. Os outros trabalhadores estavam na obra.
O promotor do MPT Nei Vieira afirmou que eles já deviam ter deixado o alojamento e recebido todos os vencimentos e benefícios da rescisão de contrato.
"Nós resolvemos vamos à obra para verificar porque esses trabalhadores ainda não foram resgastados. Nosso objetivo agora é que esses trabalhadores saiam dessa situação", afirmou.
A assessoria de imprensa do banco Santander informou, por meio de nota oficial, que não tolera esse tipo de conduta e que já contatou a empresa responsável pelo construção "para que a mesma adote imediatas providencias com os terceiros por ela contratados para o cumprimento das regras legais".
A reportagem tentou entrar em contato com a Machado & Machado, por meio de telefone fixo, mas ninguém atendeu e não houve retorno.
Problemas
O caso não é o primeiro envolvendo irregularidades na obra do Santander. Em fevereiro do ano passado, um engenheiro espanhol responsável pela edificação de um prédio foi preso e acusado por ter colocado em risco a vida dos trabalhadores da construção.Segundo o MPT, o engenheiro descumpriu um embargo administrativo do Ministério do Trabalho, que havia interditado equipamentos da obra onde 800 pessoas trabalham para construir o futuro Data Center do banco.
Procuradores do MPT e auditores do Ministério do Trabalho flagraram a utilização de andaimes, gruas e empilhadeiras que representavam risco aos trabalhadores.
O MPT constatou também falta de uso de equipamentos de proteção, ausência de proteções contra quedas, desorganização no canteiro e falta de isolamento da área onde há movimentação de cargas por equipamento de transporte.
Ainda de acordo com o MPT, "dezenas de infrações à segurança e medicina do trabalho foram constatadas, as quais, inclusive, motivaram acidentes graves, como do trabalhador que quebrou a perna ao cair de um andaime na semana passada, ficando com duas fraturas expostas".
A obra, na ocasião, era tocada pela empresa espanhola Acciona, que foi dispensada pelo banco depois de receber pelo menos 50 multas por causa das irregularidades.
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