sexta-feira, 1 de março de 2013

Eleições 2014: Lindbergh Farias põe o PT na estrada e já sai criticando Sérgio Cabral

Parece que o PT vai romper com a boquinha do PMDB, tudo indica que a candidatura de Lindbergh Farias é sem retorno.

Mas que a justiça eleitoral fique atenta, campanha ainda não pode ? Mas isso é o que ?
Veja

A corrida pelo governo do Rio de Janeiro, antecipada pela disputa entre PT e PMDB, tende a esquentar ao longo da semana. Para fazer frente à série de inaugurações e aparições públicas do vice-governador Luiz Fernando Pezão, do PMDB, candidato de Sérgio Cabral, o senador Lindbergh Farias, do PT, cairá na estrada a partir da próxima quinta-feira. O petista dará início a uma reedição das caravanas de Luiz Inácio Lula da Silva, mas em uma versão estadual. Lindbergh rodará o Rio de Janeiro para detectar problemas que ajudarão na elaboração de um plano de governo e, claro, mostrar o rosto aos eleitores. É um caminho sem volta no racha entre PT e PMDB, que andaram de braços dados nos sete anos de governo Cabral.

Nesta semana, o senador apareceu em inserções na TV, dando o tom que deverá adotar na campanha: “Está chegando o melhor momento do Rio”, disse. Um dos principais motes de Lindbergh será o investimento em regiões mais pobres do estado. Na TV, ele mandou o recado. “É preciso diminuir a distância que separa o Rio pobre do Rio rico”. Não à toa, a primeira viagem do senador pelo estado terá como destino Japeri, o município de pior IDH do Rio de Janeiro – em uma clara tentativa de, sem criticar Cabral diretamente, mostrar os problemas de um estado com profundas diferenças sociais entre a capital e as cidades periféricas.

Lindbergh ficará de quinta a sábado em Japeri, na Baixada Fluminense. Passará uma das noites no município e acompanhará aqueles moradores que precisam acordar cedo e percorrer cinco quilômetros até chegar à estação de trem que os leva à cidade do Rio para trabalhar. “Não queremos ir para as cidades e criticar o que está sendo feito pelo governo. A nossa ideia é aproximar o partido da população e ela sentir que está sendo ouvida”, diz o presidente do PT-RJ, Jorge Florêncio. Antes da ida de Lindbergh, que também incluirá visita à igreja, uma equipe precursora de 10 pessoas mapeia a cidade há duas semanas para melhor traçar os passos a serem dados pelo senador.

No fim de semana dos dias 22 e 23 de março, Lindbergh irá ao noroeste do estado e visitará aproximadamente dez cidades. É uma região rural pobre que tem tido problemas, sobretudo, com as enchentes. Nos dias 5 e 6 de abril, o desembarque é em Bangu, na zona oeste da cidade do Rio, onde ficam os presídios do estado. Em maio, visitará São Gonçalo - na região metropolitana, o segundo maior colégio eleitoral do Rio de Janeiro – e Irajá, na Zona Norte da capital. “Hoje, estamos em uma frente com o PMDB. Se não for possível unificar as candidaturas, aí poderemos vir a nos encontrar no segundo turno”, diz Florêncio, complementando: “O partido apoiou dois mandatos do Cabral. Passar muito tempo sem lançar candidato significa não fazer debate programático com a população. Se não tiver candidato dessa vez, o PT corre o risco de se tornar uma sublegenda do PMDB no estado”.

As caravanas são também uma tentativa de fortalecer o PT no Rio e avançar, além das áreas mais populares - onde a legenda considera ter maior adesão -, pela classe média. Das andanças, ficará pronto um projeto de governo do estado, processo liderado pelo deputado federal Jorge Bittar, que acompanhará Lindbergh nas viagens pelo interior. “O programa está em processo de elaboração. Há insuficiências no desenvolvimento econômico e grandes contrastes que precisam ser minimizados. Proporemos também que o Rio aproveite melhor a rede de instituições de pesquisa, que, atualmente, quase não dialoga com o setor produtivo local”, afirma Bittar. “Para fazer o plano de governo, não adianta só pegar as estatísticas do IBGE. Japeri, nesse sentido, é um símbolo da desigualdade regional que ainda persiste no Rio”, diz.

O principal compromisso do PT nas eleições do ano que vem será reduzir a desigualdade, o que implicará em promessas de melhorias nos serviços públicos nas cidades da Região Metropolitana e do interior, e no desenvolvimento da economia desses municípios. “Respeitamos muito o Cabral, o Paes e o Pezão. Nossa candidatura não é para dar o contra. É uma candidatura madura que oferecerá uma alternativa segura. Temos o direito de nos apresentar à sociedade”, afirma Bittar.
Blog: do Ricardo Gama 2013

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