sábado, 8 de dezembro de 2012

Carlinhos Cachoeira é condenado a 39 anos e preso novamente .

Fonte: folha 2012

Pouco mais de duas semanas após ser libertado, o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, voltou a ser preso na tarde desta sexta-feira (7).
Sua prisão decorre da sentença, dada hoje, do processo criado após as investigações da Operação Monte Carlo, realizada em fevereiro pela Polícia Federal.
André Borges - 23.nov.12/Folhapress
Carlinhos Cachoeira e a mulher, Andressa Mendonça
Carlinhos Cachoeira e a mulher, Andressa Mendonça

O empresário foi condenado a 39 anos e 8 meses de prisão por diversos crimes, como corrupção ativa, formação de quadrilha e peculato. Segundo a acusação, ele controlava um esquema centrado em jogo ilegal, mas que se expandiu para desvio de recursos públicos por meio de corrupção de agentes estatais.
Além de Cachoeira, foram condenados outras sete pessoas, dentre eles Lenine Araújo e Gleyb Cruz, auxiliares do empresário, o ex-sargento Idalberto Matias, o Dadá, acusado de espionar ilegalmente para o grupo, e o ex-vereador de Goiânia Wladimir Garcez, apontado como um dos braços políticos da quadrilha.
Com Cachoeira como pivô, as apurações da Polícia Federal levaram a uma crise política, com a criação de uma CPI e a cassação do mandato do ex-senador Demóstenes Torres (ex-DEM).
A decisão do juiz da 11ª Vara da Justiça Federal de Goiânia, que o absolve de outras imputações, ainda pode ser contestada em recursos. Antes dessa nova prisão, Cachoeira esteve preso 266 dias. Ele havia sido preso preventivamente no dia 29 de fevereiro com base nas investigações que apuraram o esquema de corrupção e exploração ilegal de jogos na região Centro-Oeste. Enquanto o processo corria na Justiça Federal, a defesa do empresário apresentou vários recursos na Justiça, em Brasília, a maioria para libertá-lo.
No mês passado, conseguiu um habeas corpus e deixou a prisão no dia 21 de novembro.
Durante o curto período em que ficou em liberdade, Cachoeira passou cinco dias internado em um hospital de Goiânia. De acordo com os médicos, Cachoeira chegou ao hospital com sintomas de "estresse acentuado, transtorno de conduta e reação mista depressiva".
Segundo a equipe médica, ele estava "com um agudo quadro de diarreia e náuseas intensas, comprometido ainda por severa perda de peso, de 18 quilos, e desidratação".
Ao deixar o hospital, Cachoeira disse a amigos e jornalistas que estava bem e que pretendia oficializar em breve o casamento com sua mulher, Andressa.
Antes da condenação desta sexta-feira, o empresário já havia sido condenado a cinco anos de prisão em regime semiaberto pela Justiça do Distrito Federal.
OUTRO LADO
O advogado de Carlinhos Cachoeira, Nabor Bulhões, disse que a nova prisão é "manifestamente ilegal e abusiva" e que vai recorrer.
Segundo o advogado, a nova prisão "atenta contra a autoridade e eficácia de recente decisão do Tribunal Regional que concedeu habeas corpus no mesmo processo".
Em recursos apresentados ao Tribunal Regional Federal, o advogado apontou "vícios gritantes" nas interceptações telefônicas feitas pela PF. Segundo ele, tais questões não foram analisadas pelo juiz Alderico Rocha.
Nas alegações finais, Bulhões comparou o caso de seu cliente ao do mensalão. "No nosso sistema jurídico, o princípio da presunção de inocência não autoriza a prisão imediata pelo único fato da condenação. Prova disso é que os acusados do mais grave e atrevido esquema de corrupção no país, como disse o procurador-geral da República, estão em liberdade, a despeito das condenações."
O advogado de Wladimir Garcez, Ney Moura, disse que só faria comentários após ler toda a sentença. Os advogados de Idalberto Matias, Lenine Araújo e Gleyb Cruz não ligou de volta. Em julho, todos tentaram desqualificar as gravações feitas pela PF.

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