segunda-feira, 29 de abril de 2013


 


Aparece um tema de fundo, entre muitos: a impunidade e elegibilidade política de terroristas. Seguramente Maduro, Castro e os porta-vozes do Foro de São Paulo dirão aos cabeças das FARC que negociem porque não encontrarão alguém, como o Presidente Santos, que lhes confira tal impunidade.


“É melhor que a oposição da Venezuela não ganhe agora, o país está dividido pela metade, mais adiante, com uma economia mais deteriorada, o triunfo será mais nítido, com uma margem maior”, me dizia há pouco um interlocutor. Isso poderia ser em uma democracia transparente, porém o regime de Maduro aplica aquela fórmula castrista, segundo a qual o socialismo somente pode permitir eleições quando tudo esteja controlado para não perder.
A consolidação da ditadura no país irmão, sobre os ombros da democracia manchada, em meio da crise econômica e a insustentabilidade das políticas sociais, pode ser irreversível, por décadas, como foram modelos similares. Por isso necessita-se de uma reação continental e mundial que por agora não se vislumbra na América Latina.
Os organismos multi-laterais e muitos países exigiram a renúncia de Fujimori e a convocatória a novas eleições no Peru. Sancionaram Honduras e fizeram caso omisso sobre a intervenção do Governo da Venezuela, através do dinheiro do petróleo, como causador da crise. Alguns mantêm o Paraguai em isolamento pela aplicação de uma norma constitucional de remoção do presidente. Porém, na Venezuela há repetidas denúncias de corrupção e manipulação eleitoral, de vergonhosa iniqüidade na campanha presidencial, de golpes de Estado ao Congresso e muitos aprovam, uns por afinidade política e outros por interesses econômicos.
O presidente da Colômbia era o jornalista e o ministro mais radical contra a ditadura do gerador de Maduro, e converteu-se em seu maior validador. Sinto pena quando uma dama da Venezuela, em um aeroporto me diz: “diga ao Presidente Santos que já pagamos os 800 milhões de dólares, que não apóie mais a ditadura”. Teria sido melhor financiá-los em 40 anos do que comprometer a consistência com os valores democráticos. O êxito da segurança democrática, determinante na eleição do presidente, vinha se construindo contra o poder venezuelano, anfitrião do terrorismo.
Talvez o cálculo da re-eleição ou do pedestal da história conduziram o giro do Governo. Ao deixar essas especulações de lado, aparece um tema de fundo, entre muitos: a impunidade e elegibilidade política de terroristas. Seguramente Maduro, Castro e os porta-vozes do Foro de São Paulo dirão aos cabeças das FARC que negociem porque não encontrarão alguém, como o Presidente Santos, que lhes confira tal impunidade e lhes abra o caminho ao poder. Ademais, os habituados conselheiros sabem advertir que um Governo, que não tem genuíno afeto de integração com o povo, será facilmente derrotado em 2018 pelos beneficiários de seu jogo de impunidade. E acrescentarão que haverá a chegada do Castrismo pela via eleitoral para conseguir o desastre que pouco a pouco se consolida na Venezuela, e que depois eliminarão as eleições para que não haja regresso pela escada da democracia.


Álvaro Uribe Vélez, advogado, foi presidente da Colômbia de 2002 a 2010.

Tradução: Graça Salgueiro

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