segunda-feira, 22 de abril de 2013

Milhares protestaram contra governo da Argentina

Atualizado em  19 de abril, 2013 - 00:42 (Brasília) 03:42 GMT
Argentinos fazem protesto contra governo (foto: Reuters)
Manifestação contra reforma no Judiciário ocorre após denuncias de corrupção
Os argentinos realizaram, na noite desta quinta-feira, protestos em vários pontos do país contra projetos de lei para a reforma do Judiciário. A manifestação foi convocada por meio de redes sociais e ocorreu em diferentes lugares de Buenos Aires, a capital argentina, e em cidades do interior, como Rosário, Santa Fé, Córdoba e Salta.
Muitos manifestantes levavam bandeiras argentinas e cartazes que diziam 'chega de inflação', 'basta de corrupção' e 'Constituição se escreve com C e não com K', em referência ao sobrenome da presidente Cristina Kirchner. Alguns gritavam: "Argentina, Argentina". E ainda: "Se este não é o povo, o povo onde está?"
A proposta de reforma do Judiciário foi questionada pela oposição e teria intensificado o protesto, batizado de '18 A' (18 de abril), desta quinta-feira. A semana também foi marcada pela revelação feita por um programa de televisão de que um empresário supostamente ligado ao ex-presidente Nestor Kirchner teria sido responsável pelo envio de mais de 50 milhões de euros, em aviões particulares, ao exterior. O caso foi classificado pela oposição como "lavagem de dinheiro".
"É claro que as pessoas estão insatisfeitas e as denúncias desta semana e o projeto de reforma do Judiciário, que é para favorecer o governo, intensificaram esta insatisfação", afirmou o senador opositor Gerardo Morales, da União Cívica Radical (UCR).
A presidente e seus principais assessores não fizeram comentários sobre as denúncias. Cristina defendeu, porém, a reforma do Judiciário. "Será uma Justiça mais democrática e com maior acesso para o povo", afirmou. O líder do governo no Senado, Miguel Pichetto, disse que o governo não poderia mudar "uma virgula do texto" porque a reforma será para o "bem dos argentinos".
Juristas e opositores disseram que ao limitar o prazo das ações contra o Estado, o governo estaria "desrespeitando a divisão de poderes", como afirmou a deputada opositora Victoria Donda, do Movimento Libres del Sur (Movimento Livres do Sul).
Os protestos ocorreram pacificamente e até o fim da noite não foram registrados incidentes graves. As emissoras de televisão do país mostraram as manifestações, mas com abordagens diferentes. "Protesto massivo em todo o país", informou a emissora de televisão TN (Todo Notícias), do grupo Clarin, definido pelo governo como "opositor'. Já a emissora estatal, Canal Sete, classificouo episódio como "Protesto da oposição em Buenos Aires". O mesmo informou o Canal23: "Oposição realiza manifestação".

Nenhum comentário:

Postar um comentário