sexta-feira, 24 de maio de 2013

Crimes e perversões em Sidrolândia


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Valfrido M. Chaves
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Crimes  hediondos,  com sistemática impunidade quando praticada por menores de idade, incomodam a coletividade brasileira, até porque a impunidade induz à repetição do crime. Na imprensa ou discussões particulares, as palavras “psicopata” e “perverso” predominam. O psicopata, por ser  incapaz de sentimentos e empatia, não   diferencia entre chupar uma laranja e tirar uma vida para satisfazer seus desejos.

Já o perverso,geralmente mais cruel, mesmo não sendo destituído de sentimentos, ele os têm“pervertidos”, cultivando paixões cujas satisfações passam pelo sofrimento e aniquilamento de suas vítimas. Assim, Gilles de Rais, nobre francês, marechal com 23 anos, foi digno ajudante de ordens de Joana D’Arc em sua cruzada pela libertação da França. Num dado momento descobriu-se em seu castelo mais de seiscentos esqueletos de crianças, “carinhosamente” serradas e guardadas em gavetas. 

Um psicopata, sem sentimentos  ou paixões, no máximo pegaria uma criança para pedir resgate, podendo matá-la para não ser identificado. Já perverso elimina suas vítimas apenas depois de ver, em seus olhos, o pavor de que vai ser morto, ver seu sentimento de aniquilação. Neste ponto, convido o leitor a refletir sobre a palavra“perverso”, que vem do francês “Pèr-vers”, ou seja, o verso, o contrário dopai. O “pai” seria a figura integradora, defensora da família e seus membros.Seu verso, ou contrário, seria aquele que desune, separa, desintegra a alma individual ou coletiva.  

Numa sociedade, leitor, há pessoas e instituições perversas, isto é, que seduzem, inspiram confiança e depois traem, desintegram, desunem. Políticos corruptos são exemplos de perversão, porque traem a confiança neles depositada por pessoas ou grupos. Uma Funai, que não ensina o índio a fazer uma cova de bananeira, mas permite que  instituições perversas, falsamente religiosas, mintam sobre seus direitos e os manipulem para violar direitos de outros brasileiros, também é uma instituição perversa.

Perversos ainda são aqueles que, sob o manto de defensores da Constituição e dos direitos indígenas, parecem não ver quem os manipulam, induzindo-os  à prática da violação de direitos constitucionais de outros brasileiros. Parece que renunciaram ao equilíbrio entre a defesa do índio, e o direito constitucional límpido e claro que outros brasileiros têm ao que adquiriram  com legitimidade conferida pelo próprio Estado brasileiro.

É graças a tais perversões no seio do Estado brasileiro que Ricardo Bacha, Jussimara  e seu filho acabam de ser expulsos de sua propriedade, em Sidrolândia, após dias de cerco e de pavor. A Funai dirá que os índios foram provocados, pois a família Bacha teimou permanecer numa "área indígena". Os índios continuarão fazendo aquilo para o que estão sendo ensinados, dentro duma pedagogia muito clara, segundo a qual seus crimes, além de premiados,  terão costas largas, pois o MPF "só pode defender o índio".

Nosso governo, que não tem dinheiro para comprar terra e promover a expansão de aldeias, tem bilhão para porto e verbas secretas em Cuba e África. Mas tem olhos para fechar diante da promoção de manipulações, mais injustiças e ódios entre brasileiros.  É o triunfo da perversão, num torpe, nojento processo de espoliação de índios e não índios entre nós. Quando chegará nossa vez?

Valfrido M. Chaves é Psicanalista e Produtor rural.

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