André Brant/Hoje em Dia
protesto de médicos
Manifestantes saíram em passeata na avenida Afonso Pena
Médicos que são contra a atuação de profissionais estrangeiros no Brasil fizeram uma passeata pelas ruas e avenidas de Belo Horizonte durante a tarde desta quarta-feira (3). A caminhada foi iniciada depois do grupo se reunir em frente à sede do Conselho Regional de Medicina, na avenida Afonso Pena, no Centro da capital mineira.
Durante o ato, os profissionais da área da saúde caminharam até a Praça 7, onde fizeram o retorno e seguiram no sentido bairro. Em seguida, os médicos subiram a rua da Bahia, passaram pela rua dos Timbiras até alcançarem a avenida João Pinheiro, onde pararam em frente à Associação de Médicos de Minas Gerais (AMMG). Nesse local, será realizada uma assembleia da categoria às 19 horas.
A manifestação também foi feita em várias outras capitais do país e, em Belo Horizonte, contou com a participação da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM MG) e do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed MG).  O ato ainda é integrado por ações propostas pelas lideranças médicas nacionais - Associação Medica Brasileira (AMB), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Federação Nacional dos Médicos (Fenam) e estaduais.
O protesto
Em carta aberta, as entidades envolvidas na manifestação divulgaram a importância da mobilização como “reação das entidades médicas que simboliza a resistência dos profissionais e dos cidadãos ao estado de total abandono que afeta a rede pública”. 
Confira as medidas defendidas pelos médicos manifestantes:
1)    Mobilização nacional dos médicos e da sociedade no dia 3 de julho (quarta-feira) em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e da Medicina de qualidade. Estão previstos passeatas, protestos, caminhadas, atos públicos e assembleias em todos os Estados para alertar a população para o problema. Locais e horários serão divulgados pelas entidades estaduais;
2) Apoiar a aprovação urgente da PEC 454 em tramitação na Câmara dos Deputados, que prevê uma carreira de Estado para o médico (semelhante ao que ocorre no Judiciário), único caminho para estimular a interiorização da assistência com a ida e fixação de médicos em áreas de difícil provimento;
3) Incentivar a coleta de 1,5 milhão de assinaturas para tornar viável a apresentação do Projeto de Lei de Iniciativa Popular Saúde + 10, que prevê mínimo de 10% da receita bruta da União em investimentos na saúde;
4)  Defender a derrubada do Decreto Presidencial 7562, de 15 de dezembro de 2011, que modificou a Comissão Nacional de Residência Médica, tornando-a não representativa e refém dos interesses do Governo, o que sucateou a formação de médicos especialistas no país;
5) Atuar contra a importação de médicos estrangeiros sem revalidação de seus diplomas com critérios claros e rigorosos, conforme a prática mundial e o previsto na legislação vigente. Defendemos o uso do Programa Revalida, do Governo Federal, em seus moldes atuais;
 6)  Vistoriar as principais unidades de saúde do país, encaminhando denúncias ao Ministério Público e outros órgãos de fiscalização, revelando a precariedade da infraestrutura de atendimento que afeta pacientes e profissionais.


Médicos e estudantes fazem passeata

Notícia publicada na edição de 04/07/13 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 10 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.

Cesar Santana
cesar.santana@jcruzeiro.com.br
programa de estágio

Profissionais da saúde e estudantes de medicina de Sorocaba se reuniram na tarde de ontem em uma manifestação que percorreu a região central da cidade e seguiu rumo até o Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS). As reivindicações eram contra a situação da saúde no Brasil e a importação de médicos sem a revalidação de diplomas de instituições de ensino de outros países. O grupo que somou cerca de 50 pessoas, a grande maioria jovens estudantes, partiu da sede da Sociedade Médica de Sorocaba, na rua Monsenhor João Soares e percorreu o Centro sob escolta da Polícia Militar antes de ir até o CHS, onde o protesto foi finalizado após cerca de uma hora e meia de caminhada. O protesto foi realizado de maneira pacífica sem o registro de qualquer tipo de ocorrência pelo trajeto. Os manifestantes ganharam inclusive o apoio de muitos motoristas pelo caminho, que com buzinas e gritos apoiavam a causa.

Durante o percurso, agentes da Urbes precisaram bloquear o trânsito em alguns pontos para que os manifestantes pudessem passar. Trechos como os cruzamentos entre as ruas Monsenhor João Soares e 15 de Novembro e rua Coronel Cavalheiros com a avenida Dom Aguirre foram fechados por alguns minutos. Na marginal, assim como nas avenidas Juscelino Kubitschek e Comendador Pereira Inácio, os manifestantes ocupavam as faixas da direita, com a pista da esquerda livre para o trânsito de veículos. Às 17h30, o grupo chegou ao Hospital Regional, onde foi cantado o hino nacional, finalizado o movimento após o pronunciamento de alguns dos manifestantes mais animados.

De acordo com o estudante do último ano de medicina da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) em Sorocaba, André Poci Liberato, 28 anos, a classe dos médicos também se sente vítima do sistema implantado pelo governo, e encontrou em meio a onde de protestos pelo País, uma maneira de chamar a atenção popular para a causa. "É crucial irmos às ruas para chamar a atenção do governo e da população. Nós que estamos dentro da profissão sabemos que o que realmente acontece é que falta infraestrutura para o médico no Brasil", afirma. Para ele, a medida anunciada pelo governo federal de trazer médicos de fora para atuar no País nada mais é do que "tapar o sol com a peneira". "É uma manobra governamental para tentar contornar a falta de recursos, mas não é essa a solução", garante.

A também estudante do 6º ano da PUC-SP, Fernanda Paccini, de 24 anos, acredita que o problema só será resolvido com a boa administração do recurso destinado à saúde. "A solução vem com o dinheiro sendo utilizado de fato na saúde, e não indo para o bolso dos governantes", diz. A jovem destaca também a importância de expor a situação da saúde pública para o povo. "Queremos alertar a população, pois muita gente não tem noção do que realmente acontece. Falta o mínimo de condição para se trabalhar". Fernanda questiona ainda a importação de médicos sem o chamado revalida dos diplomas adquiridos no exterior. "Em qualquer lugar do mundo precisa-se de uma revalidação", justifica.

O presidente da Sociedade Médica de Sorocaba, Jefferson de Oliveira Delfino, explica que a classe não se opõe à contratação de médicos vindos de fora do País, mas sim à maneira como isso será feito. Além disso, acredita que o profissional da saúde no País deveria ser mais valorizado. "Achamos que isso pode ser feito através de um plano de carreira. Antes de saber se realmente está faltando médico, precisamos dar condições para quem está aqui. E na nossa leitura, não estão faltando profissionais", afirma. Com os manifestos, que aconteceram ontem por todo o País, a ideia, segundo Delfino, é expor a insatisfação da classe com a situação. "Queremos mostrar que não vamos aceitar pacificamente e que não concordamos com isso", explicou. (Supervisão: Admir Machado)

Médicos fazem manifestação em São Paulo


Médicos fazem manifestação em São Paulo

Cerca de 100 pessoas participaram da manifestação na manhã desta quinta-feira, 25, na Avenida Paulista

Foto: Werther Santana/AE