domingo, 4 de novembro de 2012

O massacre de golfinhos no Japão como atividade lucrativa

Há 10 mil anos, o fim da era glacial tornou o Japão um arquipélago, logo, a terra dedicada ao plantio e a pecuária é escassa. O clima também não é propício, pois o inverno sendo rigoroso inviabiliza as atividades agrícolas. Consequentemente, o país ficou cada vez mais dependente do mar com o crescimento populacional.
Taiji é uma das menores cidades do país, possuindo apenas 3.500 habitantes e míseros 6 km² de extensão, no litoral sudeste japonês. É também uma cidade turística, com parque aquático e shows de baleia e golfinhos, e cuja tradição pesqueira perdura mais de 400 anos, incluindo a caça de golfinhos e seus parentes cetáceos maiores, as baleias.
O pequeno vilarejo está mundialmente famoso. Anualmente, vinte e três mil golfinhos são caçados e muitos deles são mortos.
A caça é autorizada pelo governo japonês, com a justificativa de ser uma atividade de subsistência.
A carne de golfinhos é comercializada para consumo humano em supermercados locais a cerca de 500 dólares, ou são vendidos vivos a parques aquáticos por dezenas de milhares de dólares para aquários no Japão, China, Coréia do Sul, Irã e Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Um exemplar jovem, treinado, chega a custar 150 mil dólares.
A temporada de caça tem início dia 1º de setembro e vai até março do ano seguinte.
Os pescadores saem em pequenos barcos para observar o movimento migratório dos golfinhos. Posicionando seus barcos estrategicamente, formam uma fila para aguardá-los. Quando os golfinhos chegam, os pescadores lançam longas varas de metal na água, e batendo-as umas nas outras, criam uma parede de som que interfere na capacidade dos golfinhos de orientar-se. Apavorados, os golfinhos nadam para fugir do som e os japoneses manobram seus barcos, encurralando-os em uma enseada.
Uma vez na enseada, redes são colocadas no escoadouro de entrada e saída para evitar a sua fuga. Os pescadores normalmente cortam alguns golfinhos com um facão, porque os outros não abandonarão os golfinhos membros machucados de suas famílias.
Presos na água rasa, debatem-se na tentativa de ficarem o mais longe possível da terra, até a manhã seguinte. Pela manhã, os pescadores jogam suas redes, forçando-os a aproximarem-se da terra, quando então eles os matam com golpes de facões e ganchos. Os golfinhos agonizam enquanto sangram aos poucos até a morte. A enseada, na pequena cidade japonesa, torna-se vermelha, de sangue, é claro.
Após o massacre, os corpos dos golfinhos são levados a uma casa de corte, onde são fatiados. A carne, apesar de muito contaminada, é vendida em supermercados japoneses, sem aviso de sua contaminação por excesso de mercúrio – supermercados que, muitas vezes, pertencem a cadeias americanas e/ou européias.
No ser humano, a ingestão de alimentos contaminados por mercúrio provoca distúrbios sensoriais nas mãos e pés; pode causar danos à visão e à audição; fraqueza e, em casos extremos, paralisia e morte.
Muitas pessoas, inclusive, os próprios japoneses, desconhecem esse tipo de caça e a venda da carne de golfinhos. O governo encobre esse massacre, alegando que golfinhos e baleias são uma “praga” por comerem os peixes, resultando na queda dos estoques do charuteiro-do-Japão, o que prejudica a indústria pesqueira, apesar de não haver dados que sugiram que golfinhos tenham algum dia reduzido significantemente a população desses populares peixes.
A Indústria Pesqueira Japonesa é rica e tem forte representação política.
Opor-se a Indústria Pesqueira Japonesa é ir contra os interesses de uma das mais poderosas forças nipônicas. O Japão é o principal articulador dos países baleeiros na Comissão Baleeira Internacional (CBI), que no contexto de uma decisão de 1987, a Comissão permite matar anualmente mil cetáceos no Oceano Atlântico para fins de “pesquisa”, e boa parte da carne desses animais acaba sendo vendida.
Por muitos anos, os conservacionistas acusaram o Japão de se aproveitar da cota autorizada pela Comissão Baleeira Internacional (CBI) para continuar com a caça comercial, pondo em risco a existência destes mamíferos aquáticos; de manipular as votações, com uma suposta compra de votos de nações menores; de gastar milhões de dólares para manter sua envelhecida frota baleeira e de insistir em seu direito de caçar da maneira tradicional.
Aberta a temporada de pesca predatória no Japão – anualmente, sempre em 1º de setembro, com duração de 06 meses – o protesto de ativistas ecoa no mundo. Dentre as reivindicações estão a proibição da caça por causa da contaminação da carne, o confinamento dos cetáceos em cativeiros e a escassez de golfinhos, em algumas cidades, que desapareceram com a pesca predatória ou foram espantados. Enfim, os objetivos, as solicitações são várias.
No Brasil, este ano (2012), São Paulo será palco de um ato de conscientização pelos golfinhos de Taiji – Japão, no dia 25 de novembro, domingo, às 11h da manhã, na Praça da Liberdade. Para maiores informações e interação com os organizadores, favor acessar os seguintes endereços:

• Página de eventos no Facebook:
https://www.facebook.com/events/298442023602609
• Blog dos Voluntários do Sea Shepherd Brasil (Guardiões do Mar):
http://blog.seashepherd.org.br
• Acesse a transmissão ao vivo de Taiji, na qual a campanha Operação Paciência Infinita está em andamento e os Guardiães da Enseada estão trazendo o horror da matança de golfinhos para o mundo.
http://taiji.ezearth.tv
• Assine e divulgue a petição para ajudar a salvar os golfinhos do Japão:
http://www.takepart.com/cove/takeaction
O documentário THE COVE revela o grave crime ambiental cometido em solo japonês e encoberto pelo governo; assinado pelo realizador Louie Psihoyos, fotógrafo da National Geographic durante 18 anos. Imagens impressionantes e chocantes sobre a matança dos golfinhos em Taiji, no Japão.
• Para assisti-lo [legendado em Português]:
http://vista-se.com.br/cove 
Por: Kyaya
Membro da Equipe Anonymous Brasil 

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