segunda-feira, 8 de julho de 2013

ENERGIA

Argentina licitaria 4 usinas nucleares por US$ 16 bilhões

As licitações começariam antes do fim do ano. E em plena campanha eleitoral inaugurarão a usina de Atucha II. Os anúncios foram feitos pelo ministro do Planejamento, Julio de Vido, durante visita à Rússia.



Por Marcelo Canton, enviado especial à Rússia


O governo da presidente Cristina Kirchner busca licitar antes do fim do ano a construção de duas a quatro centrais nucleares, o que representaria um investimento de até US$ 16 bilhões.


Foi o que anunciou, na última semana de junho, o ministro do Planejamento, Julio De Vido, em São Petersburgo, Rússia, onde também garantiu que inaugurarão a usina nuclear de Atucha II, cuja construção demorou de 30 anos, “nos próximos 60 dias”.



Fazia muito calor nesta cidade, capital dos czares a partir do século XVIII, cheia de palácios e monumentos históricos.



Alguns moradores procuravam alívio nos parques, outros foram fazer jet ski no rio Neva.



A apresentação central da Conferência Internacional Ministerial “Energia nuclear no século XXI” foi na sede da Biblioteca Presidencial (antes Lenine).




Os anfitriões: o governo russo e a empresa estatal Rosatom, com a qual De Vido já tinha assinado vários acordos e uma das postulantes para ficar com o principal negócio nuclear da Argentina atualmente.




Quase todos os oradores fizeram foco em Fukushima, a central nuclear japonesa destruída há dois anos por um maremoto.



A partir de então, o negócio nuclear mundial foi repensado.



A Alemanha, por exemplo, ratificou que em 2022 todas as suas usinas atômicas já estarão fechadas.


Os outros países ratificaram seus planos, mas também anunciaram novas medidas de segurança.




Nesse contexto, De Vido anunciou um novo impulso para o plano nuclear argentino que, disse, tem um orçamento de US$ 42 bilhões até 2023.



Atucha II



De agora em diante, o primeiro passo do avanço será a colocação em funcionamento da central nuclear Atucha II, cuja construção começou nos anos 1980 e depois ficou duas décadas parada.




Em 2005, o governo esperava terminá-la em 2009, mas essa data foi adiada várias vezes.



“Está na última etapa da preparação para começar a funcionar”, disse o ministro do Planejamento.



“Entrará em funcionamento nos próximos 60 dias”, acrescentou, marcando assim uma data que cairá durante a campanha para as eleições legislativas de outubro.




Para um pouco depois, “no último trimestre do ano”, fixou a data do que será o evento mais importante do setor nuclear argentino: a licitação da quarta e da quinta centrais atômicas do país.



A primeira central atômica argentina foi Atucha I, inaugurada em 1974.


Depois veio Embalse.



Dentro de dois meses será inaugurada a terceira, Atucha II.



O governo quer fazer mais duas e cada uma, por sua vez, poderia ter um ou dois reatores.



“O Plano Nuclear Argentino deverá continuar agora com a decisão de construir a Quarta e a Quinta Centrais Nucleares da Argentina, com um ou dois reatores cada uma”, disse De Vido aos delegados do encontro.





Estima-se que cada reator custe cerca de US$ 5 bilhões no mercado internacional.




O preço dos reatores de urânio natural é de cerca de US$ 3 bilhões.

Link:


http://www.clarin.com/br/Argentina-licitaria-nucleares-US-bilhoes_0_946705702.html




ENERGIA

Repsol rejeitou oferta argentina por expropriação da YPF

A petroleira espanhola Repsol rejeitou, por unanimidade, a nova proposta argentina para superar o conflito pela expropriação de 51% da YPF, disse em um comunicado, como já havia antecipado o Clarín. A expropriação ocorreu em abril de 2012.


Por Juan Carlos Algañaraz

O Conselho de Administração da companhia informou: “após exaustiva análise técnica e econômica interna, apoiada em estudos de especialistas externos, o Conselho de Administração da Repsol definiu como insatisfatória para os interesses da companhia a oferta por valor nominal de US$ 5 bilhões”. No comunicado, afirma-se ainda que a decisão foi tomada, por considerar que ela não responde “a perda sofrida pela Repsol”. A empresa questiona ainda aspectos jurídicos, alem de econômicos, da transação.

A oferta analisada consistia em dar à Repsol uma sociedade conformada por ativos de Vaca Muerta, na qual a YPF teria o controle com 51%, a Repsol contaria com participação de 47% e a Pemexe de 2%.


O governo argentino estimava a oferta de US$ 5 bilhões distribuídos em 3,5 bilhões de dólares em participações nos ativos da bacia de ‘Vaca Muerta’ – apontada como uma das maiores reservas de gás não convencional do mundo – e US$ 1,5 bilhão per capita de reinvestimento para o desenvolvimento da sociedade.



Essa foi a segunda oferta feita pela YPF à Repsol – cerca de um ano após a expropriação.


Na véspera, da decisão do Conselho de Administração da Repsol, fontes da empresa disseram ao Clarín:

“A estratégia para a recuperação do valor da expropriação da YPF é decidida no Conselho, que é o único que tem capacidade para isso”.


A rejeição se produziu porque os espanhóis consideram que não se trata da indenização que exigem por 10.500.000 euros, mas de um compromisso para que a Repsol realize investimentos caros nas concessões dos campos de Bajada de Añelo, Bandurría, La Amarga Chica e Aguada del Chañar, em um setor de Vaca Muerta, na Patagônia argentina.




Entendem também que a YPF supervaloriza os bens que oferece.



A petroleira argentina estima este conjunto de concessões em US$ 3,5 bilhões, ou seja, a US$ 41.000 por acre, muito acima do preço de áreas similares, de US$ 10.000 a U$ 15.000 o acre.



Essa segunda oferta argentina aumentava de 43% a 47% a participação da Repsol no joint-venture.




A Repsol receberia US$ 1,5 bilhão em bônus, que deveria reinvestir na nova empresa.




Além disso, a Repsol teria que retirar os processos contra a Argentina em vários países e perante o Ciadi do Banco Mundial.



Essas demandas internacionais travaram iniciativas de investimentos estrangeiros em Vaca Muerta.




Já na rejeição à primeira proposta argentina, o Conselho reiterou a “melhor disposição para facilitar uma resolução acordada de indenização sempre dentro da exigência legítima de que isso cubra a completa recuperação do valor do expropriado”.


O presidente da Repsol, Antonio Brufau, já declarou na Assembleia de Acionistas que não lhes interessava “a recuperação de bens (aludindo a YPF), mas o pagamento do preço justo”.



O Conselho está integrado por dois representantes de cada um dos principais acionistas – La Caixa (12,9%) e Sacyr Vallehermoso (9,5%) –, um da Pemex (9,5%) e outro do fundo Temasek de Cingapura (6,3%).


Os outros são independentes e, além disso, estão Brufau e o secretário do Conselho, Luis Suarex de Lezo Mantilla.



A mexicana Pemex já anunciou a intenção de vender sua parte na Repsol e negociar com a YPF sobre Vaca Muerta.


Link:

http://www.clarin.com/br/Repsol-rejeitou-argentina-expropriacao-YPF_0_944905855.html

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